Nova semana começa prometendo um Jantar já no ninho.

É estranho que qualquer rotina entranha-se em nós ao fim de pouco tempo, apesar de sabermos que não vale a pena ganhar o hábito. São tarefas que se repetem dia após dia e que vão tomando conta da nossa consciência a ponto de nos comandarem.

Estou sereno e calmo como desde há muito tempo não estava. Já nem me lembro da última vez que na minha vida apareciam tantas encruzilhadas e atalhos e o caminho se tornava tão tortuoso. Apesar disso os meus horizontes estão mais alargados e não peco por me aborrecer com as trivialidades ou obstáculos. Eles existem, estão lá mas não me perco a hesitar e a temer o caminho que vou pisar.

Há sempre luz ao fundo do túnel e estou a beber as minhas recordações do Ceará, crescendo de dentro para fora, sendo mais pleno, mais equilibrado, mais forte.
Li algures que ”o teu pior adversário és tu mesmo” – nada é mais verídico hoje.

Meu irmão vem da ilha das bananas e dos cubanos amanhã por um curto espaço de tempo. Vou poder vê-lo depois de três meses de saudades.

Uma vez escreveu-me uma frase que me abalou numa altura que eu estava prestes a ceder à loucura:

Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades mas não estará só.

Calmo e com uma pitada de praia q.b. era assim que eu desajava que fossem sempre os meus fins de semana.
Infelizmente quase que me dá RAIVA sabendo que J. , M. e o seu primo vão numa expedição de uma semana até às Asturias e este ano terei de faltar devido aos meus novos compromissos.

Porque é que o Pendurado me persegue? Felizmente a Força e a Estrela dominam num campo de espadas.

Quero falar com X hoje

Sinto que hoje vai ser uma correria…

Será que é desta que perco o pendular?
Tanta coisa para fazer e tão pouco tempo … e viva o stress e os enfartes!!!

O ninho toma formato, infelizmente só à custa do suor dos meus room mates. Nas traseiras Bob adormece melancólico mas compreensivo.

Só ontem reparei no quanto belo é o panorama das traseiras. Um verdadeiro cenário dos Jardins Suspensos da Babilónia que sobem a encosta íngreme empequenas gavetas com arvores diferentes e até exóticas. Antes as minhas vistas eram mais ao gosto de um voyeur do que de um psicótico. Agora vou poder dar deixar a minha imaginação fluir e viajar no passado respeitando os deuses-demónios. Lembrar-me de luxúrias já vividas de esravatura e de sacrifícios. Vou poder recordar-me de quando fui um semi-deus com poder sobre a vida de outros desgraçados com fome de sangue.

Bom vou-me embora que se faz tarde. Amanhã é sexta e já se recupera o animo …

Vou dar uma de psicótico para as ruas…

Atchimmmmmmm

ups .. isto tá mau… vai o terceiro Cegripe.
$$$$$$ ? Só mais tarde

Ontem foi um dia particularmente subterrâneo. A grande cidade reservava-me os prazeres do metropolitano, numa estação particularmente clara e hospitalar em que as escadas-rolantes vomitavam gente da sua garganta sem fim.

O Metro tem um fascínio particular sobre mim. As profundezas da terra transformam os vulgares citadinos em toupeiras mutuantes que transpiram medo e suam trabalho e pressa. O ambiente artificil da claridade falsa denota o espirito intemporal onde é sempre noite e tudo e todos estão em transito, indo para algum destino qualquer – qual o teu destino estranho?
Para onde vais e de onde vens?
Quem és tu que olhas para mim?

O time warp entre as estações é um vazio sem luz e sem lembranças.

No Bairro alto E. Ma. B. e C. estavam uma companhia exemplar apesar de batermos à porta de locais fora dos roteiros tristes. Foi divertido e uma novidade onde o alcool sangrou claro e doce…

A saudade e dúvidas apertam… A irmã falou-me nas suas esperanças renovadas que já não eram sem tempo. As curvas acabaram e estamos a chegar à recta. Seu esposo já tem raíz defenida e o Capuchinho Vermelho rui e sorriu.

Infelizmenet o meu nariz está como uma comporta cheia alheio ao tempo de Agosto. A minha cabeça estoura e o lenço é uma ferramenta de de trabalho…

A azáfama é diária e logo pela manhã chegam. São incansáveis e tentam fugir à miséria do país em que nasceram, uma pátria distante em que eram doutores que pedinchavam a sua sobrevivência e sentiam a fome nos estômagos dos filhos.
Aqui não são ninguém, quase inumanos, servindo como mulas de carga mas que ganham o sustento de toda a sua família para que não passem fome. Sonham em trazer a sua esposa e filhos quando juntarem mais umas centenas de contos que lhes sai do suor do parco salário que lhes pagam.

Fico espantado na quantidade de gente que se dá ao luxo de se passear. Passear na Net, na cidade, na praia , nas estradas…

Afinal… sinto inveja.

Estive novamente naquele santuário observando dois rebentos que chutavam a bola enquanto a gretada avó os guardava. Eram felizes… Ali o tempo não me toca e o espirito recarrega de sonhos e esperança o cigano malfadado.

Felizmente há amigos com que podemos contar. B. é um deles. Ma. e E. ainda estão grogues e Bob andou a assustar a vizinha.

Falei com a minha mana e o meu cunhado. Realmente as coisas estão a ruir como um castelo de cartas. Apesar disso é bom ouvir vozes amigas.

A lei de Murphy que tandos danos faz sempre se abateu sobre mim. Felizmente nada como um bocado de bom humor para colmatar os rios de azar.

Ma. e E. estão a trepar as paredes e Bob vai ficar sozinho enquantos os animais com 300 milhões de anos entregam a sua alma ao criador.

A Fauna que vejo no dia-a-dia está cada vez mais a afectar-me por me não afectar. Como é simples passar a ignorar e a hostilizar pelo desprezo aquelas pobres almas que se arratam nas tristesas que a big city reserva para nós. Estarei a tornar-me naquele ser plástico que usa a sua redoma social e desvia o olhar impávido? Talvez… ou tavez esteja a roer a minha própria alma por me seitir excluido e escorraçado nas raízes que sinto na minha terra Natal.

Ostracismo? Antipatia? Condenado à sombra longe da luz. Onde os cavaleiros de luz não me podem socorrer, nem os anjos chegam. Numa cave de miséria e de sofreguidão.

Volta…

Acordei numa nova casa. Estranho. Mas muito pouco confortavel para já.

Cada vez está mais estranha a grande cidade. Como me sinto um alien. Será uma questão de hábito?

Como é costume as 2ªs são terriveis e duras.
Como se não fosse suficiente hoje é dia da grande inauguração com Ma. e E. já a tratarem de limpar o pó. Conheci Bob mas este não me ligou nenhuma, pois estava a sofucar de calor e transpirando violentamente… pobre Bob.

F. estava particularmente bem disposta esta manhã… mau sinal!

O fim-de-semana foi repleto de coisas boas e também de algumas tristezas. Mas isso faz parte da vida de um psicótico normal

Como estava a espera ninguèm do Passado teve a ombridade de fazer o que tinha prometido… continuo à espera do tal telefonema.

mouseless
Estava com saudades. No Fim-de-semana o me rato dómestico pifou deixando-me incomunicavel…
Mas cá estou eu para mais um dia de labuta

Ontem estive com Marie. Fazia quase 8 anos que não via a minha primita francesa. Ça va?
Ela e o namorado, um gaulês de gema foram uma companhia muito agradável, apesar do Bertrand não entender patavina do português. Mas afinal as sardinhas assadas são uma linguagem universal…

É estranho como o tempo às altera alguns traços às pessoas. As expressões físicas e a personalidade mantêm-se.

Conto já as horas … A grande cidade vai dar a vez a um fim-de-semana que promete.

Viva la vita!

Por vezes há mentes puras e mentes imundas. As mentes puras são raras.
Sofrem. Sofrem por si e pelos outros.
Lutam. São sensíveis e perspicazes.
São espírito. Pensam. Buscam a sua felicidade e das dos outros. Querem dar mais do que recebem.

Depois existem as mentes imundas.
Só pensam em si. São materiais e egoístas. A minha roupa! A minha casa! O meu carro! Os meus livros! A minha viagem! A minha , o meu ,nunca o nosso , nunca dar.
São patéticas. Não entendem . São incapazes de sentir a dor dos outros. Julgam-se superiores.
Calcam os outros sem piedade. Ignoram o sofrimento dos outros. São fúteis. São superficiais. São servis. São lambe-botas e dessimuladas. Vivem de aparências.