UE

Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho

Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça

Os sinos dobram em ocasiões especiais. Hoje ouço carrilhões que tocam intensas e vibrantes melodias. Meu espírito vibra ao som de pesados badalos que fazem o bronze do minha alma tremer, abalando toda a estrutura do meu ser e deixando todas as fibras do meu corpo ultra-leves.

Why don’t you stay
I feel lucky today
Give me a chance
and I’ll show you the way

I know some day you’ll be mine
you will know too
it’s a matter of time

Oh! Let me hold your hand
Please, let your heart beat again

You know I daydream of you
I’m so in love
it’s too good to be true

You make me smile
as I look into your eyes
My heart is full
like my very first time

It’s like I was born again
I just can’t say
how happy I am

Oh! let me hold your hand
Please, let your heart beat again

Happiness Cinema Rodrigo Leão

Kilas o mau da fita

De memórias suadas, carne mole, medos medíocres, vícios e nicotina, surge Kilas – aturdido pela pequenês do físico, tacão alto a deitar figura, de arrogância por medida.

Meditar no que nos enquadra a vida dá-nos sabedoria. Mas aquilo que me nos faz crescer é reconhecer os nossos erros e os aceitar como etapas de entendimento da vida e não como simples tropeções.

Sem errar torna-se difícil perceber o real valor de quando se tem sucesso. E disso ter consciência que como que uma criança que dá os primeiros passos anda tropegamente. Tropeça. Mas aos poucos vai ganhando o equilíbrio e caminha.


Mar  Eterno

Ao olhar-te, sinto a tua força desperdiçada num eterno ribombar de ondas e marés, mas que são a melodia que me tira a dor das feridas.

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta.

5-11-1932 por Fernando Pessoa

Recordo-me daquele calor abafante em que ao nos aproximarmos do hunting ground de areia, esboçávamos pateticamente os gestos de levantar os braços no ar, como se uma onda de estádio de tratasse. Era já um prenúncio de umas horas como lagartos incrustados nas rochas, aconchegando-se na grelhadeira, e buscando com olhos os assimétricos direcções diferentes, como se de refeições se tratassem.

Todas essas cinzas que esvoaçam, queimam-me a alma. Tudo arde, tudo está queimado.
Parece que nada vai restar depois de o fumo passar, a não ser o negro onde estava o verde.

Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.

O que eu julgava ser uma fase de travessia do deserto, tornou-se rapidamente num oásis muito amistoso. A Vida tem fases que nos encaminham para terrenos que nem sempre são os que queremos atravessar, mas reserva-nos trilhos alternativos.

Por vezes temamos em seguir por becos sem saída, batendo furiosamente com a cabeça num muro intransponível, pois achamos que voltar atrás no percurso é um retrocesso. Isso não é verdade, uma vez que há sempre uma encruzilhada que já passamos que podemos retomar e tomar outro caminho.

Não vale a pena insistir num caminho errado quando estamos perdidos. Mesmo num deserto… pois pode-nos levar a um oásis imenso em vez da morte na areia escaldante.

Era esta a música que não me saía da cabeça

You can sleep forever, but still you will be tired
You can stay as cold as stone, but still you won’t find peace
With you I feel I’m the meek leading the blind
With you I feel I’m just spending wasting time

I’ve been waiting
I’m still waiting
I’ve been waiting
I’ve been waiting
I’ve been waiting
I’m still waiting
I’m with you (with you)
It’s always one step too far
One step too far

You can walk too far but still you won’t be found
You can look down on the world but still you won’t find love
You won’t find love

Only with mellow
Are you thin enough to slide through,
Don’t let nothin’ ride u,
If the sun or the moon would give way to doubt,
They would immediately go out.
Only one swallow doesn’t make a summer
But u gotta start somewhere

I’ve been waiting
I’m still waiting
I’ve been waiting
I’ve been waiting
I’ve been waiting
I’m still waiting
I’m with you (with you)
It’s always one step too far
One step too far

I’ve been waiting
I’m still waiting
I’ve been waiting
I’ve been waiting
I’ve been waiting
I’m still waiting
I’m with you (with you)
It’s always one step too far
One step too far

By: Faithless