São tempos estranhos. Afinal de contas cheguei às três décadas, o que faz deste vosso amigo um excelentíssimo trintão. Dantes não me visualizava a completar essa data algo cruel e até demasiado velha, e ao passo que o meu aniversário se aproximava, dei por mim a dar uma espécie de grito dos 20. De forma inconsciente, ou quem sabe consciente, assumi uma postura muito ao estilo quero lá saber, quero é aproveitar.
Decididamente acho que estou numa fase muito positiva, e tal como os gauleses de Asterix só posso recear que o céu me caia na cabeça… Tenho que voltar a afirmar que existe um padrão muito próprio minha fugaz existência:
- Ou está uma seca que transforma tudo num deserto ;
- Ou cai um diluvio que mete tudo debaixo de água ;
O ritmo desenfreado que mantenho, pode não ser muito saudável, nem a maneira como tenho lidado com os enormes imbróglios e confusões afectivas, ou avalanches de paixões. Mas é um ritmo, é uma batida cardíaca acelerada do gosto de viver e de tentar aproveitar. Sem constrangimentos ou remorsos, responsavelmente mas não sem dúvidas ou erros.
O medo de errar foi sempre o meu maior fantasma, mas neste período coloco esse medo num sótão bafiento e abraço sem pudor todos os erros e asneiras, desde que faça aquilo que o meu coração e consciência me ditaram.
Sem histórias do passado, nem grandes planos para o futuro. Não é revendo o passado e focando os Ses e os não Ses que se pode usufruir do presente nem Viver com V grande. Igualmente, não é planeando uma enorme táctica a meses ou anos de distância que a nossa vida vai mudar ou evoluir. Afinal somos uns bichinhos tão ínfimos e dependentes de tantas variáveis e tantas influências poderosas, que nem sempre podemos tomar as rédeas do caminho que vamos seguir daqui a uns anos. Por isso o ideal é navegar com terra a vista, focando a costa e modificando e adaptando a nossa rota, sempre que o vento muda a sua direcção e o relevo da costa e as ondas nos ameaçam.
E sendo assim, serei em breve, também um Pedro Álvares Cabral. A ver vamos…