Outubro 2017

Charades pop skill
Water hyacinth
Name by a poet
Imitation of life

Like a koi in a frozen pond
Like a goldfish in a bowl
I don’t want to hear you cry

That sugar cane that tasted good
That cinnamon, that’s Hollywood
Come on, come on
No-one can see you try

You want the greatest thing
The greatest thing since bread came sliced
You’ve got it all
You’ve got it sized

Like a Friday fashion show
Teenager cruising in the corner
Trying to look like you don’t try

That sugar cane that tasted good
That cinnamon, that’s Hollywood
Come on, come on
No-one can see you try

No-one can see you cry

That sugar cane that tasted good
That’ freezing rain, that’s what you could
Come on, come on
No-one can see you cry

This sugar cane, this lemonade
This hurricane, I’m not afraid
Come on, come on
No-one can see me cry

This lightning storm, this tidal wave
This avalanche, I’m not afraid
Come on, come on
No-one can see me cry

That sugar cane that tasted good
That’s who you are, that’s what you could
Come on, come on
No-one can see you cry

That sugar cane that tasted good
That’s who you are, that’s what you could
Come on, come on
No-one can see you cry

R.E.M.

No rescaldo das eleições autárquicas, às quais prestei talvez demasiada atenção, sinto uma enorme repulsa para o nível de debate político que assisti, não só na minha localidade assim como para todo país. Na minha cidade de residência – onde pelas minhas contas terá tidos os potenciais eleitores inundados por 10 euros de campanha eleitoral por cabeça, e depois de abstenção deverá rondar 20 euros a cabeça – segue já para o tribunal constitucional a impugnação do resultado eleitoral. Se a campanha tinha tido momentos de podridão então o seu rescaldo passa por arrastar de ressabiamento jurídico.

Lembrei-me entretanto de alguns textos que li há uma boa vintena de anos atrás, quando devorei de uma assentada uma dúzia de obras de Eça de Queirós e que tive o prazer de me deparar com «Uma campanha Alegre», onde aquele grande mestre da escrita retratava com tom critico e jocoso tão peculiar, aquele Portugal de 1890. Encontra-se passados mais de 120 anos enormes paralelismos, não da democracia per si, mas dos líderes e políticos que se apresentavam a votos. Desde os principais partidos que não tinham nada que os diferenciasse em concreto e que reuniam muitos votos de fieis e ferrenhos apoiantes, até a uma cultura do cacique que se mantém no poder e o transmite aos seus herdeiros, onde o seu nome representa votos da sociedade analfabeta da altura. Tal como hoje, a sociedade iliterada e de parcas noções de civismo, onde autarcas condenados e presos por corrupção quando exerciam os seus cargos são reeleitos e onde certas cidades continuam feudos de determinados partidos independentemente de quem der a cara pelo cargo, ou se reelegem um presidente tenha ou não ter tido um bom desempenho no cargo.

Nesta cidade os outdoors surgiram como cogumelos exibindo um nome de família a negrito de um novo candidato à câmara municipal, que por sinal tinha trocado de cores partidárias. Uma campanha recheada de fundos onde o candidato exibia o nome do seu falecido pai como uma mais-valia, apesar de não mostrara sua carreira de cargos conseguidos com a intermediação do famigerado Senhor Cunha que deram frutos catastróficos a duas instituições da cidade, com inclusivamente a falência de uma delas. Mas como falamos de Portugal, o politiqueiro tachista, o vira-casacas e o corrupto, são provavelmente os lideres políticos mais abundantes.