Dizem que o tempo passa a correr. Talvez só com a idade possamos entender a profundidade desta afirmação tão popular.
Faz mais um ano que eu estava perdido na grande cidade, vulgarmente designada por Lisboa, pensando que estava a construir um novo destino que não estava escrito e muito menos estava predestinado a acontecer.
No calor desse verão longínquo antecipava um amor perdido para sempre e alimentava um gosto por caminhar junto ao precipício como se fosse a saída de um beco do Destino. Sem rédeas ou planos mergulhei de cabeça sem saber se tinha fundo. Apenas queria afastar-me do passado e buscar um futuro radicalmente diferente e se possível melhor. Porém não consegui cortar todas as amarras e inocentemente achei que a minha tábua de salvação seriam os desabafos neste blogue, para que os meus melhores amigos me pudessem seguir, numa forma de falsa proximidade.
Logo num par de meses pude ver que a minha fibra não era a de um workaholic que deixa tudo para trás e faz tábua rasa das suas paisagens nem das suas emoções. Julguei ser forte mas as emoções e a falta de norte literalmente me levaram para futuros menos incertos mesmo que ainda não fosse capaz de delinear qualquer plano para a minha vida. Foi um momento em que este diário me sugou ânimo mas me deu em retorno muita esperança de melhores dias.
Tornei-me dependente deste curioso amigo sem alma própria que aos poucos me mostrou que muitas vivências devem ser relativizadas. Muitos tropeções e asneiras asseninas ainda vim a fazer na sua companhia, altos e baixos psicoticos na verdadeira ascensão da palavra, mas que me foram moldando e amadurecendo.
Passados 11 longos mas céleres anos quero dizer Parabéns. Parabéns psicotico.com.