expresso – 7


Dói-me perceber que o meu ânimo se esbarra numa parede de desgaste físico. É como se o amor e felicidade que me alimentam tão inabaláveis e fortes sejam roídos pela ânsia e o fogo da minha paixão que entorpecem os músculos.
Necessito o equilíbrio da suavidade, da calma, e não de correr sem correr, de viajar sem viajar, de percorrer sofregamente inúmeros quilómetros rumo ao aconchego de quem desejo e amo. Correr sim com a vontade quente mas não em anseio, como se tivesse o pavor que algo me fugisse por entre os dedos levando-me a uma exaustão estúpida sem sentido.
A distância mina-me novamente, tornando-me novamente um pendular, dividindo o meu estado físico em duas longitudes e o meu coração fixo onde encontra o calor.


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