A última viagem é sempre triste para os que ficam. As exéquias são dolorosas, um espectáculo macabro de encontro dos entes queridos, carpideiras e demais abutres. O Domingo foi triste e conversar com um octogenário agora viuvo após 53 anos de casamento enchardo em Victan dando palavras de conforto numa sala cheia de antiguidades, enquanto a cápsula de madeira descia em Agramonte, não e um cenário que se deseje a ninguém.
Quando chegar a minha vez de ir em direcção à Luz quero ser cremado ao som das Valquirias de Wagner e que as minhas cinzas sejam levadas pelo vento onde o Douro beija o Atlântico. A morte é apenas mais uma etapa do ciclo da vida, talvez mais soturno e misterioso para os ocidentais contemporâneos.
Recear a morte é mais cómodo do que a não temer …