A Oeste nada de novo.


A Oeste repousa o mar, ciclicamente seguindo o passar das marés, ora calmo, ora bravo. Como num dos meus preferidos livros, éA Oeste nada de Novo , assim também retrato estes dias. Apesar de não haver notícias da frente Oeste, muito se passa nesta guerra esquecida e distante, tão próxima e tão pessoal. Dramas e vitórias intimistas se sucedem, sem alarido.

Gozo com satisfação o ambiente quente e momentos únicos em que a luminosidade, do amanhecer ou do fim de tarde, provoca cores únicas no cêu e no mar. Consegui aproveitar uma boa meia dúzia de vezes esses momentos excepcionais, onde talvez possa quase existir uma paz absoluta, numa praia deserta do entardecer.
A sós com as gaivotas, com a melodia infinita das ondas padecendo na areia, com um Sol já menos radioso, vou transportando-me para uma harmonia de calma interior que se me escapa durante o dia de labuta. São esses momentos que desvendam o véu que encobre o todo prazer de viver. Não trocaria isso por nenhum outro cenário, por nenhuma outra expectativa de existência.

Pergunto-me se não estou a descobrir uma espécie de verdade Zen, de reflectir na ausência de pensamentos, apenas levando a mente a apropriar-se e descobrir a realidade pura e simples que não vemos.


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