eu
Que twittaste tu esta semana?
- Sozinho no Dragão na expectativa de ver um bom jogo #
- O Carlos Castro sempre me pareceu um personagem odioso. Se não o fosse porque necessita de um detective para investigar ameaças contra ele? #
- Afinal a questão não é se o FMI vai ser chamado a intervir em Portugal mas quando. Em Fevereiro, Março ou Abril? Façam as vossas apostas! #
- Questiono-me qual a utilidade de fazer uma operação STOP às 8 da manhã em frente a uma escola secundária… #
- Late afternoon francesinha #
- Melhor não pode ser : pneu furado com dores nas costas! #
- @fmt tens razão… mas não teve piada na altura… 😉 in reply to fmt #
- A estranha arte de escolher um par de pneus novos é muito aborrecida. #
Miller na mente
Estou a ler novamente Henry Miller. Nunca um escritor me deu simultaneamente tanto prazer e repulsa nos seus textos efervescentes de vida.
Um dos problemas da leitura deste deus da literatura é que não se pode ficar indiferente à corrupção da mente e holocausto da banalidades que nos são introduzidas página após página. Miller consegue transmitir o ódio à hipocrisia da sociedade e semear um sentimento de rebeldia visceral até num cordeiro como eu.
Trópico de Câncer está ainda mais pesado para a minha mente que o poderoso estalo que recebi com Trópico de Capricórnio, deixando a nu uma Humanidade deprimente e sempre deixando a sexualidade cavalgar desenfreada. E tudo num cenário de crise da Grande depressão, o que me recorda que nas alturas de crise se transcendem os limites da da bondade assim como da maldade dos homens. As revoluções nascem da miséria assim como a fome e o desespero são os catalisadores das mudanças mais radicais e profundas.
Eu prefiro o Porche
“Não sei para que é que querem gastar dinheiro no TGV se podem perfeitamente oferecer um Porsche a cada português gastando menos”.
Luís Campos e Cunha, ex-Ministro das Finanças
Uma questão histórica
A história repete-se novamente. A lei do eterno retorno é inexorável. Sempre o foi. O meu computador ficará sempre avariado na pior altura. O IVA subirá sempre no auge da crise. Portugal perderá sempre com a Espanha quando é um jogo decisivo de futebol.
É matemático.
2666
Acabei de ler 2666 de Roberto Bolaño. Fiquei esmagado com a prosa póstuma deste escritor, que deixou esta obra-prima inacabada, porém limpa e brilhante.
Há muito que não lia um livro tão irreverente e pojante de conteúdo, levando a literatura moderna a novos limiares. Não conseguia parar de ler este livro que consegue aliar a beleza à claustrofobia de uma cena de terror em inúmeros capítulos, sem inibições e descarregando uma corrente inesgotável de personagens únicas e inesquecíveis. Bolaño tornou-se imortal neste livro com um nome tão estranho quanto inexplicável para quem não leu mais nada deste escritor.
Crise
Em tempo de crise o descontentamento aumenta, assim como a pobreza e os impostos. Porém neste país a beira-mar plantado, parece que há sempre razões mais interessantes para serem alvo de preocupações. Podemos estar a beira da falência do estado mas é mais importante o debate do casamento gay, os impostos vão subir e penalizar fortemente a classe média, mas o Papa Ratzinger veio ver a malta e todos contentes ficamos com as tolerâncias de ponto.
Parece patético, mas a pura realidade é que a sociedade está doente, assim como a politica e e economia. Pior, parece que vivemos nos últimos dias do absolutismo francês logo antes da revolução francesa. Com a taxa de desemprego a atingir os 10%, a bancarrota à vista, conseguimos dotações para os partidos políticos (pagas pelos contribuintes) de 90 milhões de euros, e quando se vão fazer cortes radicais nas despesas operacionais dos hospitais, vai ser adaptado um salão na Assembleia da República que permite que os deputados possam fumar no valor de 300.000 euros. Mais vergonhoso ainda, vamos comprar dois fabulosos submarinos e construir uma linha de TGV por um número ainda não determinado de dezenas de biliões de euros, mas temos que subir os impostos para os bens alimentares, e sobre os salários penalizando os pobres mais directamente…
Muito semelhante ao pré Revolução Francesa. Acho que Portugal esta a precisar de umas guilhotinas.
Pra ver a banda passar
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Algures na mente
No passado assumi que seria apenas uma questão de encontrar os eixos para que a minha vida se endireitasse. Porém não foi tão fácil assim. Não havia na minha consciência qualquer discernimento no que tocava aos meus objectivos. Estava sem rumos portanto.
Foi preciso passar as passas do Algarve e bater com o nariz em muitas portas para perceber que a minha motivação imediata não me leva a nenhum ponto em concreto, mas sim e apenas me levava a correr e estrebuchar em desafios sem metas à vista.
Foi preciso cometer erros de palmatória, ser um mentecapto nos relacionamentos e hipotecar muitos dos meus princípios para compreender que a vida e o destino estão nas nossas mãos mas que não nos caem do céu. Se em muitas frentes já não consegui reerguer a obra, noutras frentes, qui ça, as mais importes na Vida consegui mostrar obra.
E algures na mente ficam novas obras em projecto, para em breve meter mãos à obra, na certeza porém de que não há certezas.
O Fim da Linha
Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa.
Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo.É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade.
Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência.Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público.
Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Texto Escrito por Mário Crespo que foi censurado pelo Jornal de Noticias dia 1 Fevereiro de 2010
Porto
O ano que começou permanece com um insuportável clima britânico de constantes chuvadas. Tal afecta o meu córtex deprimindo-me consideravelmente. Resta-me uns bons momentos num fim-de-semana tão memorável, em família e com os meus grandes compinchas da juventude.
Mesmo na intempérie é possível encontrar portos seguros e boas recordações renovadas que nos ajudam a levar o barco a bom porto.
Menina da Ria
Uma moça
De lá do outro lado da poça
Numa aparição transatlântica
Me encheu de elegante alegria
( Ai, Portugal, ovos moles, Aveiro )
Menina da Ria
Menina da Ria
Menina da Ria
E uma preta
( Parece que eu estou na Bahia )
Tão Linda quanto ela, dizia
No seu português lusitano:
“Pode o Caetano tirar uma foto?”
Menina da Ria
Menina da Ria
Menina da Ria
Arte Nova, um prédio art-nouveau numa margem
Em frente à marina-miragem:
Os barcos na Ria. E depois
Uma taça sobre o pubis glabro, um estudo
Nenhum descalabro se tudo
É sexo sem sexo em nós dois
Menina da Ria
Menina da Ria
Menina da Ria
Recordar
Actualmente ninguém tem tempo para reclamar amizades antigas, apenas se guarda numa agenda complicada um hipotético jantar de Natal onde os convivas recordam façanhas de há mais de uma década. Porém isso é a ordem natural das coisas, uma vez que o passado é algo que apenas persiste nas memórias e no presente há uma vivência nova.
A minha geração demorou a crescer, com a ideia do el dourado económico e profissional dos idos anos 90. Pensava-se que tudo seria um mar de rosas e haveriam empregos de topo para todos os que ficassem com o canudo. Não havia pressas e a vida (boa) era para aproveitar e assim decorreu a mentalidade da época. Hoje os trintões não se podem dar ao luxo de continuar com uma mentalidade tão tacanha. Como um amigo observou, um livro lido em noventa teve outro sabor, quando lido agora, com outra maturidade. Talvez tenhamos mais critérios, talvez haja mais sapiência, ou simplesmente estamos verdadeiramente velhos demais para ser tocados por coisas inconsequentes. É passado. Já foi. tempos idos.
Está tudo ligado…
Ao entrar no espaço aéreo chinês, ele estará com 90 discos voadores e já terá ordenado que 45 de seus 90 discos voadores impeçam que Al Gore (que auxilia a Lúcifer) domine o Tibete. Enquanto ele (Jiang Zemim) com outros 45 discos voadores partam em defecção a nave Monte 3 para dar proteção aos 88 discos voadores de Nossa Senhora de Fátima (Maria III), que objetivava descer a Terra.
Excerto da A máquina
horóscopo X
-250 OPO Saturno – Sol
Aspecto negativo: Sente-se enfraquecido, em baixo de forma, não se sente bem e é incapaz de agir ou de cumprir qualquer tarefa. Sente-se deprimido de se ver neste estado. Tudo vai mal, sente-se contrariado com tudo.
Terá que vencer obstáculos que, durante este trânsito, podem parecer-lhe intransponíveis. Está com pouca sorte e deixará passar boas ocasiões, estará só para enfrentar todos os seus problemas sem ter alguém com quem contar.
Terá dificuldades para enfrentar as suas responsabilidades profissionais.
Não é uma boa altura para pedir aumento ao seu patrão. É melhor não se fazer notar durante este período. Tente passar despercebido. É a altura ideal para ir de férias para o campo.
O regresso de férias
O regresso de férias é sempre um processo traumático que no meu âmago tem sempre o mesmo impacto aterrador. Talvez eu mereça o epíteto de preguiçoso ou mandrião, mas há uma boa meia dúzia de anos que voltar ao trabalho não é motivo de alegria.
Esmagado em Roma
Faz um par de meses que estive na cidade eterna. Confesso que como amante de História visitar Roma, mesmo que de rompante, mexeu com os meus alicerces de conceitos e percepção do que é a Humanidade, a Moral e a Ética. A cada esquina à a sensação de total esmagamento face a monumentos tão sumptuosos e que se perdem na raiz dos tempos.
A expressão umbigo do mundo tem de facto alguma razão de ser, pois ao fim ao cabo, toda a civilização ocidental está baseada nos princípios culturais judaico-cristãos que estão ali explicados, pedra após pedra. A forma como os romanos deixaram as suas marcas e como acolherem uma religião escolhida e polida por um dos seus imperadores diz tudo do que foi o poder, que ainda emana apesar da decadência prestada pelos séculos. A caducidade do Vaticano, permanece apoteótica e ostensiva em cada esquina. Cada igreja pavoneia incríveis obras-primas de dois mil anos até ao século XIX com a mais perfeita desfaçatez.
Senti-me como oprimido com todos os recantos da Roma antiga grafitados por nomes de papas e cardeais que tentaram imortalizar os seus nomes em todos os monumentos à imagem do que os imperadores romanos faziam. As custas de fortunas recolhidas pelos crentes ao longo de séculos, sustentando uma opulência desmesurada dos chefes de uma igreja. Curiosos que existem passagens nas escrituras onde taxativamente não são bem-vindas riquezas e ostentação. Mas o gajo dos sapatos vermelhos e que sabe e manda. Isso abalou-me. Fez-me sentir roubado e expropriado de uma fé, algo franciscana, algo que em Roma não se pode nem deve procurar. Apenas se pode ficar triturado perante o peso e beleza dos palácios, dos obeliscos e das colunas. E gostei. Explicou-me muito do passado.
Aprendendo
Aproxima-se o Verão e com ele novas etapas. O mundo muda e a vida acontece quando tentamos racionalizar um pouco o nosso meio , talvez por isso exista um permanência um lag , uma dessincronização, entre a nossa capacidade de interiorizar os acontecimentos importantes da nossa vida e actuar de acordo quando ocorrem novos eventos. Por isso considero que cada vez mais a vida tem que ser instintiva o mais possível e não planeada segundo valores pré definidos.
Talvez por eu ser uma estranha simbiose entre um romântico encartado e um filosofo de trazer por casa, gosto de aliar conceitos inverosímeis – como encontrar alguma lógica nos comportamentos humanos e simultaneamente defender a paixão de Viver. Porém quando me dou conta, construo uma manta de retalhos de concepções e hipóteses de fundamentos. Isso leva-me a acreditar que muitas ideias que vulgarmente considerava imutáveis são de facto castelos de cartas e que segundo um filosofo ancestral – Sócrates – nos devemos colocar como eternos aprendizes.
A mutabilidade da vida parece ser a única constante da existência. E isso demora a ser apreendido. E este Verão quero aprender muitas coisas sobre a vida, nas aulas do bem lindo rebento.
Tempo escasso
O tempo é escasso, um pensamento constante inevitável a quem já ultrapassou a casa dos 35. Mas a raridade actual de momentos disponíveis não se deve há idade ou à rotina. Deve-se antes ao facto de estar a Viver a vida.
horoscope
-232 OPO Saturno – Sol
Aspecto negativo: Sente-se enfraquecido, em baixo de forma, não se sente bem e é incapaz de agir ou de cumprir qualquer tarefa. Sente-se deprimido de se ver neste estado. Tudo vai mal, sente-se contrariado com tudo.
Terá que vencer obstáculos que, durante este trânsito, podem parecer-lhe intransponíveis. Está com pouca sorte e deixará passar boas ocasiões, estará só para enfrentar todos os seus problemas sem ter alguém com quem contar.
Terá dificuldades para enfrentar as suas responsabilidades profissionais.
Não é uma boa altura para pedir aumento ao seu patrão. É melhor não se fazer notar durante este período. Tente passar despercebido. É a altura ideal para ir de férias para o campo.