Captar um momento é uma arte. Por isso a fotografia é algo que me começa cada vez mais a despertar o interesse apesar de o meu domínio da técnica seja inexistente.
Contudo algo me reforça ao tentar agarrar um momento efêmero, um pedaço de luz e cor que fogem e que são únicas. Nenhum raio de luz, nenhum sopro do vento, nenhuma nuvem, se repetem, exactamente naquele lugar, naquelas circunstãncias.
Segurar uma câmara fotográfica é como tentar aprisionar para a eternidade um facto, um retrato ou paisagem singulares. Assim podemos possui-los para sempre. Tentamos roubar da erosão do tempo algo irrepetível. Trata-se de uma vertigem enganosa, mas tambêm uma espécie de aproximação ao divino imutável – quase um sentimento religioso.
Por isso dou comigo a pensar em ângulos e luz e a suspirar não ter a minha companheira prateada à mão de semear como um turista japonês!
Arigato-san!
Recomendo-te vivamente a leitura de um pequeno livrinho das Edições 70: “A Câmara Clara”, Roland Barthes. 🙂