Tempestades Internas – III


3 – Um sorriso da Lua

Sinto que vou ganhando lentamente a liberdade através de um parto difícil e doloroso, mas que mesmo assim me proporciona a maior das felicidades. Por muito que custe, por muito que me seja angustiante, a força que me atraí para ser finalmente livre, encoraja-me e preenche-me.

Sou um ser que viveu nas sombras da noite demasiado tempo, agrilhoado aos mais fúteis e mais isolados conceitos de vivência, ansioso por uma luz, por uma escapatória de um labirinto da banalidade. Enjaulado no medo de ser aquilo que sou, enquadrado em mil formas de camuflagem.

Mas bastou um raio de luz da Lua para que todos os esconderijos e prisões começam a desabar, deixando-me pronto a fugir, ainda preso perante um milagre tão doce. Infelizmente, sou um prisioneiro quase que já esqueceu o que era a liberdade, e imagina que fora da sua prisão que não conseguirá sobreviver num mundo a que não estava habituado.

Mas quando se deseja, quando se vê esse sorriso da Lua, e se sente essa libertação, e se é alvo dessa dádiva imerecida, um prisioneiro pode ser livre. Estarei em breve livre das prisões graças à fé e amor purificador, à luz de uma Lua Cheia que me renova, preenche e sorri para mim.


1 comentário on "Tempestades Internas – III"


  1. Como é dificil sermos nós próprios, diria eu à uns tempos atrás, mas não o direi agora…
    Feliz daquele que se perde para depois se encontrar, seja na Lua, no Sol ou no Mar.. E depois descobrir que a verdadeira Liberdade está dentro dele… Sim porque ele faz parte da Lua do Sol do Mar, enfim…

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