2006

Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho

Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça

Sun in Pisces, Moon in Taurus

Much about you is soft-spoken and gentle, yet there is a firm base to your personality. You seek security and solidity in the form of material accumulation. Though you have little ambition, you do have practical business ability. You are quiet and reticent, but you have firmness of character. It is in love that the full range of your deep, sensuous feelings can be given supreme expression. Through your attachment to home and your love partner, you will acquire sympathy and understanding, which are your most conscious aims throughout life. When others believe in you and have a good impression of you, you have a sense of fulfillment.

The key to a more harmonious existence lies in cultivating self-determination, which can give you a degree of control over your environment. This is highly important to one so receptive to impressions.


This isn’t water… it’s actually the light coming throught the cracks inbetween some large branches of a tree. Doesn’t it look like a tear drop?

Como vestindo a mais inexpugnável das couraças, sinto-me protegido de todas as adversidades. Nunca me senti tão protegido do desalento ou da inépcia, do quebrar do espírito. A energia brota do âmago com intensidade e disponibilidade imensa.

Tudo porque o coração pulsa cheio de lufadas de sangue de esperança, repleto de carinho e ternura. No calor deste estio antecipado, dou-te a mão, num novo caminho, que se palmilha rápido e certo. Como se há muito estivesse mapeado na consciência um trilho triunfal, rumo a uma certeza.

Quente e vibrante, perco-me num mar em que a ausência se torna impensável, e em que o suspiro é uma constante. São dias perfeitos.

No interregno das emoções fortes, foi-me necessária uma pequena barbárie masculina do campo futebolístico. O verdadeiramente glorioso tentava a dobradinha, e colocou-se em cima da mesa a possibilidade de ir numa comandita de adeptos ferrenhos até ao estádio do Jamor.

Ver o desporto das massas nunca me fez pulsar de emoção por aí além, mas devo reconhecer que assistir a uma partida de futebol do nosso clube de eleição dá muito adrenalina e eu gosto de todo o teatro envolvente, todo o cerimonial clubístico e da clubite de massas dentro dos domínios da civilidade. Ela ainda existe mas não vem como é obvio nas notícias que só se interessam por revaches asininas e histerismos de violência nos estádios ou de animais, que por sinal vi ao vivo pela primeira vez.

E eis que o comando de torcedores se organiza, muito embora duas desistências de última hora tenham comprometido bastante a organização e em particular o orçamento. Um comando formado por sete indomaveis, munidos de uma carrinha de transporte se faz à estrada na madrugada de domingo. Eu era dos poucos que não fazia parte das forças policiais, onde inspectores e sargentos à paisana se faziam à grande cidade.

O inspector P tomou o volante, e para bem dizer, com bastante sucesso até uma malfada subida da CREL, onde as últimas gotas de gasóleo se evaporaram e nos deixaram a penantes. Só faltou o garrafão de 5 L de praxe para nos disfarçarmos do verdadeiro rancho do piquenique portuga enquanto esperávamos contrafeitos pelo providencial auxílio da Brisa com o seu bidãozinho de 28 €.

Desfeito o contratempo, rumamos a um almoço pantagruélico, à antiga portuguesa no Forcado de Loures, com a tradição cretina em que os aniversariantes beijam uma cabeça de touro empalhada ao som da zarzuela tauromáquica, mas em que as entradas são de ir até às lágrimas. Regados e de estômago cheio, seguimos para o Jamor, esse belo parque de romarias e piqueniques à séria. No caos de pó para estacionar e das correrias de última hora lá nos instalamos em plena claque setubalense do lado oposto ao mar Azul do nosso FCP.
Felizmente o ambiente de taça estava nos nossos vizinhos, que após o jogo nos cumprimentaram com excelente fair-play. E a dobradinha foi nossa muito embora o local fosse tão mau que nem deu para apreciar o jogo… mas a festa sim.

E a quinta dobradinha do FCP foi a minha primeira e muito provavelmente ultima ida ao Jamor, pois não posso imaginar-me outra vez a levar com duas horas para sair do mar de pó onde a carrinha estava engarrafada. Valeu a companhia e a escolta policial e o facto de o Cavaco ter entregue o caneco. C´um caneco!

Ao observa-la a dormir, sentia sua serenidade e beleza amena. Não se sentia mais só, e lutava para não a despertar com beijos, fazendo uma vigília de deleite. Ela ali a seu lado, frágil mas protegida, enroscada em seus braços, sentindo a sua respiração quente e profunda, o pulsar do seu coração tão próximo era um quadro petrificante de emoção e êxtase. Talvez não merecesse ser tão feliz naquele momento tão íntimo com uma mulher tão deliciosa.
A sua mente cavalgava pensamentos de ternura e felicidade, trotando sem resquicios de sono na luz do amanhecer que furava através das janelas do quarto. Desejava que a manhã não avançasse até ao momento do acordar em que se separariam rumo a um quotidiano diário que agora significava um ciclo de separação insuportável até à próxima noite. Queria que a noite fosse eterna, uma noite sem fim dos amantes.

Sonhos Urbanos

Os sinos dobram em ocasiões especiais. Hoje ouço carrilhões que tocam intensas e vibrantes melodias. Meu espírito vibra ao som de pesados badalos que fazem o bronze do minha alma tremer, abalando toda a estrutura do meu ser e deixando todas as fibras do meu corpo ultra-leves.

É bom aprender em qualquer idade. Torna-nos mais jovens e joviais a capacidade de ter lições, repensar a nossa sabedoria ou até por em causa algumas ideias pré-concebidas.

Actualmente abriu-se no meu horizonte mundano, uma miríade de novas lições de vida, de perspectivas inovadoras para abordar velhos problemas, e até a oportunidade de fazer cair por terra velhos dogmas. É uma lufada de ar fresco sentir que os meus neurónios estão capazes de refazerem as suas ligações e abraçarem toda uma nova filosofia.

Pode até parecer um paradoxo, mas muitos episódios na vida actuam como rupturas epistemológicas em que vemos um luz na gruta escura e apercebemo-nos de toda uma nova realidade, que sempre esteve ali ao nosso alcance, mas que não éramos capazes de entender.

Surgiram novos axiomas, graças a um conjunto de novas vivências, em que se questiona e certamente se aceitam novas hipóteses e teses.

Presumo que nunca é tarde … nem para aprender, nem para viver. E isso porque viver é sempre uma constante batalha rumo à vitória e que nunca se perde uma guerra.


Não se poderia desejar mais nada. Nada, pois a perfeição estava ali.

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

As palavras não são capazes de suster o peso das emoções fortes, nem milhares de frases podem descrever com autenticidade as imagens que ecoam na minha mente.

Como na música do Chico Fininho, só por leviandade se pode sorrir assim, – mas não o posso deixar de o fazer.

Why don’t you stay
I feel lucky today
Give me a chance
and I’ll show you the way

I know some day you’ll be mine
you will know too
it’s a matter of time

Oh! Let me hold your hand
Please, let your heart beat again

You know I daydream of you
I’m so in love
it’s too good to be true

You make me smile
as I look into your eyes
My heart is full
like my very first time

It’s like I was born again
I just can’t say
how happy I am

Oh! let me hold your hand
Please, let your heart beat again

Happiness Cinema Rodrigo Leão


As últimas semanas têm sido invulgarmente felizes e plenas de luz. Se eu já estava resignado a ser um adepto fervoroso dos voltes de face do destino, numa roda da fortuna que não para de rolar a seu bel-prazer, então agora sou um fanático do caos. Sei que neste momento de giro, os meus planos mal se podem cingir a mais de um par de horas… ali mesmo ao virar da esquina pode estar a maior e a mais bela inesperada surpresa, como um desalento não previsto.

Sem planos navegar à vista, sem mapas de navegar com rota traçada, olho as nuvens de soslaio, cheiro o vento e deixo que a bússola fique menos nervosa. Logo, logo o vento vira e vai conduzir-me para um destino idílico, muito mais precioso do que eu poderia alguma vez supor. Ser bom marinheiro é também saber para onde o mar da vida nos quer levar e deixar que a bolina não nos pare. Não é bom contrariar os elementos quando eles nos sorriem, e estou a adorar viajar até onde mil planos não me levariam, mas só o mais feliz acaso me transportaria.