Local do crime


As minhas tardes de trabalho tem sido algo delirantes. Não sou, nem nunca serei um problem solver, pois não tenho ainda a calma e paciência de santo para gerir de forma mais ou menos sofisticada uma série de enigmas. Torna-se irritante deambular entre um número de incógnitas que vão crescendo à medida que vamos descobrindo mais variáveis. Como se o crime se adensasse à medida que conhecemos mais factos, que por sua vez soltam no ar mais questões por responder, num circuito vicioso.

No entanto dá-me algum prazer exercer um bocado a faceta inquisitória ao estilo metediço mas discreto de Hercule Poirot, mas infelizmente perco na impotência de não conseguir com toda aquela simplicidade desvendar aqueles terríveis mistérios tão deliciosamente britânicos da Agatha Christie. Esse desafio mostra-se esmagador para este detective de trazer por casa, pois os casos acumulam-se rapidamente e por cada vez que as células cinzentas vêem luz, outros dois estranhos desaparecimentos ou aparecimentos.

Seriamente eis-me a deambular com um caderninho nas mãos e a minha velha Palm para os cálculos e notas mais estranhas, tentado entender porque raios aqueles mastodontes de 120 kgs desapareceram, ou porque obra do diabo sobram aqueles geringonças cromadas. O local do crime fervilha de calor, envolto num mistério denso, e com personagens que usam demasiada diplomacia a responder ao meu pequeno inquérito. The perfect plot!

Estranho é sentir que às tantas desta vez o detective não tem a mais pequena pista e parece que todos os suspeitos tinham um alibi perfeito.
Só me falta o bigode meticulosamente retorcido e desvendar todos estes puzzles…

Sacré Bleu! Mon Dieu!


4 comentários on "Local do crime"


  1. Prefiro o Sir Arthur Conan Doyle…
    Elementar meu caro Watson, foram ratazanas gigantes, com genes de carregadores de pianos…

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  2. Bom o capitão Hastings é mais deliciosamente burlesco do que o insoço Dr Watson. Ademais a belle epoque é um quadro mais pujante e colorido que o victoriano, embora fosse bastante interessante ver o Holmes de pince nez e em jantares do jet set e o Hercule a injectar-se e a tocar violino.
    N´est pás mon cher ami?

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