liberdade

Sou amigo do Mário Crespo há muitos anos e tenho-o na conta de um homem independente e sério, o que não significa que partilhe muitas opiniões com ele, ou que entenda que ele é um modelo de jornalismo. Também não acho isso de mim próprio, ou de ninguém em particular.

A liberdade é a coexistência de modelos e não a imposição de um em concreto.

Ao longo de mais de 30 anos de carreira jornalística – e nesse particular sou mais antigo do que o Mário – não me lembro de um cronista ser dispensado depois de a crónica estar pronta a ir para a oficina. E o que isto significa é que os limites da liberdade estão mais apertados do que nunca.

Tenho o director do JN, José Leite Pereira, na conta de um bom profissional e de um homem independente e sério. É jornalista há muitos mais anos do que eu, tem uma experiência considerável. Não creio que ele se impressione com uma crítica a Sócrates, como não creio que ele exigisse gratuitamente a Mário Crespo uma confirmação independente de fontes. Provavelmente, não o faz (nenhum de nós o faz) quando, em vez de Sócrates, está um outro cidadão qualquer em causa.

Porém, no caso do primeiro-ministro as palavras são relevantes, já que proferidas por quem tem a responsabilidade do poder executivo neste país. É certo que a conversa pode ser considerada privada, mas é igualmente certo que o bom-nome de Mário Crespo foi atacado de forma pública, ou jamais seria ouvida por circunstantes que nada tinham a ver com a conversa.

O que se passa, então?

Posso tentar avançar uma explicação: Mário Crespo tornou-se incómodo para Sócrates (e até para Cavaco, que denunciou em algumas crónicas), e a sua incomodidade estava a deixar o próprio José Leite Pereira numa situação difícil. Por isso o director do JN recorreu a um excessivo escrúpulo jornalístico para resolver a questão. E decidiu não publicar a crónica.

Não posso condenar José Leite Pereira, não é do meu timbre julgar os outros. Apenas posso dizer que este é o panorama da nossa Comunicação Social: Grupos que dependem do poder do Governo, patrões que pressionam directores e editores até à exaustão, cronistas afastados por serem incómodos e uma multidão de lambe-botas que, prudentemente se cala ou arranja eufemismos para tratar a questão.

Tenho em comum com Mário Crespo o facto de trabalharmos num grupo onde nada disto acontece (felizmente não será o único). Talvez não estejamos inteiramente preparados para o mundo ‘lá fora’, onde as palavras têm de ser medidas, onde não se pode escrever preto no branco, como aqui faço, que Sócrates é o pior primeiro-ministro no que respeita à Comunicação Social; o único que telefona e berra com jornalistas, directores, com quem pode. O único em que nestes mais de 30 anos que levo de vida jornalística, se preocupa doentiamente com o que dizem dele, em vez de mostrar grandeza e fair-play com o que de errado e certo propaga a Comunicação Social.

Lamento dizê-lo, tanto mais que é nosso primeiro-ministro e seguramente tem trabalhado muito e o melhor que sabe.

Mas é a verdade, e num momento destes a verdade não se pode esconder.

Henrique Monteiro in Expresso

As fronteiras que delimitam os nossos movimentos podem ser prisões. Durante muito tempo deixei que a minha liberdade individual fosse reprimida, ou por assim dizer, que me colocassem grilhões contra a minha vontade.

Hoje sei que não permito que existam barreiras que me comprimam e me roubem o espaço vital que necessito para Viver. Acredito piamente que o destino somos nós que o fazemos, e que se baixarmos os braços os nossos horizontes rapidamente ficarão encurtados, ou pior, ficaremos reféns de estabelecimentos prisionais que nem sequer tentamos fugir. Não quero mais ser escravo das ideias preconcebidas nem da inércia rotineira.

É pena que demorasse tanto tempo a aperceber-me disso.

Sentindo o vento zumbindo nas minhas orelhas, agrada-me a sensação de perigo, quando percorro a linha do neo-eléctrico que está a ser construída entre a minha cidade e a minha praia.

As obras ainda estão atrasadas, mas as lages mal assentes das valas permitem-me atingir uns ofuscantes 30 km/h numa largura de 70 cm durante quilometros. A adrenalina consome o passeio onde nem sequer posso tirar os olhos da frente enquanto pedalo freneticamente.

É uma sensação única de liberdade e risco. Um salto em falso e só no outro dia de manhã poderão ver os meus ossos todos quebrados. Mas não consigo resistir.

Olá!
Cá estou eu a dar um ar da minha (des)graça!

A única constante da vida é a mudança….
Nada mais verdadeiro, nada menos real….

Pois embora a monotonia nos esmague e nos mate pouco a pouco, a verdade é que a tudo nos podemos habituar e a tudo nos podemos conformar….

Felizmente há quem tenha o único hábito de viver.
Plenamente e com sentido!
Na mudança, um das expressões da Liberdade.