Noites Belas 4.03


Há certos locais e alturas que sem sabermos, acabam por nos enviar uma mensagem ou um marco na nossa vivência. Acho que ontem foi um desses dias.

A Primavera apresenta-se com um ar da sua graça muito forte e os espíritos logo se embriagam e os sentidos adormecidos ficam mais alerta.

Depois de um Sábado em cheio e repleto de tarefas, eis que o jantar combinado à ultima da hora com N. e P. levou-nos para um sítio como que mágico, e alterado. Eu sabia que as Noites Belas se iriam repetir no Triplex mas não poderia imaginar tanto esplendor de uma música assim. Um soberbo jantar, que por sinal não foi caro, levou-nos a permanecer até a meio da manhã, num furor e nas brasas de delírio. P. como que se converteu ao catolicimo do DJ e quis já fazer reservas para todos os meses voltar a marcar o ponto, renegando o Estado Negro. “A música é demais e as gajas aqui apesar de não serem tão bonitas, são mais atraentes, interessantes e não são betas”. N. limitou-se a deambolar, verdadeiramente entusiasmado, com um sorriso que não via há muito.

G. também estava lá e não admira que a noite tivesse para mim uma magia acrescida por esse simples facto. Dançamos e dançamos ao ritmo dos fabulosos anos 80-90 fora dos tops estupidificantes, como se nunca tivéssemos dançado. As horas não passavam nem havia tempo: apenas o momento e a emoção.

Ao sair tive um sentimento de certeza que me invadiu, como se alguém me tivesse entupido com algum êxtase disfarçado no Gin Tónico. Decerto que nada daquilo era aleatório, e aquele Sol não era uma ilusão. Acho que a claridade me bateu forte e o pensamento me agrediu a consciência como uma verdade irrefutável. Os meus medos eram infundados: mesmo que chegue a velho e tenha uma vida longa (que tenho serias duvidas que venha a suceder), não vou envelhecer. O corpo e os ossos podem se amolecer mas o meu espírito não.
Firme hirto!!!!!!!!!

Como diz o ditado:

a sorte e o sucesso só contemplam os intrépidos e audazes.

Não podia ser mais verdade