Ontem foi um dia particularmente subterrâneo. A grande cidade reservava-me os prazeres do metropolitano, numa estação particularmente clara e hospitalar em que as escadas-rolantes vomitavam gente da sua garganta sem fim.
O Metro tem um fascínio particular sobre mim. As profundezas da terra transformam os vulgares citadinos em toupeiras mutuantes que transpiram medo e suam trabalho e pressa. O ambiente artificil da claridade falsa denota o espirito intemporal onde é sempre noite e tudo e todos estão em transito, indo para algum destino qualquer – qual o teu destino estranho?
Para onde vais e de onde vens?
Quem és tu que olhas para mim?
O time warp entre as estações é um vazio sem luz e sem lembranças.
No Bairro alto E. Ma. B. e C. estavam uma companhia exemplar apesar de batermos à porta de locais fora dos roteiros tristes. Foi divertido e uma novidade onde o alcool sangrou claro e doce…
A saudade e dúvidas apertam… A irmã falou-me nas suas esperanças renovadas que já não eram sem tempo. As curvas acabaram e estamos a chegar à recta. Seu esposo já tem raíz defenida e o Capuchinho Vermelho rui e sorriu.