gin


Não se poderia desejar mais nada. Nada, pois a perfeição estava ali.





Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.

I read it in a magazine
I don’t wanna see it again
I threw away the magazine
And looked for someone to explain
I don’t wanna look back
I can’t look around
I don’t wanna see it coming round

Listen to the ups and downs
Listen to the sound they make
Don’t be scared when it gets loud
When you’re skin begins to shake
’cause you don’t wanna look back
You gotta look tall
You gotta see those creeps crawl

I know you know
I know you know

I can see you’ve got the blues
In your alligator shoes
Me, I’m all smiles
I got my crocodiles
I don’t wanna look back
I can’t turn around
I don’t want to see it coming down

Met someone just the other day
Said wait until tomorrow
I said, hey what you doing today
He said, I’m going to do it tomorrow
Met someone just the other day
Said wait until tomorrow
I said, hey, what you doing today
I’m going to do it tomorrow

Everybody makes mistakes
but i feel alright when i come undone
you are not making me wait
but it seems alright as long as something’s happening
i try to make you late
but you fighting me off like a fire does
you try making me wait
but it feels alright as long as something’s happening

get your payments from the nation
for your trials and tribulations

you try to make me wait
you come around when it’s come undone
everybody makes you late
and it’s never you because you’re always thinking
i try making you wait
and give you me some like you give it good
everybody makes mistakes
but it seems it’s mine that always keep on stinging

get your payments from the nation
for your trials and tribulations

get your payments from the nation
for your trials and tribulations

you try making me wait
but you come undone when you come undone
everybody makes mistakes
but it’s always mine that seem to keep on sticking

get your payments from the nation
for your trials and tribulations

get your payments from the nation
for your trials and tribulations

get your payments from the nation
for your trials and tribulations

get your payments from the nation
for your trials and tribulations

letra e música de LCD Soundsystem


E o mar bate na rocha repetidamente num entardecer frio. O mar insiste na maré que nunca acaba, seguindo o ciclo eterno até que a pedra fique areia.



Cloudy Day, original de QsySue.

Às vezes o céu azul está cinza e brilha esplendorosamente.

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : ”Fui eu ?”
Deus sabe, porque o escreveu.

É me difícil imaginar que sou responsável por fazer sofrer alguém, seja lá por que razões forem. Quando sinto que as minhas acções não despoletaram nada de positivo nos meus entes queridos, isso deixa-me no mínimo entristecido.

O pior é quando se sente que as nossas opções apenas trouxeram desilusão e tristeza a quem nunca deveríamos trazer qualquer sentimento a não ser a felicidade. A sensação de se olhar no espelho e ter-se como um Otelo, ou uma Hidra sem coração dá-me um desejo compulsivo de me auto-flagelar, encharcado na vergonha de não estar à altura de decisões difíceis que estupidamente preferi adiar, e que como nestas situações se tornaram numa bomba-relógio com consequências trágicas e fatais.

De nada me serve denegrir-me, ou fazer um acto de contrição, mesmo tendo remorsos sinceros. É necessário arcar com as consequências, sentir o peso da responsabilidade e estar à altura, subir ao banco dos réus e ouvir o juiz a proferir a sentença que o nosso crime exige. Aceitando esse julgamento e respectiva pena, seja ela severa ou branda.

montanha russa

É reconfortante sentir que estou numa montanha russa de dimensões épicas, capaz de em questões de minutos levar-me desde o quinto dos infernos até ao sétimo céu .

Todos esses impactos gravitacionais e goladas de adrenalina, fazem-me ter consciência que tenho sangue a pulsar nas minhas veias, à medida que subo vertiginosamente e desço abruptamente.

Faz-me viver, sentindo a comoção acelerada, repleta de bombadas de sangue a ferver, arrepiado e tremendo pela deslocação arrebatadora que tanto desejo.

I am a passenger
And I ride and I ride
I ride through the city’s backside
I see the stars come out of the sky
Yeah, they’re bright in a hollow sky
You know it looks so good tonight

I am a passenger
I stay under glass
I look through my window so bright
I see the stars come out tonight
I see the bright and hollow sky
Over the city’s a rip in the sky
And everything looks good tonight

Singin’ la la la la la-la-la la
La la la la la-la-la la
La la la la la-la-la la la-la

Get into the car
We’ll be the passenger
We’ll ride through the city tonight
See the city’s ripped insides
We’ll see the bright and hollow sky
We’ll see the stars that shine so bright
The sky was made for us tonight

Oh the passenger
How how he rides
Oh the passenger
He rides and he rides
He looks through his window
What does he see?
He sees the sided hollow sky
He see the stars come out tonight
He sees the city’s ripped backsides
He sees the winding ocean drive
And everything was made for you and me
All of it was made for you and me
‘cause it just belongs to you and me
So let’s take a ride and see what’s mine

Singing…

Oh, the passenger
He rides and he rides
He sees things from under glass
He looks through his window’s eye
He sees the things he knows are his
He sees the bright and hollow sky
He sees the city asleep at night
He sees the stars are out tonight
And all of it is yours and mine
And all of it is yours and mine
Oh, let’s ride and ride and ride and ride…

Singing…

We’re charging our battery
And now we’re full of energy
We are the robots

We’re functioning automatik
And we are dancing mechanik
We are the robots

Ja tvoi sluga (=I’m your slave)
Ja tvoi Rabotnik robotnik (=I’m your worker)

We are programmed just to do
anything you want us to
we are the robots

We’re functioning automatic
and we are dancing mechanic
we are the robots

Ja tvoi sluga (=I’m your slave)
Ja tvoi Rabotnik robotnik (=I’m your worker)

We are the robots

NO STRESS pós-traumático

2 – Realidade redescoberta

Umas boas férias reflectem-se não no tempo em que estivemos ausentes, mas sim nas mudanças que encontramos quando chegamos. Quando digo mudanças não me refiro só ao que se passou na nossa ausência, mas também na forma como encaramos aqueles pequenos pormenores, que dantes podiam passar completamente despercebidos ou originarem grandes dores de cabeça.

Os nossos sentidos estão carentes, sôfregos, alertas, depois de vários dias de estímulos contínuos e não se deixam iludir por situações repetidas. É como um jogo de descubra 10 diferenças, que dantes passaria ao lado e agora a vista vai certeira a todas as pequenas modificações. É esse contexto que me ajuda a recuperar de uma peregrinação inesquecível: recuperar uma realidade que deixamos esquecida, cinzenta de estar tão desgastada e que de repente está de novo com cores garridas.

A redescoberta do nosso quotidiano, o retornar aos locais comuns pode ser feita com prazer, saboreando e usando uma nova perspectiva de uma grande angular que nos permite uma visão nova da nossa parca rotina e reduzido território.

Por isso quero ser um peregrino eterno, para me descobrir, e para redescobrir tudo e todos os que me rodeiam.

Adiar decisões é um defeito que me é apontado muitas vezes. Concordo inteiramente que muitas vezes não sou capaz de bater com o murro na mesa e impor uma vontade ou um desejo, optando e fazendo um escolha.
É sempre mais simples a adiar a decisão e congelar no tempo uma via, um caminho, para mais tarde o seguir.

No culminar de tempestades e bonanças que me rodeiam nestes últimos dois meses, fiquei perante demasiadas encruzilhadas para que o meu espirito indeciso e medroso se pudesse decidir por uma direcção a tomar. É como apanhar um taxi e tentar seguir do ponto A ao ponto B de uma grande metrópole, sem mapa ou indicação do destino.

Agora imaginem que não sei sequer qual o ponto para que me quero dirigir: podia ser também o ponto C, o D e também E.
Perdido é a palavra correcta para identificar onde estou, e para onde não sei se quero ir. Um dilema mórbido, repleto de pontos de interrogação, enquanto o taxista irado deixa o táximetro a contar, olhando-me de esguelha.

Neste momento estou num limbo. Ou talvez o desejasse estar. Sem a ampulheta a contar os grãos de areas que se esgotam, motivo preocupações e decisões apressadas.
Estaria no quarto vermelho, na esfera paralela dos medos de Twin Peaks, expiando as minhas magoas e paixões, soluçando sem parar e apenas aguardando o momento que o Bob Psicótico me libertasse.

– O meu braço direito fazia-me pecar e por isso peguei num machado e o cortei. – dir-me-ia.

Depois o anão segredaria-me ao ouvido:
– Mednerp et sale merdup es. Marepse e It de meir arara a e onacut o. Arap oan eugnas o sam oaratse satrela. Sahlocse sa ut que rarepse oav oan sale.

Num limbo até que tudo entrasse nos eixos e eu regressasse pleno de energia e alegria na alma.

Sou um navio que atravessa uma tempestade de emoções.
Os ventos da paixão sopram bruscamente e as ondas das emoções são vagas encrespadas.

Não antecipei os sinais da tormenta nem vi as gaivotas fugindo para terra. Estava um dia calmo, céu azul.
De repente veio uma brisa fresca e o céu encobriu. Mesmo antes de pensar em traçar uma rota para o porto de abrigo mais próximo, já trovões ribombavam e o mar encrespava. Eis que recolho as velas, visto o impermeável à pressa e já o vento uiva furioso e a água começa e cair das alturas em jorros.

Não entro em pânico, e tento dominar um medo terrível de ser tragado pelo mar. As ondas são já enormes.
Todas as ancoras são lançadas com esperança da rota traçada pelos elementos não me esmagar contra os rochedos em terra. Sem fuga preparo-me para enfrentar o centro da tempestade que se forma cada vez mais assustador. Avisto o tufão formando-se e com toda a esperança que me sobra, finco as mãos no leme com toda a força que encontro. Não será o temor da tempestade que me irá salvar. Nem tão pouco a minha vontade de sobreviver aquela tempestade assassina de marinheiros. Apenas o destino

Um lobo-do-mar sabe que as grandes tempestades não escolhem vítimas, nem reclamam sangue. Apenas se revelam quando menos se espera, como um teste dos elementos à coragem dos homens em navegar e desafiar o vasto oceano. Só os grandes homens do mar lhes podem resistir, mas no fim são as tempestades que os poupam, por serem valentes, ou os levam apenas por prazer.
Naquele momento que o navio trepa as vagas, descontrolado, apenas tentando enfrentar aquelas paredes de água salgada para não adornar e ser engolido pelo mar. Sei que parte da carga já está irremediavelmente perdida, mas isso sempre foi um risco que todos os marinheiros têm que assumir.

Seguro o leme com afinco e perseverança. Já não temo o tufão que se aproxima. Estou forte, mas sei que a minha vontade não me poderá salvar do destino.
Se Neptuno me quiser, assim será. Senão serei recompensado pela bonança e um porto seguro onde me esperam mil sonhos.
E tudo a tempestade decidirá, e tudo o tempo desvanece. Mesmo as grandes tempestades.