Dias

Muqueca

Verdade seja dita que os meus ossos hoje estão meios partidos, e que a minha cabeça parece que vai estourar, ao estilo de estar a dar um concerto de uma banda chamada “Acidente genético” ou “Thor’s metal” com o meu craneo como palco.

Aquilo que nuestros ermanos chamam, e bem, «rota del bacalau» é uma armadilha a que é difícil resistir. Durante a semana dá-se no duro mas ao fim-de-semana é uma festa pegada. E depois o corpo é que paga!

Para piorar as coisas 4ª à noite – véspera de feriado – deu mens drink night acabando eu e o Dr. P. a deambular nos piores buracos nocturnos da cidade. Sexta-feira foi dia de repasto no Oxalá com muqueca de gambas na companhia de N, que também se recente de chatices no trabalho. N. raramente é um inconformado mas estava triste e fora de si. Creio que se tomou conta da primeira experiência de injustiça laboral. Algo que eu tive uma grande escola no Passado, para dar e vender, e até para fazer um compendio, ou um anexo de actualização ao “Príncipe” de Maquiavel. Até vi Chi. para recordar isso.

Mesmo assim deu para passar uns momentos com M. J, e A. na galhofa. E no Trivial! 🙂
Escusado será dizer que sábado, apesar da boa companhia não estava capaz de animar para uma noitada, nem às custas de estimulação eléctrica

Agora, a porra do aumento do IVA está a transformar em correria e barafunda o exército de retardatários que querem fazer as ultimas “comprinhas” antes da cartuchada dos 2% extra…

O club “bom garfo de sábado“, tem tido momentos de requinte que ficaram para a história, e está a angariar cada vez mais sócios. Desta vez N. como sócio fundador – titulo que partilha comigo – convidou algumas individualidades importantes – uma espécie de convidados surpresa… para mim.
Nunca imaginaria durante uma tarde refastelado ao Sol, que toda a companhia e folia incluída no pacote iria levar nessa noite

A vida é uma roleta russa. De facto ou há só um clique do percursor ou os nossos miolos ficam espalhados pela parede num espectáculo de som e cor. Ou se passa fome ou se tem uma panela de cozido à portuguesa.
Daí que dos 8 para pato, 3 teriam de ser encontros imediatos de 13º grau com direito a suores frios, arrepios na espinha e tonturas . Não que fosse mau. As circunstâncias é que me fizeram sentir como um bombeiro voluntário a atacar 3 frentes de incêndio ao mesmo tempo

S. é esplendorosa e exuberante mas muito afável. I. é amorosa e delicada. L. é ternurenta e gentil. Eis os ingredientes perfeitos para um cocktail Molotov de emoções que me torturaram.
1/100000 para que se encontrassem é mesma mesa.
E como se não bastasse N. e Dr. P. estavam lhe a dar e arrastaram-me para os estragos… Pior da noite foi quando apesar de estar a dar uma de chefe da corporação de Sapadores de Bombeiros antes de ir para o talho – o Dr. P. saiu-se com a de que “gostava de ti para cunhado” e logo eu, que não tenho irmãs casadoiras!!!…
Bolas… Na minha vida quando chove, é logo dilúvio.

Nos dias que correm é difícil ter ideias.
A nossa sociedade apenas promove uma crítica não construtiva como única forma de pensamento próprio.

É como se toda a minha geração fosse constituída por críticos de cinema algo estereotipados que apenas conhecem os filmes que ganharam os Óscares nos últimos 20 anos.
A cultura geral está baseada na TV e nos Shops, onde se discutem e criticam pessoas e locais antes de debater ideias e/ou aspirações. É o “eu” supérfluo e raramente o “nós” comunidade. Mas não sou muito diferente em última análise: – também eu sou consumista.

Moi memme que falo assim, gosto – quer queira, quer não – de consumir a máquina artificial de sonhos que nos espetaram pelo cérebro dentro, desde tenra infância através da TV. Esquecer aquilo que nos foi incutido desde o berço é como desprogramar a mente.

Basta-me um pouco de pensamento próprio. – Já sou feliz assim! Não vou ser mais feliz ou realizado com um apartamento classe média, um carro classe média, uma mulher classe média, um televisor classe média, amigos classe média, férias classe média, roupas classe média, um DVD classe média, livros classe média… enfim uma vida classe média que no fundo é uma ideia que a publicidade – essa religião da iconografia consumista nos ensinou e nos preparou para a acreditar que seria aquilo que queríamos ter para sermos felizes.

Fomos ensinados a ser medianos-classe média …

Mas hoje já não acredito nisso.

kitten

Está decidido! Uma vez por mês eu e N. faremos vigília na noite de sábado mais animada e envolvente desde que me conheço.

É a desgraça e o total culto religioso a Kitten que hipnotiza todos aqueles cromos, sapos, bichas, tias, betos, modelos, artistas, pseudo-intelectuais, gerentes comerciais, estudantes de Belas Artes, e resmas, resmas de centenas de gajas boas de um gajo se babar todo, mas sem ser um concurso de misses – i.e. dá para passar a mão no pelo…

Kitten vicia levando-nos ao baú de memórias e ao encontro de músicas retro. Apinhado de gente até ao tecto, uma imensa massa humana dança e pula compulsivamente em êxtase.

Foi um dia inspirador, seguindo eu e M. até ao Aeródromo de Vilar de Luz para nos inteirarmos da situação e o Daniel e o Sr. Avelino reforçaram as nossas aspirações. Só espero que A. alinhe.

Jantar a Queimar com N. Dr. P e a L. para aquecer. Depois foi o lar de Kitten. G. estava estranha, mas isso não era de estranhar, ao passo que J. adorou e também se converteu ao Evangelho segundo Kitten. Muitos Gin Tónicos contudo… Só Segunda estava a funcionar direito da maratona do amanhecer.

Voltar de umas curtas férias é sempre mais fácil do que de umas longas. É uma questão de perdermos por completo a noção da Realidade quando ficamos mais de um par de semanas longe do nosso ganha-pão.
Esquecemos de que há uma az
afama inexorável que nos aguarda, a não ser que decidamos virar marinheiros ou monges budistas.

O ideal e só uma semanita ou 10 dias para o Relax, volta à carga depois: as férias pisca-pisca!

Morre-se e ressuscita-se das cinzas como uma Fênix, como no mito grego. Os homens deveriam ser assim. Mas enfim, há sempre um balde de Água Fria, cheio de Realidade pronto a cair sobre nós.

Ainda bem que as fotos mais hardcore não sairam bem!

De facto uma vidinha de Hotel *****, tardes infuntiferas na piscina com um livro fantastico tornaram-me num party animal .

O mano estava bom, e começa a ficar parecido com o Alberto.

Mas eu e N. metemo-nos numa espécie de termas de Baco, tipo não tentem isto em casa pois o que vão ver é feito por PROs com muitos anos e treino e o visionamento suas proezas não é aconselhável a pessoas impressionáveis . e com direito a bolinha vermelha no canto superior direito.

Mas não só de exageros rezam as crónicas e o Heath Club tinha dois clientes assíduos lá por volta das 19.30 a malharem ou a dar umas braçadas na piscina interior.
E claro no Jacuzzi também com direito a suecas e belgas no limite do prazo de validade.

Mesmo assim foram umas ferias de 1ª com tardes frenéticas e noites delirantes e pecaminosas. As manhãs essas não as vimos.

E um grande abraço para a equipa de senhoras de limpeza, pela sua compreensão e apoio.

Até ao Funchal

Escapadelas… Num AirBus 320

Hoje rendez-vous nas Vespas após uma poncha de laranja na Ribeira Brava.

Yessssssssssssssssssss


G.
sempre,
mais que nunca.

Que preguiça! Sol e calor e desperta em mim uma faceta algo alentejana ou cearense que há muito tempo não tinha o direito de desfrutar.

É muita fruta e reconheço que estou algo cansado. Não me posso dividir em mil frentes de batalha e em milhões de escaramuças, que vão desde o campo profissional, com questões familiares, passando pelos meus hobbies, amizades e social life e questões amorosas.

Nestes dias a minha vida é como um acordeão ou gaita-de-foles, que emitem sons contínuos sem interrupções. Preciso de um período de retiro para recuperar folêgo, armazenar energias, e cuspir na cara do Tempo, da Pressa, e da Rotina.

É como pontapear e esmurrar a cara à Morte e sentir os seus dentes quebrarem, rangendo de dor.
Quase apetece gritar:


– NÃO ME VENCERÁS MORTE-
– JÁ UMA VEZ ME ABRAÇASTE –
– E SENTI OS TEUS LEVES LÁBIOS –
– ÉS AGORA A MULHER FATAL QUE JÁ DESFRUTEI E QUE PERDEU A GRAÇA –
– RIO-ME NA TUA CARA DOCE MORTE-

Não, ainda não morri

Muitos afazeres e muito pouco tempo para poder teclar frente ao monitor.
Mas volto...
Volto sempre 🙂

Terça-feira suicida

Estudos comprovam que os indivíduos que habitualmente se entregam à Febre de Sábado à noite padecem frequentemente de depressões profundas na terça-feira como ressaca emotiva da euforia e outros desacatos desse género efectuados no Sábado à noite .

A terça-feira torna-se pois um tempo de vazio e de desequilibro como o pêndulo da emotividade a chegar ao outro oposto, como um enorme embolo metálico vindo em nossa direcção. As coisas que há 72 horas eram exultantes tornam-se insuportáveis…

Já sofri do síndroma da Terça-feira suicida, mas hoje consigo iludir a causa-efeito associada. Eles que venham, os exageros e luxúrias típicas de Sábado, não os temem depois. Um pouco de genica, uma boa dose de auto-estima básica, equilíbrio e disciplina mental e de preferência , um bom livro e nada de tv, música qb, mas de preferência algo animado sem muita gritaria. Até pode ser Hip hop, desde que bom. Quando muito uma aspirina e suar numa bicicleta a tentar queimar aquelas calorias extras do fim-de-semana.

Simples não é?

O último dos Lellos

Não será propriamente uma raça em extinção, mas é certamente um caminho difícil que muitos não querem seguir. Não é fácil trazer a casa e os pertences numa mala de cartão e buscar um novo paradeiro, onde afinal não se vai parar.

É a raça e a força interior dos que não vacilam perante os novos desafios e suportam a crueldade do constante abrir e fechar de portas. Talvez o gozo de abrir novas portas e não saber o que está do lado de lá seja a pimenta da vida, mas há sempre aquela bofetada seca quando se ouvem as dobradiças a ranger e a porta a bater. É o sabor do sangue que jorra no nariz depois do baque, que dói bem alma, apesar do trilho que já seguimos.

E muitas portas se têm fechado ultimamente, mesmo para aqueles que menos o merecem.

Mas como um petiz que começa a dar as primeiras pisadas sem andarilhos, cai-se levanta-se, volta-se a cair, tropeçar, esfolar as mãos e os joelhos e a exibir um belo galo na testa, e volta-se a erguer com um sorriso da descoberta e da vontade e levantar-se o orgulho e o corpo até não se cair mais. Até correr e correr.

Os Janízaros

No fim-de-semana Santo, apesar de ter abundância de tempo livre e lazer, foi difícil conseguir ter arranjar alguns momentos de lazer egocêntrico.
Mesmo assim banqueteei-me em banhos de sol revigorantes, que me entorpeceram a seiva e me fizeram desejar ter que fazer as malas e entrar num Boing até ao trópico mais próximo.

Ed. fez anitos e veio até à Invicta. Ele e Ma. organizaram um jantarzito de convívio. De certa forma tenho saudades dos Jardins Suspensos da Babilónia.
Foi uma reunião dos três mosqueteiros da dot com, com um singelo sabor ao estilo dos Radio days versão século XXI.
Those were the days: IPOs, Big Bucks, crescimento, .com, .info, .biz, Hitman, PS2, Ginger :

futuro

Mas a pièce de resistence estava reservada para Sábado, com o encontro dos veteranos do Passado, no qual só faltaram um par de peças importantes… Num cenário repetido do rio marginal das cheias, ali estávamos lambendo as feridas como numa reunião ao estilo Batalhão nº5 Angola 64-66 – rindo das piadas de caserna, recordando os caídos, revivendo memórias conjuntas, quer boas ou más, as nossas felicidades e triunfos… Alguns permanecem prisioneiros, outros bateram asas, mas nem as recordações amargas do pássaro e do peixe podre foram capazes de entristecer essa etapa. Foram bons tempos é certo… e agora só me revolta ver os prisioneiros de guerra ainda omissos em plena batalha.

A noite alongou-se. Chi e JB presidiam como os mentores e mestres voltados para o rebanho, por vezes constrangidos, por vezes felizes. Éramos uma equipa, um conjunto de guerreiros Janízaros, levando a cabo batalhas de idealismo. Derrotados pela artilharia do corporativismo medíocre e pelas batalhas palacianas de Maquiavel. Poderia ter sido mais, os nossos sonhos poderiam ter ido mais além mas não era esse o nosso kharma. – Passava por outros sítios e por outras encruzilhadas. Só isso.

Vou ter que marcar férias. Por estranho que pareça, andar com calendários para três e para a frente não me dá prazer algum. Muito pelo contrário é só dores de cabeça. Obriga-me programar as férias e delinear um plano, faz-me sentir como um general carniceiro da primeira Guerra Mundial, que planeia um ataque em força – ou seja – às cegas!

Bom e depois terei férias. Talvez seja melhor fugir a Agosto e apostar numas viagens exóticas…

G. mais uma vez vez.
Torna-se hábito ou necessidade?
Vontade ou destino?
Já não sei…

Há certos locais e alturas que sem sabermos, acabam por nos enviar uma mensagem ou um marco na nossa vivência. Acho que ontem foi um desses dias.

A Primavera apresenta-se com um ar da sua graça muito forte e os espíritos logo se embriagam e os sentidos adormecidos ficam mais alerta.

Depois de um Sábado em cheio e repleto de tarefas, eis que o jantar combinado à ultima da hora com N. e P. levou-nos para um sítio como que mágico, e alterado. Eu sabia que as Noites Belas se iriam repetir no Triplex mas não poderia imaginar tanto esplendor de uma música assim. Um soberbo jantar, que por sinal não foi caro, levou-nos a permanecer até a meio da manhã, num furor e nas brasas de delírio. P. como que se converteu ao catolicimo do DJ e quis já fazer reservas para todos os meses voltar a marcar o ponto, renegando o Estado Negro. “A música é demais e as gajas aqui apesar de não serem tão bonitas, são mais atraentes, interessantes e não são betas”. N. limitou-se a deambolar, verdadeiramente entusiasmado, com um sorriso que não via há muito.

G. também estava lá e não admira que a noite tivesse para mim uma magia acrescida por esse simples facto. Dançamos e dançamos ao ritmo dos fabulosos anos 80-90 fora dos tops estupidificantes, como se nunca tivéssemos dançado. As horas não passavam nem havia tempo: apenas o momento e a emoção.

Ao sair tive um sentimento de certeza que me invadiu, como se alguém me tivesse entupido com algum êxtase disfarçado no Gin Tónico. Decerto que nada daquilo era aleatório, e aquele Sol não era uma ilusão. Acho que a claridade me bateu forte e o pensamento me agrediu a consciência como uma verdade irrefutável. Os meus medos eram infundados: mesmo que chegue a velho e tenha uma vida longa (que tenho serias duvidas que venha a suceder), não vou envelhecer. O corpo e os ossos podem se amolecer mas o meu espírito não.
Firme hirto!!!!!!!!!

Como diz o ditado:

a sorte e o sucesso só contemplam os intrépidos e audazes.

Não podia ser mais verdade…

Resta o tempo e uma nova vida resplandece.

E depois dos festejos carnavalescos com perucas e equipamentos afis, nas terras famalicenses, volta-se a tentar juntar os ossos e recuperar as maleitas de duas festanças quase seguidas. O tempo passa ligeiro e as semanas sucedem-se, umas mais banais e rotineiras, outras cheias de dramatismo e comédia do teatro da vida.

G. permanece um ponto de referência e cruza-se comigo quando menos espero. Aqui, ali, acolá. Como se nada de previsto servisse para nos juntar de forma estranha como um conjunto de encontros clandestinos. Seus olhos me hipnotizam e sempre sinto como que um grito estranho da sua alma, mas que nunca concretiza no exterior e eu não me sinto com forças, ou à vontade para lhe arrancar cá para fora. É sempre noite, é sempre fashion, é sempre dois mundos à parte.
E eu ainda não pulei. E há sempre um nó por desatar nas nossas vidas que sabemos que podia ter sido simples de abrir.

As últimas semanas foram ensombradas pelo desassossego. O Meu Muito Caro Inspector P. foi finalmente pai. Mas logo após as felicitações ouve a sombra do anjo negro rondando Ana para desespero dos jovens pais. Nessas alturas de suspense pouco à a fazer senão dar o nosso apoio e partilhar a nossa sincera apreensão, dando algum conforto e apelando à Fé e Esperança.
Deixo-me abater quando a roda do destino anda à roda, deambulamte para um desfecho. De todos os males a saúde é o mais estranho. Escapa-se ao nosso controlo para lá de um aspecto causa/efeito. Como a lotaria é uma questão de chances. Temos a cautela e resta-nos esperar.

Felizmente a bebé reagiu e conseguir dar algum animo e felicidade aos alarmados e traumatizados pais que agora se desfazem em mil cuidados e receando perigos vindos do nada.

Resta o tempo e uma nova vida resplandece.

Guerreiro da Vida

Às vezes Dom Quixote extravasa as suas emoções de forma lúcida mas aguerrida, aos desabafos. 20 centímetros? Mas é sem dúvida um Guerreiro da Vida, um Aiatolah da perseverança e um amigo do peito.

Então? Para quando o grande salto das alturas? O VTS não é nenhum sucedâneo para isso!