A ilha verde


A ilha verde foi um destino de fuga fabuloso e inesperado. Eu nunca tinha antecipado os Açores como uma rota de férias, mas fiquei surpreso por muitos motivos.

Antes demais seria a visitação ao maninho no seu constante degredo e auto-ostracismo insular, e por outro lado era mais uma aventura a dois num local de férias distante.
Logo deu para depreender que caíramos em desgraça perante o S.Pedro e que o Sol nunca nos estaria reservado, mas sim um abundante ar húmido e pincelado com bastante nuvens negras e até aguaceiros. Mas isso era o menos importante num cenário tão peculiar, plantado em pleno centro do Oceano Atlântico. Fiquei atónito com a imponência do azul, do verde florescente e pela relatividade do tamanho de S.Miguel.

Logo à chegada fui brindado pelas verdadeiras excitações dionizinas do meu maninho e praxado a rigor com minis a ponto de pensar se não estava a ter um dejá-vu pois a minha chegada à Madeira, há meia dúzia de anos atrás, tinha tido o mesmo inicio rocambolesco. Espantado fiquei por ser acompanhado com semelhante entusiasmo, e companhia de desacatos hepáticos. A factura foi muito pesada mas acompanhada de iguarias culinárias únicas que me valeram uns bons quatro kilitos numa semana.

Logo se seguiram as viagens turísticas exigidas quando se está num cenário tão espantoso. Mesmo ao volante de um boloide conseguimos correr o que eu considero ser uma das belezas naturais mais espantosas que consegui presenciar e apenas sei que nenhuma descrição poderá alguma vez traduzir a maravilha que se desenlaça no olhar.

E aquela invasão na retina de beleza numa verdadeira jangada de pedra fica na minha memória de bons excelentes momentos, de liberdade e consciência da vastidão do planeta terra e do maravilhoso Atlântico.


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