Ópio do povo


Na República das bananas a política está em segundo plano. No mesmo dia que um partido do chamado arco governativo apresenta o seu programa eleitoral o país vive com apreensão uma troca de treinadores de dois clubes de futebol da 2º circular.

Tudo se resume a uma contratação polémica e choruda de um individuo que nem sequer sabe falar a língua de Camões (apesar de materna)  mas que aparenta ter algum sucesso no campeonato português de futebol – um escândalo de vira-casacas clubístico para alguns. Essa questão ofuscou as iniciativas que o atual governo português tem para liderar o país nos próximos quatro anos  na próxima legislatura.

Talvez a maioria dos portugueses seja já demasiado cético em relação aos conteúdos programáticos, uma vez que desde que se vive em democracia esses programas raramente foram cumpridos parcialmente. Talvez o povo português encare os programas dos partidos políticos como literatura utópica onde se descreve um futuro risonho para Portugal com medidas de incentivo, crescimento e redução de impostos na economia e medias de proteção social alargadas, mas que passam rapidamente a letra morta após a campanha eleitoral e a tomada de posse do novo governo.

No fundo todos se habituaram as mentiras eleitoralistas e demagógicas que ficam bem no papel mas que nunca é preciso cumprir e por isso mais vale prestar a atenção ao ópio do povo.


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