moto

 

Durante os longo períodos que não escrevo aqui sinto que muito fica por dizer. E o que me custa mais é à medida que os iatos de tempo crescem, mais custoso é voltar a escrever algo que eu julgue digno de ser aqui colocado. É um ciclo vicioso que preciso quebrar, ainda mais que a escrita, por muito pequena que seja é um processo catártico e que estimula a massa cinzenta para que esta não atrofie.

Ganhando coragem e empenho, assim como na forma como corro e nado quero fazer destes três prismas dos meus hobbies, um conjunto de bons hábitos para uma mente sana e para que eu me mantenha capaz de manter criativo e no fundo vivo.

Posso até perdido muita da dinâmica e da pujança criativa e intelectual da juventude, que a bem da verdade desperdicei em teias e desvarios, mas quero na minha maturidade desenvolver ao máximo o que ainda me resta de músculos e capacidade dos miolos.

Impossível é nada, e esse deve ser o meu moto, cair e levantar, perder e voltar a jogar. Ao fim de contas não se pode perder sempre não é?

Ir até ao médico pode por vezes ser um desespero para mim. Não que tenha uma dessas fobias parvas, como o pavor a dentistas médicos ou hospitais.

Se tenho algo semelhante a pavor isso será em relação a esperar tempos esquecidos nos consultórios, rodeado de pessoas-ovelhas como é costume nestes locais.

O habitat ideal onde podemos observar uma grande concentração de pessoas-ovelhas é sem dúvida nos consultórios médicos. Estão mais dóceis que nunca. Olham com os seus olhitos receosos e aparentemente desinteressados, como que esperando a matança do rebanho.

Eu não… Apenas sinto o desconforto da espera, o fedor da paciência alheia e a minha revolta pelo karma e sentimento de impotência perante a impossibilidade de fazer um fast foward no controlo remoto da vida.

Tenho compaixão pelas pessoas-ovelha, mas estas fazem-me nojo. São previsíveis e simplórias. Doces mas demasiadamente servis. E o lobo anda aí!… Acho que todas as pessoas-ovelhas confiam num pastor fictício e nalguns cães pastores da vida. Não são capazes de abandonar do rebanho. Esse rebanho faz parte da sua protecção e por estranho que pareça, é esse rebanho a sua razão de existir.

Enfim, creio que sou uma ovelha desgarrada.