Letras e Poemas
A horse is not a home
Oh god I think I’m dying,
And our drinks were just poured,
Look outside someone’s waiting,
With a yellow horseWith a hole in my heart I was s’posed to ride,
In morning traffic
With a golden hand by your fortress side,
But without magic
Somebody, somebody, somebody tell me,
It wont be long
Cause a horse is not a home,
A horse is not a homeUninvited to the play where language doesn’t hurt,
With nothing on my shirt
Sometimes I swim with you in a room that is ocean sized and clear
Not here where all I breath is smokeWith a hole in my heart I was s’posed to ride,
In morning traffic
With a golden hand by your fortress side,
But without magic
Somebody, somebody, somebody tell me,
It wont be long
Cause a horse is not a home,
A horse is not a homeWith a hole in my heart I was s’posed to ride,
In morning traffic
With a golden hand by your fortress side,
But without magic
Somebody, somebody, somebody tell me,
It wont be long
Cause a horse is not a home,
A horse is not a homeSomebody, somebody, somebody tell me,
It wont be long
Cause a horse is not a home
A horse is not a home
Letra e música dos
Miike Snow
«poema»
Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas do próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homemPor outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca
Spooky
Once in a while I need a friend
So why won’t you let me recover
It’s just a moment in your life
But sometimes we divide each otherMaybe we could find a time
Eliminate what’s on your mind
We’d do everything we could
Our presence in the neighbourhoodWe could break every rule
Anytime we wanted to
Don’t be afraid to live this way
Lets defend the things we sayI want to be up in the air
I could be anywhere
Tell me I’m wrong, at least till tomorrow
Set me free and I will followMaybe we could find a time
To elevate what’s on your mind
Recreate for me and you
A master plan just for twoWe could break every rule
Anytime we wanted to
Don’t be afraid to live this way
Lets defend the things we say
Elevate what’s on your mind
Eliminate what’s on your mind
Angela Adonica
Hoje deitei-me junto a uma jovem pura
como se na margem de um oceano branco,
como se no centro de uma ardente estrela
de lento espaço.
Do seu olhar largamente verde
a luz caía como uma água seca,
em transparentes e profundos círculos
de fresca força.Seu peito como um fogo de duas chamas
ardia em duas regiões levantado,
e num duplo rio chegava a seus pés,
grandes e claros.Um clima de ouro madrugava apenas
as diurnas longitudes do seu corpo
enchendo-o de frutas estendidas
e oculto fogo. Acontece que me canso de meus pés e de minhas unhas,
do meu cabelo e até da minha sombra.
Acontece que me canso de ser homem.
O que eu gosto
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe uma paladar,
Seria mais feliz um momento …
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural…Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva …O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica…
Assim é e assim seja …
I’m So Bored With The U. S. A.
Yankee soldier
He wanna shoot some skag
He met it in cambodia
But now he cant afford a bagYankee dollar talk
To the dictators of the world
In fact its giving orders
An they cant afford to miss a wordIm so bored with the u…s…a…
But what can I do?Yankee detectives
Are always on the tv
cos killers in america
Work seven days a weekNever mind the stars and stripes
Lets print the watergate tapes
Ill salute the new wave
And I hope nobody escapesIm so bored with the u…s…a…
But what can I do?Move up starsky
For the c.i.a.
Suck on kojak
For the usa
Fim de semana
Estirado na areia, a olhar o azul,
ainda me treme o parvalhão do corpo,
do que houve que fazer para ganhar o nosso,
do que houve que esburgar para limpar o osso,
do que houve que descer para alcançar o céu,
já não digo esse de Vossa Reverência,
mas este onde estou, de azul e areia,
para onde, aos milhares, nos abalançamos,
como quem, às pressas, o corpo semeia.
V
Faço V de vitória, porque hoje eu sou rei
Ao lado da rainha com que sempre sonhei
Feliz és minha?
Era tempo de sentir
Esse rescaldo de paixão
Num amor audaz e pleno
Cabal de fé e certeza
Fico sereno a sorrir
Abre-se o céu e o sentimento
Não chora mais o meu coração
Limpo-me do veneno
Passado de uma alma mártir
Bruscamente feliz
Sinto esse afecto
Dentro da contemplação
Esse Amor eterno.
Deixam-se as flores
As pétalas caem
E pergunto:
Feliz és minha?
Desafinado
Se você disser que eu desafino, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
Só privilegiados tem ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de antimusical
Eu, mesmo mentindo devo argumentar
Que isso é bossa nova, que isso é muito natural
O que você não sabe, nem sequer pressente
É que os desafinados também tem coraçãoFotografei você na minha Rolleiflex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar, viu!
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados,
No fundo do peito, bate calado…
No peito dos desafinados
Também bate um coração!
Tão Longe
Desta memória eu quereria dizer…
Tão apagada agora… quase nada resta
porque ficou tão longe, nos meus anos primeiros de ser homem.
Uma pele como de jasmim… Na noitede Agosto… Era de Agosto?…
Mal relembroos seus olhos…
Eram, suponho, azuis…
Ah sim, azuis. Azuis como safira.
O POETA E A LUA
Em meio a um cristal de ecos
O poeta vai pela rua
Seus olhos verdes de éter
Abrem cavernas na lua.
A lua volta de flanco
Eriçada de luxúria
O poeta, aloucado e branco
Palpa as nádegas da lua.
Entre as esfera nitentes
Tremeluzem pelos fulvos
O poeta, de olhar dormente
Entreabre o pente da lua.
Em frouxos de luz e água
Palpita a ferida crua
O poeta todo se lava
De palidez e doçura.
Ardente e desesperada
A lua vira em decúbito
A vinda lenta do espasmo
Aguça as pontas da lua.
O poeta afaga-lhe os braços
E o ventre que se menstrua
A lua se curva em arco
Num delírio de luxúria.
O gozo aumenta de súbito
Em frêmitos que perduram
A lua vira o outro quarto
E fica de frente, nua.
O orgasmo desce do espaço
Desfeito em estrelas e nuvens
Nos ventos do mar perpassa
Um salso cheiro de lua
E a lua, no êxtase, cresce
Se dilata e alteia e estua
O poeta se deixa em prece
Ante a beleza da lua.
Depois a lua adormece
E míngua e se apazigua…
O poeta desaparece
Envolto em cantos e plumas
Enquanto a noite enlouquece
No seu claustro de ciúmes.
A Hora Íntima
Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Quem, dentre amigos, tão amigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: Nunca fez mal…
Quem, bêbado, chorará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?
Quem jogará timidamente
Na terra um grão de semente?
Quem elevará o olhar covarde
Até a estrela da tarde?
Quem me dirá palavras mágicas
Capazes de empalidecer o mármore?
Quem, oculta em véus escuros
Se crucificará nos muros?
Quem, macerada de desgosto
Sorrirá: Rei morto, rei posto…
Quantas, debruçadas sobre o báratro
Sentirão as dores do parto?
Qual a que, branca de receio
Tocará o botão do seio?
Quem, louca, se jogará de bruços
A soluçar tantos soluços
Que há de despertar receios?
Quantos, os maxilares contraídos
O sangue a pulsar nas cicatrizes
Dirão: Foi um doido amigo…
Quem, criança, olhando a terra
Ao ver movimentar-se um verme
Observará um ar de critério?
Quem, em circunstância oficial
Há de propor meu pedestal?
Quais os que, vindos da montanha
Terão circunspecção tamanha
Que eu hei de rir branco de cal?
Qual a que, o rosto sulcado de vento
Lançara um punhado de sal
Na minha cova de cimento?
Quem cantará canções de amigo
No dia do meu funeral?
Qual a que não estará presente
Por motivo circunstancial?
Quem cravará no seio duro
Uma lâmina enferrujada?
Quem, em seu verbo inconsútil
Há de orar: Deus o tenha em sua guarda.
Qual o amigo que a sós consigo
Pensará: Não há de ser nada…
Quem será a estranha figura
A um tronco de árvore encostada
Com um olhar frio e um ar de dúvida?
Quem se abraçará comigo
Que terá de ser arrancada?
Quem vai pagar o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Escuridão (vai por mim)
Não estou com grande disposição
p’ra outra enorme discussão
tu dizes que agora é de vez
fico a pensar nos porquês
nós ambos temos opiniões
fraquezas nos corações
as lágrimas cheias de sal
não lavam o nosso male eu só quero ver-te rir feliz
dar cambalhotas no lençol
mas torces o nariz e lá se vai o soldizes vermelho, respondo azul
se vou para norte, vais para sul
mas tenho de te convencer
que, às vezes, também posso…ter razão!
também mereço ter razão
vai por mim
sou capaz de te mostrar a luz
e depois regressamos os dois
à escuridãoSe eu telefono, estás a falar
ou pensas que é p’ra resmungar
mas quando queres saber de mim
transformas-te em querubim
quero ir para a cama e tu queres sair
se quero beijos, queres dormir
se te apetece conversar
estou numa de meditare tu só queres ver-me rir feliz
dar cambalhotas no lençol
mas torço o meu nariz e lá se vai o soldizes que sou chato e rezingão
se digo sim, tu dizes não
como é que te vou convencer
que, às vezes, também podes…(Escuridão)
ter razão!
também mereces ter razão
vai por mim
és capaz de me mostrar a luz
e depois regressamos os dois
à escuridãoAtenção!
os dois podemos ter razão
vai por mim
há momentos em que se faz luz
e depois regressamos os dois
à escuridão
Há Dias
Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer :
com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.
Godiva
I waited for the train at Coventry;
I hung with grooms and porters on the bridge,
To watch the three tall spires; and there I shaped
The city’s ancient legend into this:
Devias estar aqui
Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um
– Eu vi a terra limpa no teu rosto,
Só no teu rosto e nunca em mais nenhum.
Eternamente Tu
O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão
O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção
Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós
Meu amor, o tempo somos nósO espaço tem o volume da imaginação
Além do nosso horizonte existe outra dimensão
O espaço foi construído sem princípio nem fim
Meu amor, huuum, tu cabes dentro de mimO meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
EncontrarA nossa história começa na total escuridão
Onde o mistério ultrapassa a nossa compreensão
A nossa história é o esforço para alcançar a luz
Meu amor, o impossível seduzO meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
EncontrarO meu tesouro és tu
Eternamente tu
Eternamente tu
Estação
Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinhoMuita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça