felicidade

Felicidade ou paz nós as construímos ou destruímos; aqui, o nosso livre-arbítrio supera a fatalidade do mundo físico e do mundo do proceder; toda a experiência que vamos tendo, mesmo parecendo negativa, a podemos transformar em positiva.”

Agostinho da Silva, Só Ajustamentos

I can see clearly now the rain is gone
I can see all obstacles in my way
Gone are the dark clouds that had me blind
It’s gonna be a bright, bright sunshinin’ day
It’s gonna be a bright, bright sunshinin’ day

Oh yes, I can make it now the pain is gone
All of the bad feelings have disappeared
Here is the rainbow I’ve been praying for
It’s gonna be a bright, bright sunshinin’ day

Look all around, there’s nothing but blue skies
Look straight ahead, there’s nothing but blue skies

I can see clearly now the rain is gone
I can see all obstacles in my way
Here’s the rainbow I’ve been praying for
It’s gonna be a bright, bright sunshinin’ day
It’s gonna be a bright, bright sunshinin’ day
Real, real, real, real bright, bright sunshinin’ day
Yeah, hey, it’s gonna be a bright, bright sunshinin’ day

Por Jimmy Cliff

Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe uma paladar,
Seria mais feliz um momento …
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural…

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva …

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica…
Assim é e assim seja …

Saber de antemão que a vida muda radicalmente numa determinada etapa da nossa vida é importante, mesmo que não tenhamos consciência da forma telúrica com que essa alteração nos afecta.

A passagem para uma nova fase da minha vida está a ser um mar de descobertas e entusiasmos nunca antes previstos. Até o que de antemão se afigurava como um processo potencialmente desconcertante e exigente psicologicamente foi antes um conjunto de realizações pessoais reconfortantes e uma aprendizagem impagável sobre mim próprio.

Hoje, mais que nunca estou plenamente convicto que para sermos capazes de Viver é necessário sentir na pele quer o êxtase da felicidade mais pura e o desespero da descida ao mais fundo dos infernos. Só assim somos capazes de encontar no nosso intimo a veracidade dos sentimentos e saber a sua importância e o seu realismo. E nos momentos em que surge uma ansiedade e se coloca um novo marco, fica nas nossa veias a sensação que a existência tem um novo significado maravilhoso

Um milagre. Apenas e só : e que por questão de fé não é necessário desenterrar nenhum dos porquês de tanta felicidade- eles estão estampados num sorriso.

Há alturas na nossa vida que tudo se tinge de um cinza pólido. É uma melancolia cortante que nos desencoraja, na moral de perseguir a nossa felicidade. Esquecemo-nos que o arco-íris apenas espera por um pouco de luz para poder abrilhantar e rasgar um céu cinzento na sua magnificência colorida.

Muitas vezes me deixei vencer pelas barreiras que à minha volta deixei crescer e que tomei como muros intransponíveis. Culpabilizei os entraves ao invês de me esforçar por os ultrapassar. Deixei-me prostrar, refugiei-me nos meus handycaps escondi-me numa carapaça de indiferença, por medo de não ser capaz de sonhar mais alto e arranjar forças para saltar e voar para o outro lado da prisão que tenho dentro de meus receios.

Quando fui um anjo sem asas, provei a mim próprio que nada nos proíbe de tentar, ou de conseguir aquilo a que nos propomos. A camisa-de-forças apenas existe em nós, na nossa insatisfação com nós mesmos e na nossa incapacidade em acreditarmos em nos mesmos. É isso que nos derrota.

Vou perseguir até encontrar um arco-íris que sempre me acompanhou e lutar até debelar o cinzento que me encobre e diminui.

É me difícil imaginar que sou responsável por fazer sofrer alguém, seja lá por que razões forem. Quando sinto que as minhas acções não despoletaram nada de positivo nos meus entes queridos, isso deixa-me no mínimo entristecido.

O pior é quando se sente que as nossas opções apenas trouxeram desilusão e tristeza a quem nunca deveríamos trazer qualquer sentimento a não ser a felicidade. A sensação de se olhar no espelho e ter-se como um Otelo, ou uma Hidra sem coração dá-me um desejo compulsivo de me auto-flagelar, encharcado na vergonha de não estar à altura de decisões difíceis que estupidamente preferi adiar, e que como nestas situações se tornaram numa bomba-relógio com consequências trágicas e fatais.

De nada me serve denegrir-me, ou fazer um acto de contrição, mesmo tendo remorsos sinceros. É necessário arcar com as consequências, sentir o peso da responsabilidade e estar à altura, subir ao banco dos réus e ouvir o juiz a proferir a sentença que o nosso crime exige. Aceitando esse julgamento e respectiva pena, seja ela severa ou branda.

Estou algo atordoado por toda as alterações telúricas que me circundam. Resta-me estar com fé, que tudo se resolva da melhor forma.
Necessitava de um pequeno tempo para me escapulir de férias para me certificar que as alterações que me propus atingir, seguem no bom caminho, rumo à felicidade, à Terra Prometida. E tudo na companhia que desejo.

Estou ainda embriagado por o mais puro dos néctares. O seu sabor escorre ainda lentamente pela minha boca, prendendo o meu pensamento nesse gosto profundo de prazer, plenitude e felicidade.

Estou a beber o néctar dos deuses num cálice trasbordante, capaz de saciar o insaciável, convicto de que nada mais necessito, além dessa ambrósia divina que me transporta ao Olimpo. Que mais posso desejar?

3 – Um sorriso da Lua

Sinto que vou ganhando lentamente a liberdade através de um parto difícil e doloroso, mas que mesmo assim me proporciona a maior das felicidades. Por muito que custe, por muito que me seja angustiante, a força que me atraí para ser finalmente livre, encoraja-me e preenche-me.

Sou um ser que viveu nas sombras da noite demasiado tempo, agrilhoado aos mais fúteis e mais isolados conceitos de vivência, ansioso por uma luz, por uma escapatória de um labirinto da banalidade. Enjaulado no medo de ser aquilo que sou, enquadrado em mil formas de camuflagem.

Mas bastou um raio de luz da Lua para que todos os esconderijos e prisões começam a desabar, deixando-me pronto a fugir, ainda preso perante um milagre tão doce. Infelizmente, sou um prisioneiro quase que já esqueceu o que era a liberdade, e imagina que fora da sua prisão que não conseguirá sobreviver num mundo a que não estava habituado.

Mas quando se deseja, quando se vê esse sorriso da Lua, e se sente essa libertação, e se é alvo dessa dádiva imerecida, um prisioneiro pode ser livre. Estarei em breve livre das prisões graças à fé e amor purificador, à luz de uma Lua Cheia que me renova, preenche e sorri para mim.

Os Janízaros

No fim-de-semana Santo, apesar de ter abundância de tempo livre e lazer, foi difícil conseguir ter arranjar alguns momentos de lazer egocêntrico.
Mesmo assim banqueteei-me em banhos de sol revigorantes, que me entorpeceram a seiva e me fizeram desejar ter que fazer as malas e entrar num Boing até ao trópico mais próximo.

Ed. fez anitos e veio até à Invicta. Ele e Ma. organizaram um jantarzito de convívio. De certa forma tenho saudades dos Jardins Suspensos da Babilónia.
Foi uma reunião dos três mosqueteiros da dot com, com um singelo sabor ao estilo dos Radio days versão século XXI.
Those were the days: IPOs, Big Bucks, crescimento, .com, .info, .biz, Hitman, PS2, Ginger :

futuro

Mas a pièce de resistence estava reservada para Sábado, com o encontro dos veteranos do Passado, no qual só faltaram um par de peças importantes… Num cenário repetido do rio marginal das cheias, ali estávamos lambendo as feridas como numa reunião ao estilo Batalhão nº5 Angola 64-66 – rindo das piadas de caserna, recordando os caídos, revivendo memórias conjuntas, quer boas ou más, as nossas felicidades e triunfos… Alguns permanecem prisioneiros, outros bateram asas, mas nem as recordações amargas do pássaro e do peixe podre foram capazes de entristecer essa etapa. Foram bons tempos é certo… e agora só me revolta ver os prisioneiros de guerra ainda omissos em plena batalha.

A noite alongou-se. Chi e JB presidiam como os mentores e mestres voltados para o rebanho, por vezes constrangidos, por vezes felizes. Éramos uma equipa, um conjunto de guerreiros Janízaros, levando a cabo batalhas de idealismo. Derrotados pela artilharia do corporativismo medíocre e pelas batalhas palacianas de Maquiavel. Poderia ter sido mais, os nossos sonhos poderiam ter ido mais além mas não era esse o nosso kharma. – Passava por outros sítios e por outras encruzilhadas. Só isso.

Por vezes há mentes puras e mentes imundas. As mentes puras são raras.
Sofrem. Sofrem por si e pelos outros.
Lutam. São sensíveis e perspicazes.
São espírito. Pensam. Buscam a sua felicidade e das dos outros. Querem dar mais do que recebem.

Depois existem as mentes imundas.
Só pensam em si. São materiais e egoístas. A minha roupa! A minha casa! O meu carro! Os meus livros! A minha viagem! A minha , o meu ,nunca o nosso , nunca dar.
São patéticas. Não entendem . São incapazes de sentir a dor dos outros. Julgam-se superiores.
Calcam os outros sem piedade. Ignoram o sofrimento dos outros. São fúteis. São superficiais. São servis. São lambe-botas e dessimuladas. Vivem de aparências.

Estar calmo nem sempre é sinónimo de felicidade ou paz de espírito.
Ver a movimentação na grande cidade logo pela manhã é agradavel mas não é verdadeiramente relaxante. Apenas dá prazer por estar num novo território