pequena coisa
A vida é bela quando eu posso apreciar cada pequena coisa.
A vida é bela quando eu posso apreciar cada pequena coisa.
«Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que toda a nossa vã filosofia»
Já o dizia Shakespeare. E com toda a razão. Talvez com o passar dos anos e do amadurecimento do corpo a alma também se torne adulta e procure os porquês internos que na juventude parecem melodramas de fé e crenças. Esses porquês levam a mudanças do entendimento do que somos e do que queremos. Podemos ter o sucesso de carreira, a satisfação amorosa, o regozijo de ter uma nova família, mas fica ao ponto de interrogação. O que é?...
Nessas deambulações tive a sorte e talvez o azar de muito cedo ter um destino taçado com um enorme borrão de tinta que me abalou as fundações. A certeza de que há algo mais que o existo porque penso, foi me imposta numa casualidade que me (quase) tirou a vida quando tinha apenas 14 anos. Nessa altura tive a noção que segundos podiam ser eternidades, a eternidade se condensava num único instante e que as certezas do desenlace eram tão fortes, tão convictas quando regressei que sabia que aquela luz não era um alucinar de um cérebro em débito distólico.
Posso ter sido uma ave com a asa quebrada (quase literalmente) mas segui inúmeros caminhos desde então, quase sempre atalhos mal pensados, fugindo e enterrando parte do que sou e fui para tentar não enfrentar o infortúnio que no fundo era também uma dádiva. Seguia um carpe diem irreflectido, como um adolescente que sente que lhe roubaram a adolescência e que persegue mil e um engodos.
Hoje sinto o quanto foram bons estes 25 anos de aprendizagem, de tentativas e erros. De como tantas asneiras (que ainda hoje as cometo) me tornam cada vez um bocadinho menos ignorante. Vejo a pouco e pouco aquela luz que vi faz 25 ou 26 anos. Ela brilha e traz consigo aquela paz e as respostas que me recusei a procurar e que hoje vou encontrando a cada dia que passa, em especial nos sorrisos dos meus filhotes. Um dia talvez perceba que luz é essa. Até lá quero crescer e ajudar no pouco que possa outros a descobrir que …
«Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que toda a nossa vã filosofia»
Um novo ano se inicia, marcando um ciclo diferente que começa. Talvez porque tenho já alguns cabelos brancos ou porque eu sinto o misto de alegria e peso da responsabilidade de ser pai de duas ternas almas, sinto que estou numa fase mais madura.
Neste ciclo complicado, muitas portas se fecham, muitas oportunidades são aparentemente perdidas. Acredito piamente que quando o Destino nos coloca entraves e dificuldades apenas estamos a entrar num novo ciclo, que no aparentemente nos parece negro. Abrindo bem os olhos existe sem uma luz ao fundo do túnel. E isso nem mesmo a crise economia pode esmagar.
Muitas vezes usamos padrões de felicidade que nos foram impostas, ou melhor, incutidas repetidamente pelos vendilhões do templo. O sucesso, a fama e a felicidade não devem ser quantificadas em dólares como sempre nos publicitaram. O exterior reluzente não e fonte de prazer e alegria. São apenas euforia passageira que não traduz o vazio intrínseco que a acompanham.
Neste mundo tão materialista e capitalista em falência talvez seja tempo de nos debruçarmos sobre nós próprios e investir no verdadeiro enriquecimento e dar aos nossos próximos o que nós temos de mais precioso: amor e amizade.
Por vezes somos confrontados com situações na nossa vida que nos fazem reflectir na importância da vida em si.
Esta semana tem sido particularmente fértil de lições de vida que me mostraram que 99,9% dos problemas que nos afectam diariamente não passam de melodramas singelos e enredos de telenovelas medíocres. Para
Muitas vezes passam ao nosso lado personagens banais, transeuntes normais da vida, pensamos nós. Mas quem sabe essas pessoas lutam diariamente com batalhas perdidas e mesmo assim não deixam que o sofrimento os abata.
Sinto-me até envergonhado de por vezes achar que não tenho sorte, ou que nem tudo me possa correr bem, quando sou confrontado com exemplos de miséria e ausência de esperança tão pesados. Tudo se torna relativo, inútil e inconsequente logo que entramos em contacto com o sofrimento a que se assiste numa enfermaria pediatrica. Parece que o conceito de justiça se desvanece no ar. Esfuma-se no ar toda a fogueira de trivialidades. Só fica o importante.
Enquanto lá fora a brisa atenua o calor do estio, o meu filho dorme no meu colo.
Sinto a cara queimada do sol que apanhei durante a manhã e deleito-me com Detectives Selvagens de Roberto Bolaño que apesar de ser demasiado denso para as férias vou lendo com enorme sofreguidão. No ipod ouço o ultimo trabalho dos Hot Chip e faço horas que a minha cara metade volte das compras para lhe dar um beijo apaixonado e a convide para vir a piscina com a nossa princesa que de certeza vai pedir novamente que eu faça de golfinho. Se sobrar tempo antes de jantar vou correr uns rápidos 7 quilómetros à volta do cemitério e da Igreja. Enfim férias em Agosto no seu melhor!
Dizem que o tempo passa a correr. Talvez só com a idade possamos entender a profundidade desta afirmação tão popular.
Faz mais um ano que eu estava perdido na grande cidade, vulgarmente designada por Lisboa, pensando que estava a construir um novo destino que não estava escrito e muito menos estava predestinado a acontecer.
No calor desse verão longínquo antecipava um amor perdido para sempre e alimentava um gosto por caminhar junto ao precipício como se fosse a saída de um beco do Destino. Sem rédeas ou planos mergulhei de cabeça sem saber se tinha fundo. Apenas queria afastar-me do passado e buscar um futuro radicalmente diferente e se possível melhor. Porém não consegui cortar todas as amarras e inocentemente achei que a minha tábua de salvação seriam os desabafos neste blogue, para que os meus melhores amigos me pudessem seguir, numa forma de falsa proximidade.
Logo num par de meses pude ver que a minha fibra não era a de um workaholic que deixa tudo para trás e faz tábua rasa das suas paisagens nem das suas emoções. Julguei ser forte mas as emoções e a falta de norte literalmente me levaram para futuros menos incertos mesmo que ainda não fosse capaz de delinear qualquer plano para a minha vida. Foi um momento em que este diário me sugou ânimo mas me deu em retorno muita esperança de melhores dias.
Tornei-me dependente deste curioso amigo sem alma própria que aos poucos me mostrou que muitas vivências devem ser relativizadas. Muitos tropeções e asneiras asseninas ainda vim a fazer na sua companhia, altos e baixos psicoticos na verdadeira ascensão da palavra, mas que me foram moldando e amadurecendo.
Passados 11 longos mas céleres anos quero dizer Parabéns. Parabéns psicotico.com.
O mestre Júlio Resende partiu, mas redefeniu a arte portuguesa do Azulejo
Hoje, a nossa média do crescimento económico é a pior dos últimos 90 anos. Temos a maior dívida pública dos últimos 160 anos e a dívida externa mais alta dos últimos 120. O desemprego é o mais elevado dos últimos 80 anos e conhecemos a segunda maior vaga de emigração desde meados do século XIX.
Com tantos aniversários é fácil ficar atolado em prendas e presentes para dar e receber, assim como uns kilos a mais depois de tantos bolos de aniversários. As efemérides familiares são assim. Mas o mais importante é que elas celebram o que nos é mais importante na vida: aqueles que nós são mais próximos – a família e os amigos.
Desta vez a minha filha recebeu merecidamente a sua primeira festa de anos para os amiguinhos, que no fundo me deixou muito feliz e como que deixou em segundo plano o aniversário deste velhote que já completou demasiadas primaveras para o poder revelar com entusiasmo. Depois o nosso primeiro aniversário, que marca a nosso união judicial, mas que não deixa de ser um marco de felicidade e amor em família tão importante.
Resumindo, a vida merece estas efemérides, merece ser festejada e a sua alegria partilhada.
Parabéns!
Parabéns para a luz da minha vida!
Um estudo recente conduzido pela Universidade Técnica de Lisboa mostrou que cada português caminha em média 440 km por ano.
Outro estudo feito pela Associação Médica de Coimbra revelou que em média, o português bebe 26 litros de Vinho por ano.
Conclusão:
Isso significa que o português, em média, gasta 5,9 litros aos 100km, ou seja… é económico!
No passado assumi que seria apenas uma questão de encontrar os eixos para que a minha vida se endireitasse. Porém não foi tão fácil assim. Não havia na minha consciência qualquer discernimento no que tocava aos meus objectivos. Estava sem rumos portanto.
Foi preciso passar as passas do Algarve e bater com o nariz em muitas portas para perceber que a minha motivação imediata não me leva a nenhum ponto em concreto, mas sim e apenas me levava a correr e estrebuchar em desafios sem metas à vista.
Foi preciso cometer erros de palmatória, ser um mentecapto nos relacionamentos e hipotecar muitos dos meus princípios para compreender que a vida e o destino estão nas nossas mãos mas que não nos caem do céu. Se em muitas frentes já não consegui reerguer a obra, noutras frentes, qui ça, as mais importes na Vida consegui mostrar obra.
E algures na mente ficam novas obras em projecto, para em breve meter mãos à obra, na certeza porém de que não há certezas.
Vídeo brilhante de uma amiga que quero recomendar a todos.
Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas do próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homemPor outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca
A felicidade encontra formas de nos abraçar. Hoje recebi um abraço pleno de alegria. Um brinde à vida!
As sete maravilhas são apenas um mote para me lembrar da maravilha que é a vida. Não podia ser um dia mais auspicioso para receber semelhante benção e saber o quanto sou bafejado pelos bons deuses.