2002

O último dos Lellos

Não será propriamente uma raça em extinção, mas é certamente um caminho difícil que muitos não querem seguir. Não é fácil trazer a casa e os pertences numa mala de cartão e buscar um novo paradeiro, onde afinal não se vai parar.

É a raça e a força interior dos que não vacilam perante os novos desafios e suportam a crueldade do constante abrir e fechar de portas. Talvez o gozo de abrir novas portas e não saber o que está do lado de lá seja a pimenta da vida, mas há sempre aquela bofetada seca quando se ouvem as dobradiças a ranger e a porta a bater. É o sabor do sangue que jorra no nariz depois do baque, que dói bem alma, apesar do trilho que já seguimos.

E muitas portas se têm fechado ultimamente, mesmo para aqueles que menos o merecem.

Mas como um petiz que começa a dar as primeiras pisadas sem andarilhos, cai-se levanta-se, volta-se a cair, tropeçar, esfolar as mãos e os joelhos e a exibir um belo galo na testa, e volta-se a erguer com um sorriso da descoberta e da vontade e levantar-se o orgulho e o corpo até não se cair mais. Até correr e correr.

Os Janízaros

No fim-de-semana Santo, apesar de ter abundância de tempo livre e lazer, foi difícil conseguir ter arranjar alguns momentos de lazer egocêntrico.
Mesmo assim banqueteei-me em banhos de sol revigorantes, que me entorpeceram a seiva e me fizeram desejar ter que fazer as malas e entrar num Boing até ao trópico mais próximo.

Ed. fez anitos e veio até à Invicta. Ele e Ma. organizaram um jantarzito de convívio. De certa forma tenho saudades dos Jardins Suspensos da Babilónia.
Foi uma reunião dos três mosqueteiros da dot com, com um singelo sabor ao estilo dos Radio days versão século XXI.
Those were the days: IPOs, Big Bucks, crescimento, .com, .info, .biz, Hitman, PS2, Ginger :

futuro

Mas a pièce de resistence estava reservada para Sábado, com o encontro dos veteranos do Passado, no qual só faltaram um par de peças importantes… Num cenário repetido do rio marginal das cheias, ali estávamos lambendo as feridas como numa reunião ao estilo Batalhão nº5 Angola 64-66 – rindo das piadas de caserna, recordando os caídos, revivendo memórias conjuntas, quer boas ou más, as nossas felicidades e triunfos… Alguns permanecem prisioneiros, outros bateram asas, mas nem as recordações amargas do pássaro e do peixe podre foram capazes de entristecer essa etapa. Foram bons tempos é certo… e agora só me revolta ver os prisioneiros de guerra ainda omissos em plena batalha.

A noite alongou-se. Chi e JB presidiam como os mentores e mestres voltados para o rebanho, por vezes constrangidos, por vezes felizes. Éramos uma equipa, um conjunto de guerreiros Janízaros, levando a cabo batalhas de idealismo. Derrotados pela artilharia do corporativismo medíocre e pelas batalhas palacianas de Maquiavel. Poderia ter sido mais, os nossos sonhos poderiam ter ido mais além mas não era esse o nosso kharma. – Passava por outros sítios e por outras encruzilhadas. Só isso.

Vou ter que marcar férias. Por estranho que pareça, andar com calendários para três e para a frente não me dá prazer algum. Muito pelo contrário é só dores de cabeça. Obriga-me programar as férias e delinear um plano, faz-me sentir como um general carniceiro da primeira Guerra Mundial, que planeia um ataque em força – ou seja – às cegas!

Bom e depois terei férias. Talvez seja melhor fugir a Agosto e apostar numas viagens exóticas…

G. mais uma vez vez.
Torna-se hábito ou necessidade?
Vontade ou destino?
Já não sei…

Há certos locais e alturas que sem sabermos, acabam por nos enviar uma mensagem ou um marco na nossa vivência. Acho que ontem foi um desses dias.

A Primavera apresenta-se com um ar da sua graça muito forte e os espíritos logo se embriagam e os sentidos adormecidos ficam mais alerta.

Depois de um Sábado em cheio e repleto de tarefas, eis que o jantar combinado à ultima da hora com N. e P. levou-nos para um sítio como que mágico, e alterado. Eu sabia que as Noites Belas se iriam repetir no Triplex mas não poderia imaginar tanto esplendor de uma música assim. Um soberbo jantar, que por sinal não foi caro, levou-nos a permanecer até a meio da manhã, num furor e nas brasas de delírio. P. como que se converteu ao catolicimo do DJ e quis já fazer reservas para todos os meses voltar a marcar o ponto, renegando o Estado Negro. “A música é demais e as gajas aqui apesar de não serem tão bonitas, são mais atraentes, interessantes e não são betas”. N. limitou-se a deambolar, verdadeiramente entusiasmado, com um sorriso que não via há muito.

G. também estava lá e não admira que a noite tivesse para mim uma magia acrescida por esse simples facto. Dançamos e dançamos ao ritmo dos fabulosos anos 80-90 fora dos tops estupidificantes, como se nunca tivéssemos dançado. As horas não passavam nem havia tempo: apenas o momento e a emoção.

Ao sair tive um sentimento de certeza que me invadiu, como se alguém me tivesse entupido com algum êxtase disfarçado no Gin Tónico. Decerto que nada daquilo era aleatório, e aquele Sol não era uma ilusão. Acho que a claridade me bateu forte e o pensamento me agrediu a consciência como uma verdade irrefutável. Os meus medos eram infundados: mesmo que chegue a velho e tenha uma vida longa (que tenho serias duvidas que venha a suceder), não vou envelhecer. O corpo e os ossos podem se amolecer mas o meu espírito não.
Firme hirto!!!!!!!!!

Como diz o ditado:

a sorte e o sucesso só contemplam os intrépidos e audazes.

Não podia ser mais verdade…

Resta o tempo e uma nova vida resplandece.

E depois dos festejos carnavalescos com perucas e equipamentos afis, nas terras famalicenses, volta-se a tentar juntar os ossos e recuperar as maleitas de duas festanças quase seguidas. O tempo passa ligeiro e as semanas sucedem-se, umas mais banais e rotineiras, outras cheias de dramatismo e comédia do teatro da vida.

G. permanece um ponto de referência e cruza-se comigo quando menos espero. Aqui, ali, acolá. Como se nada de previsto servisse para nos juntar de forma estranha como um conjunto de encontros clandestinos. Seus olhos me hipnotizam e sempre sinto como que um grito estranho da sua alma, mas que nunca concretiza no exterior e eu não me sinto com forças, ou à vontade para lhe arrancar cá para fora. É sempre noite, é sempre fashion, é sempre dois mundos à parte.
E eu ainda não pulei. E há sempre um nó por desatar nas nossas vidas que sabemos que podia ter sido simples de abrir.

As últimas semanas foram ensombradas pelo desassossego. O Meu Muito Caro Inspector P. foi finalmente pai. Mas logo após as felicitações ouve a sombra do anjo negro rondando Ana para desespero dos jovens pais. Nessas alturas de suspense pouco à a fazer senão dar o nosso apoio e partilhar a nossa sincera apreensão, dando algum conforto e apelando à Fé e Esperança.
Deixo-me abater quando a roda do destino anda à roda, deambulamte para um desfecho. De todos os males a saúde é o mais estranho. Escapa-se ao nosso controlo para lá de um aspecto causa/efeito. Como a lotaria é uma questão de chances. Temos a cautela e resta-nos esperar.

Felizmente a bebé reagiu e conseguir dar algum animo e felicidade aos alarmados e traumatizados pais que agora se desfazem em mil cuidados e receando perigos vindos do nada.

Resta o tempo e uma nova vida resplandece.

Guerreiro da Vida

Às vezes Dom Quixote extravasa as suas emoções de forma lúcida mas aguerrida, aos desabafos. 20 centímetros? Mas é sem dúvida um Guerreiro da Vida, um Aiatolah da perseverança e um amigo do peito.

Então? Para quando o grande salto das alturas? O VTS não é nenhum sucedâneo para isso!

Aniversário!

Comemorar o dia em que respiramos pela primeira vez, choramos pela primeira vez, sorrimos pela primeira vez e vimos este Sol tão lindo, mesmo que apenas por uma persiana entre-aberta, pela primeira vez, é bonito é lindo…
É…
É apenas uma vez no ano….
Quando é uma vez no ano!
E isso é que não!!!!
Vamos passar a comemorar o nosso aniversário todos os dias?
Lembrar o primeiro, até ao ultimo dia?

Sorrir como na primeira vez.
Ignorar que existe dor como na primeira vez.

Parabéns, a todos!
A ti também!

Viver é conhecer e aprender. Estas palavras podem não ser muito fortes mas revelam algo de intrínseco, para além da carga subjectiva que transportam. Mas é isso exactamente o que se chama viver. É lutar contra o determinismo do Caminho que afinal de contas somos nós que o escrevemos.

As ovelhas vivem em rebanho cheias de certezas, como sabendo que amanhã será igual ao dia de hoje e que o pastor as levará a novos pastos. Afinal sabem tudo, mas tudo o que precisam para sobreviver.

Muitas pessoas são como estas ovelhas, têm todas as certezas e sabem o caminho que seguem, mas não passam de um rebanho liderado por um pastor invisível, sem saber que as suas certezas são superficiais e não passam de carne, lã e leite avaliados a preços de mercado. Apenas sobrevivem e não vivem de facto.


Decididamente hoje estou pessimista.

Melhores dias se antevêem!

Uma vez perguntaram a Confúcio:

– O que o surpreende mais na humanidade ?
Confúcio respondeu:
– Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro
e depois perdem o dinheiro para recuperá-la.
– Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal
forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro.
E concluiu:
– Vivam como se nunca fossem morrer e morram como se não tivessem
vivido…”

( Confúcio – China: 551 AC – 479 AC )

Um dia duro colmatado por uma obra-prima. David Lynch está de volta com o seu universo deviant, que desta vez excede todas as suas fantasias.

Mulholland Drive é um filme que nos enche e esvasia, mas que é proibido aos comedores de pipocas que nunca o poderão descortinar, nem na mestria estética nem no virtuosismo do enredo lincheniano intrincado. É estão lá quase todas as referências, quer nas personagens extremas que suplantam o aparente para se matamorfarem na loucura, quer pela banda sonora arripilante e envolvente.

Sem um único pormenor descuidado, desde o anão até à forma como Betty se torna lésbica, às luzes de LA, à brutalidade e aos pequenos ponto quase incompreensiveis que se tocam em vários pontos.

Um cubo azul e como Camilla de frágil se torna uma mulher totalmente fatal.

Amem-no ou odeiem-no. Não me interessa.

É essencial.

E totalmente psicótico!

Olá pequenada?!!

Se a única constante da vida é a mudança, porque não viver de acordo com a vida?

Talvez a custos elevados e ás nossas próprias expensas, tenhamos todos aprendido, mais tarde ou mais cedo que apenas se pode viver de um modo:
EM PLENO!

Uma meia foda, não é uma foda!
Ou a coisa tá dura, firme e hirta e penetra uns bons 25 minutos ou não é nada!

CERTO?!??

Por isso cada qual á sua maneira procura Nirvana.
Ou o que lhe queiram chamar!

Não penso que seja uma coisa de tomates.
Não é necessário coragem para viver.

Vive-se!

E convém que se viva mesmo, remeto para alguns dos ultimos blogs….

Há viver e há respirar e comer e cagar, isso não é viver, nunca foi, nunca será, por muito que nos tentem convencer que assim o é!

INDEPENDÊNCIA OU MORTE!

De um grupo restrito de íntimos, a um grupo alargado de gente conhecida, é impressionante a quantidade de gente que se a andar do emprego, ou esta a ponderar o assunto com muita insistência. Parece que a decadente frase: despeça-se já tem agora um novo sentido. A minha geração está cansada de promessas que nÃo se concretizaram, e pelo que parece nÃo tem medo de mandar tudo para a ”pindábia” e para os cardos. Não há que ter medo de procurar algo melhor e não ficar preso como um molusco a um emprego irracional ou insuportável. Vejam M. Mana, Mano (bom neste caso é um exemplo infeliz, pois é um caso mais crônico), I., J., N., R. Jo., Di., B., P, e mais uma data de malta.

Talvez os sonhos não tenham sido concretizados, talvez as mentiras tenham sido muitas, talvez as ilusões tenham caído por terra. Mas há um espirito combativo nesta gente. Não são perdedores, nem são escravos das suas ambições, ou forçados do gulag. Apenas não querem mergulhar num pesadelo kafkiano de terem de passar o resto das suas miseráveis vidas enterrados numa secretária bafienta ou algo parecido. Nada de caixões.

Eu próprio não me cansei de mandar tudo para os cardos. Nunca se sabe o que nos espera no futuro, e ninguém me vai dizer que será impossível eu estar no Nepal ou nas ilhas Fidji daqui a 5 anos.
Afinal é só uma questão de tomates. E há quem os tenha, e quem os queira ter…

Capicua !!!!!!!!!!!

2002-02-!|!-20 20:02

”Eu não presto…”

Na verdade a fúria carnavalesca teve que ser transportada para uma fiesta . Para ser franco estava mais numa de ver as vistas num sábado calmo, mas o bichinho ferrou e J. e A . fomos buscar o Dr. P. a cascos de rolha perfeitamente perdidos num Portugal profundo a escassos 20 km de Braga com total ausência de placas, nem sequer para dizer qual o lugarejo em que estávamos.

No meio de um carrossel de curvas contra curvas, eis que demos de caras com a fabrica de móveis ”Arca da Aliança”. Antes de darmos com o malfadado consultório do Dr. P. ª disse que “eu não presto” devido à quantidade de blasfémias que tanto nos fizeram rir, como a “Pedreira os 10 Mandamentos”, “Joelharia Relicário”, “Capintaria Cruz do Calvário”, ou “Serralharia Portões do Paraíso”.

Depois foi uma folia (des)contida numa festa animada. Em e Dr.P aguentamos até mas tarde, mas foi uma pesada factura nas velhas carcaças… se bem que valeu bem a pena com las rubias. «Quires folar?» «presupuesto»…

  1. Te quiero no por quien eres, sino por quien soy cuando estoy contigo.
  2. Ninguna persona merece tus lágrimas, y quien se las merezca no te hará llorar.
  3. Sólo porque alguien no te ame como tú quieres, no significa que no te ame con todo su ser.
  4. Un verdadero amigo es quien te toma de la mano y te toca el corazón.
  5. La peor forma de extrañar a alguien es estar sentado a su lado y saber que nunca lo podrás tener.
  6. Nunca dejes de sonreír, ni siquiera cuando estés triste, porque nunca sabes quién se puede enamorar de tu sonrisa.
  7. Puedes ser solamente una persona para el mundo, pero para una persona tú eres el mundo.
  8. No pases el tiempo con alguien que no esté dispuesto a pasarlo contigo.
  9. Quizá Dios quiera que conozcas mucha gente equivocada antes de que conozcas a la persona adecuada, para que cuando al fin la conozcas sepas estar agradecido.
  10. No llores porque ya se terminó, sonríe porque sucedió.
  11. Siempre habrá gente que te lastime, así que lo que tienes que hacer es seguir confiando y sólo ser más cuidadoso en quien confías dos veces.
  12. Conviértete en una mejor persona y asegúrate de saber quién eres antes de conocer a alguien más y esperar que esa persona sepa quién eres.
  13. No te esfuerces tanto, las mejores cosas suceden cuando menos te las esperas.

Recuerda:
“TODO LO QUE SUCEDE, SUCEDE POR UNA RAZÓN”

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ

Olá!
Cá estou eu a dar um ar da minha (des)graça!

A única constante da vida é a mudança….
Nada mais verdadeiro, nada menos real….

Pois embora a monotonia nos esmague e nos mate pouco a pouco, a verdade é que a tudo nos podemos habituar e a tudo nos podemos conformar….

Felizmente há quem tenha o único hábito de viver.
Plenamente e com sentido!
Na mudança, um das expressões da Liberdade.

É bom cortar hábitos.
Faz me sentir vivos e começo a ficar adepto do que uma vez li sobre o que um filosofo francês escreveu.

“o meu único hábito, é o hábito de quebrar hábitos”.

Estranho no fundo mas que na realidade quotidiana não o é … somos escravos da rotina e morremos todos os dias repetindo como autónomos algo que programamos para a nossa própria vida.

Quebrar a rotina é preciso. Morrer não é preciso …

Já não há respeito.

Válvula de escape ou não, amizades à parte, e party girls MUITO atraentes, eis que após um repasto andaluz algo caro, faço a ronda às capelinhas e vou acabar na catedral. Bom N. e eu já não nos lembramos de uma ressaca assim no day after domingueiro quando nos encontramos perto do mar.
Afinal Jo. estava a fazer uma festinha de comemoração… e que foi até às tantas.

Provavelmente dei muito estrilho com G. C´est la vie …….