Expresso

Portugueses: 2010 tem sido um ano difícil para muitos; incerteza, mudanças, ansiedade sobre o futuro. O espírito do momento e de pessimismo, não de alegria. Mas o ânimo certo para entrar na época natalícia deve ser diferente. Por isso permitam-me, em vésperas da minha partida pela segunda vez deste pequeno jardim, eleger dez coisas que espero bem que nunca mudem em Portugal.
9:55 Segunda feira, 20 de Dezembro de 2010

1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam – normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa – e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para o benefício de todos.

2. O lugar central da comida na vida diária. O almoço conta – não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.

3. A variedade da paisagem. Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.

4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.

5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.

6. A inocência. É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.

7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.

8. As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: “Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher”. Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.

9. A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo. A influência de “lá” é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado, e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.

10. Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.

Então, terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços. Feliz Natal

Artigo do Embaixador do UK ao deixar Portugal: Expresso 18 Dez 2010

Sou amigo do Mário Crespo há muitos anos e tenho-o na conta de um homem independente e sério, o que não significa que partilhe muitas opiniões com ele, ou que entenda que ele é um modelo de jornalismo. Também não acho isso de mim próprio, ou de ninguém em particular.

A liberdade é a coexistência de modelos e não a imposição de um em concreto.

Ao longo de mais de 30 anos de carreira jornalística – e nesse particular sou mais antigo do que o Mário – não me lembro de um cronista ser dispensado depois de a crónica estar pronta a ir para a oficina. E o que isto significa é que os limites da liberdade estão mais apertados do que nunca.

Tenho o director do JN, José Leite Pereira, na conta de um bom profissional e de um homem independente e sério. É jornalista há muitos mais anos do que eu, tem uma experiência considerável. Não creio que ele se impressione com uma crítica a Sócrates, como não creio que ele exigisse gratuitamente a Mário Crespo uma confirmação independente de fontes. Provavelmente, não o faz (nenhum de nós o faz) quando, em vez de Sócrates, está um outro cidadão qualquer em causa.

Porém, no caso do primeiro-ministro as palavras são relevantes, já que proferidas por quem tem a responsabilidade do poder executivo neste país. É certo que a conversa pode ser considerada privada, mas é igualmente certo que o bom-nome de Mário Crespo foi atacado de forma pública, ou jamais seria ouvida por circunstantes que nada tinham a ver com a conversa.

O que se passa, então?

Posso tentar avançar uma explicação: Mário Crespo tornou-se incómodo para Sócrates (e até para Cavaco, que denunciou em algumas crónicas), e a sua incomodidade estava a deixar o próprio José Leite Pereira numa situação difícil. Por isso o director do JN recorreu a um excessivo escrúpulo jornalístico para resolver a questão. E decidiu não publicar a crónica.

Não posso condenar José Leite Pereira, não é do meu timbre julgar os outros. Apenas posso dizer que este é o panorama da nossa Comunicação Social: Grupos que dependem do poder do Governo, patrões que pressionam directores e editores até à exaustão, cronistas afastados por serem incómodos e uma multidão de lambe-botas que, prudentemente se cala ou arranja eufemismos para tratar a questão.

Tenho em comum com Mário Crespo o facto de trabalharmos num grupo onde nada disto acontece (felizmente não será o único). Talvez não estejamos inteiramente preparados para o mundo ‘lá fora’, onde as palavras têm de ser medidas, onde não se pode escrever preto no branco, como aqui faço, que Sócrates é o pior primeiro-ministro no que respeita à Comunicação Social; o único que telefona e berra com jornalistas, directores, com quem pode. O único em que nestes mais de 30 anos que levo de vida jornalística, se preocupa doentiamente com o que dizem dele, em vez de mostrar grandeza e fair-play com o que de errado e certo propaga a Comunicação Social.

Lamento dizê-lo, tanto mais que é nosso primeiro-ministro e seguramente tem trabalhado muito e o melhor que sabe.

Mas é a verdade, e num momento destes a verdade não se pode esconder.

Henrique Monteiro in Expresso

O ano que começou permanece com um insuportável clima britânico de constantes chuvadas. Tal  afecta o meu córtex deprimindo-me consideravelmente. Resta-me uns bons momentos num fim-de-semana tão memorável, em família e com os meus grandes compinchas da juventude.

Mesmo na intempérie é possível encontrar portos seguros e boas recordações renovadas que nos ajudam a levar o barco a bom porto.   

Que interesses económicos se movem por detrás da gripe porcina???

No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária que se podia prevenir com um simples mosquiteiro.

Os noticiários, disto nada falam!

No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarreia que se poderia evitar com um simples soro que custa 25 centimos.

Os noticiários disto nada falam!

Sarampo, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas, provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano.

Os noticiários disto nada falam!

Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves…

…os noticiários mundiais inundaram-se de notícias…

Uma epidemia, a mais perigosa de todas…Uma Pandemia!

Só se falava da terrífica enfermidade das aves.

Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas, em 10 anos…25 mortos por ano.

A gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio
milhão contra 25.

Um momento, um momento. Então, porque se armou tanto escândalo com a gripe das aves?

Porque atrás desses frangos havia um “galo”, um galo de crista grande.

A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflú vendeu milhões de doses aos países asiáticos.

Ainda que o Tamiflú seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população.

Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas
farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro.

-Antes com os frangos e agora com os porcos.
-Sim, agora começou a psicose da gripe porcina. E todos os noticiários
do mundo só falam disso…
-Já não se fala da crise económica nem dos torturados em Guantánamo…
-Só a gripe porcina, a gripe dos porcos…
-E eu pergunto-me: se atrás dos frangos havia um “galo”… ¿ atrás
dos porcos… não haverá um “grande porco”?

A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflú. O principal accionista desta empresa é nada menos que um personagem
sinistro, Donald Rumsfeld, secretario da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque…

Os accionistas das farmacêuticas Roche e Relenza estão esfregando as
mãos, estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o duvidoso Tamiflú.

A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde.

Não nego as necessárias medidas de precaução que estão a ser tomadas pelos países.

Mas se a gripe porcina é uma pandemia tão terrível como anunciam os meios de comunicação.

Se a Organização Mundial de Saúde se preocupa tanto com esta enfermidade, porque não a declara como um problema de saúde pública
mundial e autoriza o fabrico de medicamentos genéricos para combatê-la?

Prescindir das patentes da Roche e Relenza e distribuir medicamentos
genéricos gratuitos a todos os países, especialmente os pobres. Essa
seria a melhor solução.

Ausente, sofro por mil tormentos que não mereço, ou que não tenho direito de sofrer. É tempo de tentar uma réstia de esperança, ou pelo menos tentar colar os múltiplos estilhaços e inúmeros cacos em que se estilhaçou o meu futuro. Apenas quero um perdão e a chance de recontruir a edificação que ficou abalada.

Estou algo atordoado por toda as alterações telúricas que me circundam. Resta-me estar com fé, que tudo se resolva da melhor forma.
Necessitava de um pequeno tempo para me escapulir de férias para me certificar que as alterações que me propus atingir, seguem no bom caminho, rumo à felicidade, à Terra Prometida. E tudo na companhia que desejo.

Estou bastante feliz, até mesmo em absoluto êxtase. Infelizmente o tempo, esse fujão, some-se e tenho tido um workload que não me deixa ter muitas escapadelas.
Espero ter em breve o meu lar, doce lar devidamente cablado.