Mensagens
na caixa de correio – 1
Peixes é, no seu melhor, o arquétipo do contacto com os “planos superiores”, aquilo que, enquanto não conseguimos «transcender» a nossa condição de «caganitas», chamámos «transcendência»… Assim sendo, nada melhor do que oferecer, a todos, o que foi recebido na última sessão do Grupo de Canalização do Entroncamento. Reparo agora que a sigla deste grupo (GCE) pode ser lida como «gecé» ou, escrito de outra maneira «Je sais». O mais interessante desta sincroniciade (revelada neste preciso momento!) é que a coordenadora e hospedeira deste grupo, naquela cidade junto de Lis/Fátima (!) é francesa! Este texto está nas NOVIDADES, como sempre. Mas, para aguçar o apetite, vejam só a “última” de Kryon.
Para terem uma ideia da velocidade a que tudo isto está a acontecer, grande parte da população ainda desconhece a expressão «Pedir o Implante» e, neste momento, essa expressão já está a ser substituída por outra. Mas vocês não podem ficar para trás; vocês são dos que não ficarão para trás. E não se preocupem se as pessoas se sentem pressionadas, baralhadas ou confundidas; algumas ainda estão a reunir energia e força de vontade suficiente para pedirem o Implante, e vão ser surpreendidas com o facto de que, agora, pedir o Implante já está ultrapassado!
Mago Galáctico Branco (Kin 34)
Cascais – Portugal
Daily Astrology Forecast
January 5, 2004
Pisces
Horoscope: Today you could feel a little frustrated about romance, (omitido). You could be challenged by some logistical problems. Maybe your sweetheart lives far away, and it has become difficult to maintain your long-distance relationship. Or perhaps one of you is traveling all the time for work, disrupting your time together. Try not to let outside circumstances discourage you. If the relationship is still a powerful one, it's worth a little extra effort!
Pete Watson
É com muito prazer que anuncio que Pete Watson, o astrólogo inglês que tive o prazer de conhecer na minha cidade e de privar da sua amizade, iniciou um site onde se propõe a fazer mapas online.
O site está neste endereço www.starscan.plus.com
Pete, além de ser alguém que considero um amigo, é também uma pessoa sensível, um homem corajoso e um astrólogo eminente mas não muito reconhecido. Actualmente Pete está de volta ao seu país Natal, onde pretende acabar o seu manual de Astrologia.
Confesso que eu era o ser mais céptico em relação à astrologia, mas no dia que Pete me fez o meu mapa astral, tive que me render às evidências de que algo de inexplicável e quase bizarro se movimenta com a influencia dos astros na nossa vida. Não é natural que um desconhecido, para mais um inglês, fosse capaz de descrever com minúcia, todos os aspectos da minha personalidade, assim como me ter descrito com precisão cronológica todos os momentos importantes do meu passado, muitos deles que ninguém teve conhecimento.
Com essa leitura fui capaz de me entender melhor, e mesmo perdoar-me a mim próprio de alguns defeitos e prosseguir numa busca mais lúcida para o meu trajecto.
Bom Karma
- Toma em conta que um grande amor, ou uma grande realização, implicam grandes riscos.
- Quando perderes, pelo menos não percas a lição.
- Segue os três R’s:
- Respeito por ti
- Respeito pelos outros e…
- Responsabilidade por todos os teus actos.
- Lembra-te que não ter tudo o que se deseja é, por vezes, um magnífico golpe de sorte.
- Aprende bem as regras para saberes como infringi-las correctamente
- Não deixes que uma pequena disputa estrague uma grande relação.
- Se descobrires que te enganaste, faz logo a correcção.
- Todos os dias passa algum tempo sozinho.
- Abre os braços à mudança, mas não percas os teus valores.
- Lembra-te que o silêncio é, às vezes, a melhor resposta.
- Leva uma vida boa e honrada. Quando fores velho, será possível revivê-la uma segunda vez.
- Uma atmosfera de amor em tua casa é o alicerce da tua vida.
- Em disputas com os teus queridos, trata só do caso corrente. Não vás buscar queixas do passado.
- Partilha o teu saber; é uma forma de alcançar a imortalidade.
- Sê suave com a terra
- Uma vez por ano vai a um sítio aonde nunca tenhas estado.
- Lembra-te que a melhor relação é aquela em que o amor excede a necessidade.
- Avalia o teu sucesso por tudo a que tiveste de renunciar para o alcançar.
- Ao amor e ao cozinhar aborda-os com naturalidade audaciosa.
O sucesso da asneira
(the Portuguese way)
João César das Neves
"Portugal fez tudo errado, mas correu tudo bem." Esta é a conclusão de um relatório internacional recente sobre o desenvolvimento português. Havia até agora no mundo países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Mas acabou de ser criada uma nova categoria: os países que não deveriam ser desenvolvidos. Trata-se de regiões que fizeram tudo o que podiam para estragar o seu processo de desenvolvimento e... falharam. Hoje são países industrializados e modernos, mas por engano. Segundo a fundação europeia que criou esta nova classificação, no estudo a que o DN teve acesso, este grupo de países especiais é muito pequeno. Aliás, tem mesmo um só elemento: Portugal.
A Fundação Richard Zwentzerg (FRZ), que se tornou famosa no ano passado pelo estudo que fez dos "bananas da república", iniciou há uns meses um grande trabalho sobre a estratégia económica de longo prazo. Tomando a evolução global da segunda metade do século XX, os cientistas da FRZ procuraram isolar as razões que motivavam os grandes falhanços no progresso. O estudo, naturalmente, pensava centrar-se nos países em decadência. Mas, para grande surpresa dos investigadores, os mais altos índices de azelhice económica foram detectados em Portugal, um dos países que tinham também uma das mais elevadas dinâmicas de progresso. Desconcertados, acabam de publicar, à margem da cimeira de Lisboa, os seus resultados num pequeno relatório bem eloquente, intitulado: "O País Que Não Devia Ser Desenvolvido -O Sucesso Inesperado dos Incríveis Erros Económicos Portugueses." Num primeiro capítulo, o relatório documenta o notável comportamento da economia portuguesa no último meio século. De 1950 a 2000, o nosso produto aumentou quase nove vezes, com uma taxa de crescimento anual sustentada de 4,5 por cento durante os longos 50 anos. Esse crescimento aproximou-nos decisivamente do nível dos países ricos. Em 1950, o produto de Portugal tinha uma posição a cerca de 35 por cento do valor médio das regiões desenvolvidas. Hoje ultrapassa o dobro desse nível, estando acima dos 70 por cento, apesar do forte crescimento que essas economias também registaram no período. Na generalidade dos outros indicadores de bem-estar, a evolução portuguesa foi também notável. Temos mais médicos por habitante que muitos países ricos. A mortalidade infantil caiu de quase 90 por mil, em 1960, para menos de sete por mil agora. A taxa de analfabetismo reduziu-se de 40 por cento em 1950 para dez por cento. Actualmente e a esperança de vida ao nascer dos portugueses aumentou 18 anos no período.
O relatório refere que esta evolução é uma das mais impressionantes, sustentadas e sólidas do século XX. Ela só foi ultrapassada por um punhado de países que, para mais, estão agora alguns deles em graves dificuldades no Extremo Oriente. Portugal, pelo contrário, é membro activo e empenhado da União Europeia, com grande estabilidade democrática e solidez institucional. Segundo a FRZ, o nosso país tem um dos processos de desenvolvimento mais bem-sucedidos no mundo actual. Mas, quando se olha para a estratégia económica portuguesa, tudo parece ser ao contrário do que deveria ser. Segundo a Fundação, Portugal, com as políticas e orientações que seguiu nas últimas décadas, deveria agora estar na miséria. O nosso país não pode ser desenvolvido. Quais são os factores que, segundo os especialistas, criam um desenvolvimento equilibrado e saudável? Um dos mais importantes é, sem dúvida, a educação. Ora Portugal tem, segundo o relatório, um sistema educativo horrível e que tem piorado com o tempo. O nível de formação dos portugueses é ridículo quando comparado com qualquer outro país sério. As crianças portuguesas revelam níveis de conhecimentos semelhante às de países miseráveis. Há falta gritante de quadros qualificados. É evidente que, com educação como esta, Portugal não pode ter tido o desenvolvimento que teve. Um outro elemento muito referido nas análises é a liberdade económica e a estabilidade institucional.
Portugal tem, tradicionalmente, um dos sectores públicos mais paternalista, interventor e instável do mundo, segundo a FRZ. Desde o "condicionamento industrial" salazarista às negociações com grupos económicos actuais, as empresas portuguesas vivem num clima de intensa discricionariedade, manipulação, burocracia e clientelismo. O sistema fiscal português é injusto, paralisante e está em crescimento explosivo. A regulamentação económica é arbitrária, omnipresente e bloqueante.
É óbvio que, com autoridades económicas deste calibre, diz o relatório, o crescimento português tinha de estar irremediavelmente condenado desde o início. O estudo da Fundação continua o rol de aselhices, deficiências e incapacidades da nossa economia. Da falta de sentido de mercado dos empresários e gestores à reduzida integração externa das empresas; da paralisia do sistema judicial à inoperância financeira; do sistema arcaico de distribuição à ausência de investigação em tecnologias. Em todos estes casos, e em muitos outros, a conclusão óbvia é sempre a mesma: Portugal não pode ser um país em forte desenvolvimento. Os cientistas da Fundação não escondem a sua perplexidade. Citando as próprias palavras do texto: "Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um tal nível de desenvolvimento? A resposta, simples, é que ninguém sabe. Há anos que os intelectuais portugueses têm dito que o País está a ir por mau caminho. E estão carregados de razão. Só que, todos os anos, o País cresce mais um bocadinho." A única explicação adiantada pelo texto, mas que não é satisfatória, é a incrível capacidade de improvisação, engenho e "desenrascanço" do povo português. "No meio de condições que, para qualquer outra sociedade, criariam o desastre, os portugueses conseguem desembrulhar-se de forma incrível e inexplicável." O texto termina dizendo: "O que este povo não faria se tivesse uma estratégia certa?".
meliante
substantivo masculino
malandro; gatuno; vadio;
(Do cast. maleante, «perverso»)
Ducineia à venda
Estou muito feliz por M. ter finalmente o seu livro à venda na FNAC e por também ter tido um raio de sol na sua vida profissional. Já chega de ser Lello!
Além do livro que lí quase em primeira mão, é com muito gosto que partilho o Dulcineia no meu servidor, assim como o antigo site D.Quixote.
Tu mereces, amigo poeta!
ponto do arco-íris
Olhar o céu azul e observar, no meio de uma pequena nuvem branca, um pequeno ponto de arco-íris onde a refracção da luz se desdobra nessas cores embriagantes pareceu-me um sinal.
Um sinal único, só percebido por nós, nas mentes atentas cujos olhos procuram no céu a sua beleza.
O arco-íris é sinal de aliança e de um pacto eterno.
Cinderela
versão brasileira original
Cinderela era uma moça muito bonita, boa, inteligente e triste. Os pais tinham morrido e ela morava num castelo. A dona do castelo era uma mulher muito má que tinha duas filhas: Anastácia e Genoveva. Borralheira, sozinha, fazia todos os serviços do enorme, castelo (limpava, cozinhava, passava a roupa, arrumava) e nada recebia em troca. Seus únicos amigos eram os ratinhos, os pássaros, um cavalo e um gato.
Certo dia, o mensageiro do Rei passou pela cidade e informou que ele convidava todas as moças para um baile, onde o Príncipe ia escolher a esposa.Genoveva e Anastácia brigaram, porque ambas queriam ser a esposa do Príncipe.
– Eu também posso ir? – perguntou Cinderela.
– Se tiver um vestido bonito e depois de acabar todo o serviço! – respondeu a dona do castelo.Cinderela correu para o quarto, chorando, porque não tinha vestidos bonitos. Os ratinhos e os passarinhos, que ouviram a conversa, fizeram um vestido para a amiga.
No dia do baile, quando a moça entrou no quarto, depois de trabalhar o dia inteiro, ficou surpresa: Ah, que vestido lindo, feito pelos meus amiguinhos! Borralheira ficou feliz, porque, agora, também poderia ir a festa. Mas, quando chegou na sala, toda bonita, as duas irmãs invejosas pularam em cima dela e rasgaram o vestido.
Chorando muito, Borralheira recolheu os trapos, pôs tudo dentro de um saco e correu para o jardim.De repente, apareceu uma luz muito brilhante que se transformou numa linda mulher.
– Eu sou sua fada-madrinha e vim ajudar você. Vou lhe fazer um vestido lindo e você poderá ir ao baile. Mas esteja de volta antes da meia-noite, quando tudo voltará o que era.
A fada tocou a varinha de condão em Borralheira, e ela surgiu num vestido multo bonito. Uma abóbora virou ,- carruagem; os ratinhos fogosos cavalos brancos; seus tamancos de madeira, ricos sapatinhos de cristal.
– Obrigada, minha boa fada-madrinha – disse Borralheira. – Até logo!– Até logo! – respondeu a fada. Divirta-se, mas não se esqueça: o encanto acabar¡a à meia-noite!
Cinderela foi a moça mais bonita do baile. 0 Príncipe se apaixonou logo que a viu e dançou com ela a noite inteira.
Anastácia , Genoveva e a mãe ficaram furiosas.Quando já ia bater a meia- noite, Borralheira saiu correndo, com medo de que o encanto se desfizesse na frente de todos.
O Príncipe correu atrás dela, mas não alcançou-a. Durante a fuga, Borralheira perdeu um dos sapatinhos de cristal na escadaria do palácio.
Como a bela moça não tinha tempo para voltar, deixou o sapatinho ela mesmo. Cinderela ainda estava na rua quando tudo voltou a ser como antes. Só o sapatinho de cristal não voltou a ser o velho tamanco de madeira.
Ah pensava ela, enquanto voltava para casa como o Príncipe é bom e bonito! Pena que eu nunca mais o verei de novo! Gostaria tanto que ele me escolhesse para sua noiva…Enquanto isso, no castelo, o Príncipe achava o outro sapatinho de cristal. Como aquela moça era bonita e graciosa! – disse ele ao Rei. Mas eu nem sei o nome dela. A única pista que tenho é este sapatinho…
0 Rei, percebendo que o filho estava apaixonado, mandou que um criado experimentasse o sapatinho de cristal em todas as moças do reino. Era impossível que houvesse mais de uma moça com aquele pezinho tão delicado.
0 mensageiro levou muito tempo para descobrir a verdadeira dona do sapatinho, mas, finalmente, achou Cinderela.
– Que beleza! – exclamou ao ver que o calçado dava direitinho no pé da moça. – Encontrei quem o Príncipe queria!
Imaginem a inveja das donas do castelo quando Borralheira se casou com o Príncipe.
2 anos
Faz dois anos que iniciei este diário algo confuso. Muita água passou debaixo do moinho deste então, muitas linhas e pensamentos desconexos, memórias encapuçadas e atribulações em que este meliante se viu envolvido.
Nenhum destes retalhos parece fazer sentido, mas reunidos, seguindo a cronologia com que os depositei na Internet, algo interessante parece surgir da amalgama de textos e frases: forma-se um estranho retrato evolutivo, desconexo de lógica com pinceladas abstractas, mas que sempre me deu um estranho prazer e que agora forma um bolo de memórias fermentadas.
O Psicótico nunca pretendeu ser uma afirmação narcisista, nem um enigmático pedido de ajuda sobre uma vivência menos conseguida, consciente ou inconsciente. Não foi um repositório de conhecimentos triviais ou uma pseudo-obra literária. Tão pouco foi um show off da night life, ou roteiro de diversão. Provavelmente foi tudo isso e simultaneamente nada disso.
Trata-se somente da minha manta de retalhos, uma cápsula do tempo aberta em permanência no éter do ciberespaço, partilhada ao mundo sem intimidades em demasia, mas que apenas se destina ao próprio autor.
um blog como os outros
Estou algo envergonhado. Parece que a minha pacata vivência de blogueiro inveterado está a chamar a atenção e os elogios de alguns internautautas atentos. Acho que isso é óptimo para a minha auto-estima, mas deixa uma série de pontos de interrogação sobre a minha simplória motivação de escrever um weblog sobre a minha vida quase banal. Partilho ou exponho-me? Acho antes que desabafo.
Impressões mesmo digitais
O universo dos bolgs introduz-nos numa nova dimensão internáutica. Cada um de nós pode agora erguer a sua voz activa e marcar as suas impressões de uma forma digital, no verdadeiro sentido da palavra.
As formas mais puras e directas de expressão pessoal encontram-se sob a forma de diários que os internautas partilham com toda a comunidade digital. No diário de um meliante encontramos um dos melhores exemplos de percepções pessoais compartilhadas, atraindo de forma peculiar e sedutora mesmo o mais distraído dos navegadores. Ora espreitem lá…O diário de um meliante, assinado por um auto-intitulado psicótico, descreve mais as divagações intelectuais do dito cujo, que propriamente os acontecimentos quotidianos que não suscitariam interesse, pois poderiam ser encontrados na vida do mais comum dos mortais. No entanto, estas reflexões são baseadas em vivências inspiradoras e, por isso, contêm uma expressividade sensorial notoriamente poética.
Trocando por miúdos, nos acontecimentos mais recentes o autor de tais escritos viajou ao país do sol – o Brasil da praia, paz e pagode. Lá encontrou não só um refúgio fisicamente paradisíaco, como também, e principalmente, uma evasão espiritual que lhe despertou os sentidos. Esta viagem à América do sol concedeu-lhe uma terapia interior que o rejuvenesceu.
Este blog contém também os já clássicos dados do seu autor, arquivos de acontecimentos passados e links para outros sites e blogs.
Mas o curioso neste diário é a bela forma como está escrito. Sobressai entre muitos outros que se limitam a uns rabiscos sem conteúdo que apenas satisfazem a mera afirmação pessoal do seu autor.Mariana Mota
Obrigado Mariana
telex
GIG, Fiat Palio
Búzios, Pousada do Namorado, Geribá
13 chopps, casquinha de siri e isca de peixe, mar quente,
Don Ruan, capirinha, roscas
Cabo frio, Eleven
Ferradurinha, Leiza, baseado,
Sauna, piscina, Rua das Pedras,
www.tudo-o-que-você-se-lembrar.com.br,
Ródizio, Casa da Pias,
Oi!, bronze, ondas, festa,
TAM, Enoque, Silvia Souza,
FOR,Oton,
SOBRE O MAR, Praia de Iracema, Pirata
Chuva, Praia do Meireles
Celta Sedan, Acaí,
Cumbuco, peixe fresco,
Ski-Bunda, brincadeira, Buggy,
Dunas, emoção, Banana,
Jangada, mestre Pedro ,
Mar Alto, Vivianne,
Peixada do Meio, calor,
Guaraná com cajú, beijo
gatas lindas
Club Mucuripe
caminhada no Meireles,
Elaine, praia do Futuro,
Pescando em Jangada,
Chuva no mar,
Capirinha de morango
SSA Varig
Pestana, mulatas,
Casquinha de Siri,
Gol, Aero Club,
Rock in Rio,
Itapuã, Pelourinho,
Dona Chika-ka,
Costa dos Coqueiros
Praia de Arembepe,
Baianas, Capirinha de maracuja,
Yemanjá,
Moqueca de camarão,
Café Cancún, Jet Set, Helena,
Praia de Guarajuba, altar de Iemanjá,
Mar quente, mar frio,
Sol gostoso
Paz
GIG, Vasp
MAD, Iberia
Iraque não é o Texas.
Iraque não é o Texas. Bagdade não é o Álamo: a estratégia da Águia Imperial
Then we’ll carve up the city into areas that can be isolated and systematically reduced. We’ll use psychological ops and humanitarian relief to try to separate the civilians from the combatants. We will seek local assistance and even try to build local resistance.
And then we’ll move forward, sometimes block by block, searching, clearing, and holding what we have ? or sometimes striking rapidly with armoured vehicles to take out key centres of resistance. We’ll helicopter assault teams to the tops of buildings, or race through gutters and tunnels to the next key position. We’ll rotate the troops, rest and resupply. And we’ll hope the Iraqis are foolish enough to come to us and expose themselves to our superior firepower.
Too much has been made of America’s unwillingness to accept US military casualties. No army wants to lose its frontline fighters. But for us, the aversion to losses is a strength, for we take care, use our heads and protect our force because that’s not only better for the troops, but because it’s a more effective way to fight. And there’s no shortage of courage and daring among the American troops, when it comes to that. Baghdad is going to be taken.
First, he will delay: the longer the fight, the more potent the Iraqi defence will appear. Second, he will seek to inflict casualties on the coalition, for the more casualties the Iraqi forces can inflict, the greater the Iraqi claim for a moral victory; and finally, the more civilian casualties and destruction he can cause us to create, the more hard feelings we’ll create in Iraq and elsewhere, and the better the chances for Saddam and the Baathists to gain support from outside and to retain a covert grip on Iraqis afterwards. Saddam may be seeking an Iraqi battle of the Alamo.
So as we fight to take Baghdad, we will be thinking not only of military success, but also the speed, friendly losses and civilian casualties and destruction of the battles. These considerations will involve difficult trade-offs.
As for Saddam, he’ll be doing the same calculus, aiming for the opposite results. He is a wily opponent and should not be underestimated. He will attempt to secure his own survival and play for the geopolitical long term: Islamist rejection of the Crusaders. But we see his strategy and believe we know how to defeat it. Iraq isn’t Texas.
marado
marado
Até agora descobri e espreitei 3 blogs portugueses. Um com direito a .COM e tudo, o www.psicotico.com, escrito, ao que me parece por um gajo do Porto, meio marado e que de vez em quando espreito. A conversa parece-me arrastar-se demasiado para a night-life do autor, com muitos nomes de miudas identificados por insinuantes e resumidas vogais e consoantes. Nada mau para ele.
Obrigado, presidente Bush
Obrigado, presidente Bush
Obrigado, grande líder George W. Bush.
Obrigado por mostrar a todos o perigo que Saddam Hussein representa. Talvez muitos de nós tivéssemos esquecido de que ele utilizou armas químicas contra seu povo, contra os curdos, contra os iranianos. Hussein é um ditador sanguinário, uma das mais claras expressões do mal hoje.
Entretanto essa não é a única razão pela qual estou lhe agradecendo. Nos dois primeiros meses de 2003, o sr. foi capaz de mostrar muitas coisas importantes ao mundo, e por isso merece minha gratidão. Assim, recordando um poema que aprendi na infância, quero lhe dizer obrigado.
Obrigado por mostrar a todos que o povo turco e seu Parlamento não estão à venda, nem por 26 bilhões de dólares.
Obrigado por revelar ao mundo o gigantesco abismo que existe entre a decisão dos governantes e os desejos do povo. Por deixar claro que tanto José María Aznar como Tony Blair não dão a mínima importância e não têm nenhum respeito pelos votos que receberam. Aznar é capaz de ignorar que 90% dos espanhóis estão contra a guerra, e Blair não se importa com a maior manifestação pública na Inglaterra nestes 30 anos mais recentes.
Obrigado porque sua perseverança forçou Blair a ir ao Parlamento com um dossiê falsificado, escrito por um estudante há dez anos, e apresentar isso como “provas contundentes recolhidas pelo serviço secreto britânico”.
Obrigado por fazer com que Colin Powell se expusesse ao ridículo, mostrando ao Conselho de Segurança da ONU algumas fotos que, uma semana depois, foram publicamente contestadas por Hans Blix, o inspetor responsável pelo desarmamento do Iraque.
Obrigado porque sua posição fez com que o ministro de Relações Exteriores da França, sr. Dominique de Villepin, em seu discurso contra a guerra, tivesse a honra de ser aplaudido no plenário, honra que, pelo que eu saiba, só tinha acontecido uma vez na história da ONU, por ocasião de um discurso de Nelson Mandela.
Obrigado porque, graças aos seus esforços pela guerra, pela primeira vez as nações árabes, geralmente divididas, foram unânimes em condenar uma invasão, durante encontro no Cairo.
Obrigado porque, graças à sua retórica afirmando que “a ONU tem uma chance de mostrar sua relevância”, mesmo países mais relutantes terminaram tomando posição contra um ataque.
Obrigado por sua política exterior ter feito o ministro de Relações Exteriores da Inglaterra, Jack Straw, declarar em pleno século 21 que “uma guerra pode ter justificativas morais” e, ao declarar isso, perder toda a credibilidade.
Obrigado por tentar dividir uma Europa que luta pela sua unificação; isso foi um alerta que não será ignorado.
Obrigado por ter conseguido o que poucos conseguiram neste século: unir milhões de pessoas, em todos os continentes, lutando pela mesma idéia, embora essa idéia seja oposta à sua.
Obrigado por nos fazer de novo sentir que, mesmo que nossas palavras não sejam ouvidas, elas pelo menos são pronunciadas, e isso nos dará mais força no futuro.
Obrigado por nos ignorar, por marginalizar todos aqueles que tomaram uma atitude contra sua decisão, pois é dos excluídos o futuro da Terra.
Obrigado porque, sem o sr., não teríamos conhecido nossa capacidade de mobilização. Talvez ela não sirva para nada no presente, mas será útil mais adiante.
Agora que os tambores da guerra parecem soar de maneira irreversível, quero fazer minhas as palavras de um antigo rei europeu a um invasor: “Que sua manhã seja linda, que o sol brilhe nas armaduras de seus soldados, porque durante a tarde eu o derrotarei”.
Obrigado por permitir a todos nós, um exército de anônimos que passeiam pelas ruas tentando parar um processo já em marcha, tomarmos conhecimento do que é a sensação de impotência, aprendermos a lidar com ela e a transformá-la.
Portanto, aproveite sua manhã e o que ela ainda pode trazer de glória.
Obrigado porque não nos escutastes e não nos levaste a sério. Pois saiba que nós o escutamos e não esqueceremos suas palavras.Obrigado, grande líder George W. Bush.
Muito obrigado.
Carta ao Presidente Bush
Carta ao Presidente Bush
Por MIA COUTO
Senhor Presidente:
Sou um escritor de uma nação pobre, um país que já esteve na vossa lista negra. Milhões de moçambicanos desconheciam que mal vos tínhamos feito. Éramos pequenos e pobres: que ameaça poderíamos constituir ? A nossa arma de destruição maciça estava, afinal, virada contra nós: era a fome e a miséria. Alguns de nós estranharam o critério que levava a que o nosso nome fosse manchado enquanto outras nações beneficiavam da vossa simpatia. Por exemplo, o nosso vizinho – a África do Sul do “apartheid” – violava de forma flagrante os direitos humanos.
Durante décadas fomos vítimas da agressão desse regime. Mas o regime do “apartheid” mereceu uma atitude mais branda: o chamado “envolvimento positivo”. O ANC [Congresso Nacional Africano, actualmente no poder em Pretória] esteve também na lista negra como uma “organização terrorista!”. Estranho critério que levaria a que, anos mais tarde, os taliban e o próprio Bin Laden fossem chamadas de “freedom fighters” por estrategas norte-americanos. Pois eu, pobre escritor de um pobre país, tive um sonho. Como Martin Luther King certa vez sonhou que a América era uma nação de todos os americanos. Pois sonhei que eu era não um homem mas um país. Sim, um país que não conseguia dormir. Porque vivia sobressaltado por terríveis factos. E esse temor fez com que proclamasse uma exigência. Uma exigência que tinha a ver consigo, caro Presidente. E eu exigia que os Estados Unidos da América procedessem à eliminação do seu armamento de destruição maciça.
Por razão desses terríveis perigos eu exigia mais: que inspectores das Nações Unidas fossem enviados para o vosso país. Que terríveis perigos me alertavam? Que receios o vosso país me inspirava? Não eram produtos de sonho, infelizmente. Eram factos que alimentavam a minha desconfiança. A lista é tão grande que escolherei apenas alguns:
– Os Estados Unidos foram a única nação do mundo que lançou bombas atómicas sobre outras nações;
– O seu país foi a única nação a ser condenada por “uso ilegítimo da força” pelo Tribunal Internacional de Justiça;
– Forças americanas treinaram e armaram fundamentalistas islâmicos mais extremistas (incluindo o terrorista Bin Laden) a pretexto de derrubarem os invasores russos no Afeganistão;
– O regime de Saddam Hussein foi apoiado pelos EUA enquanto praticava as piores atrocidades contra os iraquianos (incluindo o gaseamento dos curdos em 1988);
– Como tantos outros dirigentes legítimos, o africano Patrice Lumumba foi assassinado com ajuda da CIA. Depois de preso e torturado e baleado na cabeça o seu corpo foi dissolvido em ácido clorídrico;
– Como tantos outros fantoches, Mobutu Seseseko foi por vossos agentes conduzido ao poder e concedeu facilidades especiais à espionagem americana: o quartel-general da CIA no Zaire tornou-se o maior em África. A ditadura brutal deste zairense não mereceu nenhum reparo dos EUA até que ele deixou de ser conveniente, em 1992;
– A invasão de Timor-Leste pelos militares indonésios mereceu o apoio dos EUA. Quando as atrocidades foram conhecidas, a resposta da Administração Clinton foi “o assunto é da responsabilidade do Governo indonésio e não queremos retirar-lhe essa responsabilidade”;
– O vosso país albergou criminosos como Emmanuel Constant, um dos líderes mais sanguinários do Taiti, cujas forças paramilitares massacraram milhares de inocentes. Constant foi julgado à revelia e as novas autoridades solicitaram a sua extradição. O Governo americano recusou o pedido;
– Em Agosto de 1998, a Força Aérea dos EUA bombardeou no Sudão uma fábrica de medicamentos, designada Al-Shifa. Um engano? Não, tratava-se de uma retaliação dos atentados bombistas de Nairobi e Dar-es-Salam;
– Em Dezembro de 1987, os Estados Unidos foi o único país (junto com Israel) a votar contra uma moção de condenação ao terrorismo internacional. Mesmo assim, a moção foi aprovada pelo voto de cento e cinquenta e três países;
– Em 1953, a CIA ajudou a preparar o golpe de Estado contra o Irão na sequência do qual milhares de comunistas do Tudeh foram massacrados. A lista de golpes preparados pela CIA é bem longa;
– Desde a Segunda Guerra Mundial, os EUA bombardearam: a China (1945-46), a Coreia e a China (1950-53), a Guatemala (1954), a Indonésia (1958), Cuba (1959-1961), a Guatemala (1960), o Congo (1964), o Peru (1965), o Laos (1961-1973), o Vietname (1961-1973), o Camboja (1969-1970), a Guatemala (1967-1973), Granada (1983), Líbano (1983-84), a Líbia (1986), El Salvador (1980), a Nicarágua (1980), o Irão (1987), o Panamá (1989), o Iraque (1990-2001), o Kuwait (1991), a Somália (1993), a Bósnia (1994-95), o Sudão (1998), o Afeganistão (1998), a Jugoslávia (1999);
– Acções de terrorismo biológico e químico foram postas em prática pelos EUA: o agente laranja e os desfolhantes no Vietname, o vírus da peste contra Cuba que durante anos devastou a produção suína naquele país. O “Wall Street Journal” publicou um relatório que anunciava que 500.000 crianças vietnamitas nasceram deformadas em consequência da guerra química das forças norte-americanas.
Acordei do pesadelo do sono para o pesadelo da realidade. A guerra que o senhor Presidente teimou em iniciar poderá libertar-nos de um ditador. Mas ficaremos todos mais pobres. Enfrentaremos maiores dificuldades nas nossas já precárias economias e teremos menos esperança num futuro governado pela razão e pela moral. Teremos menos fé na força reguladora das Nações Unidas e das convenções do direito internacional. Estaremos, enfim, mais sós e mais desamparados.
Senhor Presidente:
O Iraque não é Saddam. São 22 milhões de mães e filhos, e de homens que trabalham e sonham como fazem os comuns norte-americanos. Preocupamo-nos com os males do regime de Saddam Hussein, que são reais. Mas esquece-se os horrores da primeira guerra do Golfo [em 1991] em que perderam a vida mais de 150.000 homens.
O que está destruindo maciçamente os iraquianos não são as armas de Saddam. São as sanções que conduziram a uma situação humanitária tão grave que dois coordenadores para ajuda das Nações Unidas (Dennis Halliday e Hans Von Sponeck) pediram a demissão em protesto contra essas mesmas sanções. Explicando a razão da sua renúncia, Halliday escreveu: “Estamos destruindo toda uma sociedade. É tão simples e terrível como isso. E isso é ilegal e imoral.” Esse sistema de sanções já levou à morte meio milhão de crianças iraquianas.
Mas a guerra contra o Iraque não está para começar. Já começou há muito tempo. Nas zonas de restrição aérea no Norte e no Sul do Iraque acontecem continuamente bombardeamentos desde há 12 anos. Acredita-se que 500 iraquianos foram mortos desde 1999. O bombardeamento incluiu o uso maciço de urânio empobrecido (300 toneladas, ou seja, 30 vezes mais do que o usado no Kosovo).
Livrar-nos-emos de Saddam. Mas continuaremos prisioneiros da lógica da guerra e da arrogância. Não quero que os meus filhos (nem os seus) vivam dominados pelo fantasma do medo. E que pensem que, para viverem tranquilos, precisam de construir uma fortaleza. E que só estarão seguros quando se tiver que gastar fortunas em armas. Como o seu país, que despende 270.000.000.000.000 dólares (duzentos e setenta mil milhões de dólares) por ano para manter o arsenal de guerra. O senhor bem sabe o que essa soma poderia ajudar a mudar o destino miserável de milhões de seres.
O bispo americano monsenhor Robert Bowan escreveu- lhe no final do ano passado uma carta intitulada “Por que é que o mundo odeia os EUA?”. O bispo da Igreja Católica da Florida é um ex-combatente na guerra do Vietname. Ele sabe o que é a guerra e escreveu: “O senhor reclama que os EUA são alvo do terrorismo porque defendemos a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Que absurdo, sr. Presidente! Somos alvos dos terroristas porque, na maior parte do mundo, o nosso Governo defendeu a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos dos terroristas porque somos odiados. E somos odiados porque o nosso Governo fez coisas odiosas. Em quantos países agentes do nosso Governo depuseram líderes popularmente eleitos substituindo-os por ditadores militares, fantoches desejosos de vender o seu próprio povo às corporações norte-americanas multinacionais?” E o bispo conclui: “O povo do Canadá desfruta de democracia, de liberdade e de direitos humanos, assim como o povo da Noruega e da Suécia. Alguma vez o senhor ouviu falar de ataques a embaixadas canadianas, norueguesas ou suecas? Nós somos odiados não porque praticamos a democracia, a liberdade ou os direitos humanos. Somos odiados porque o nosso Governo nega essas coisas aos povos dos países do Terceiro Mundo, cujos recursos são cobiçados pelas nossas multinacionais.”
Senhor Presidente:
Sua Excelência parece não necessitar que uma instituição internacional legitime o seu direito de intervenção militar. Ao menos que possamos nós encontrar moral e verdade na sua argumentação. Eu e mais milhões de cidadãos não ficámos convencidos quando o vimos justificar a guerra. Nós preferíamos vê-lo assinar a Convenção de Quioto para conter o efeito de estufa. Preferíamos tê-lo visto em Durban na Conferência Internacional contra o Racismo. Não se preocupe, senhor Presidente. A nós, nações pequenas deste mundo, não nos passa pela cabeça exigir a vossa demissão por causa desse apoio que as vossas sucessivas administrações concederam a não menos sucessivos ditadores. A maior ameaça que pesa sobre a América não são armamentos de outros. É o universo de mentira que se criou em redor dos vossos cidadãos.
O maior perigo não é o regime de Saddam, nem nenhum outro regime. Mas o sentimento de superioridade que parece animar o seu Governo. O seu inimigo principal não está fora. Está dentro dos EUA. Essa guerra só pode ser vencida pelos próprios americanos. Eu gostaria de poder festejar o derrube de Saddam Hussein. E festejar com todos os americanos. Mas sem hipocrisia, sem argumentação para consumo de diminuídos mentais. Porque nós, caro Presidente Bush, nós, os povos dos países pequenos, temos uma arma de construção maciça: a capacidade de pensar.
deda estar socorro
Trainspotting II
Choose life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, Choose washing machines, cars, compact disc players, and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol and dental insurance. Choose fixed- interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisure wear and matching luggage. Choose a three piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing sprit- crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing you last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked-up brats you have spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life… But why would I want to do a thing like that?
Let´s go Porno!!!
de Londres ao Artes em Partes
de Londres ao Artes em PartesPor LUÍS OCTÁVIO COSTA
Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2003Assim nasceram os fenómenos chamados Club Kitten e Super Cock. A desbunda começou num sítio no meio do nada, em Londres, e instalou-se no Porto. Epicentros: Triplex, Aniki-Bobó ou uma sala que já aplaudiu a revista e que ainda alberga “hard-core”.
London Guildhall UniversityO “rewind” pára invariavelmente no ano de 1996, no número 2 de Goulston Street. A porta dava para a London Guildhall University, em plena East London. “Um sítio no meio do nada”, garante João Vieira, que aproveitou a extravagância do seu nome para garantir um emprego em part-time. A associação de estudantes estava à mão. Como gastava tudo o que tinha em discos, fez-se dj. “Propus ao responsável pelo espaço um ‘club’ semanal. Disse que era dj. Não era, menti”, confessa. Mas em dois minutos, apontou um “set” de vinte músicas suficientemente interessante para convencer quem tinha que convencer. “Pouco dinheiro, muita imaginação”. E a receita manteve-se no Club. Roupas super-produzidas tipo punk-glam-rock, ainda que compradas quase ao quilo. Daí a etiqueta “charity-shop trash look”, daí o estilo sem regras, a roçar o escandaloso, de um simples bar de associação.
Aniki-Bobó
Farto de pertencer à classe espectador, Rodrigo Affreixo resolveu sacudir há meia dúzia de anos o pó de alguns quilos de discos religiosamente amontoados na sala. Um início “tardio”, admite. A cobaia, o Aniki-Bobó, espaço colocado na margem direita do Douro, cenário do filme de Oliveira. Aí, mágica não era a fórmula que, entre crianças, permite determinar quem é polícia e quem é ladrão, mas os contornos de um bar encoberto com tiques delicados. “Perfeito: tinha um bocadinho do espírito da mistura de coisas actuais com coisa antigas”. O cocktail serviu para cruzar estilos nas festas “Anos 80” e avançar para as combinações de música negra, “Chocolate Preto”. Também foi por aqui que nasceu o embrião das Super Cock: a primeira compilação de música portuguesa aconteceu no dia 25 de Abril de 1998.
Triplex
Em plena Avenida da Boavista, foi o epicentro do fenómeno. “É como se fosse a casa de alguém. E o ambiente, o de uma festa particular”, resume João Vieira, que chegou a ponderar o Labirintho como primeira hipótese para a primeira residência Kitten no Porto. “Mas já tinha os seus clientes e o Triplex estava mais pobrezinho”, justifica. Ou “demasiado trintão”, completa Affreixo, responsável pela segunda demão no colorido algo acizentado do Triplex. A moda Kitten pegou de estaca. “Não é um ambiente de discoteca, onde, a par do copo de whisky, aparece a top model contratada para dar ar à casa. As idades (dos 18 aos 40) misturam-se e tudo se aceita, nada choca”. A variante militante “São Cravos Senhor” foi retocada – passou a “Super Cock” -, perdeu o ingrediente “revolução” pelo caminho e também causou boa impressão.
Teatro Sá da Bandeira
O Triplex estava a rebentar pelas costuras. Uns queixavam-se, outros preferiam estar lá em pontas de pés. Nem que “o Kitten” tivesse um cubículo de um metro quadrado e os pratos pousados nos joelhos. Faltava “sítio para dançar” e até “espaço para se mexer”; sobrava “barulho para os vizinhos”, apesar de o som do Triplex ser “de bar”. A passagem para o Sá da Bandeira evitou que se perdesse o espírito das “festas dançáveis”, sublinha Rodrigo Affreixo. Foi o dois em um: profissionalizou-se o som e submeteram-se caras novas à apreciação de um público fiel. “É uma oportunidade para divulgar novas bandas que por si só não viriam cá porque não são conhecidas e não enchem salas. Com mil e tal pessoas já se pode arriscar”, explica João Vieira, que também não queria aparecer sozinho. “Seria um pouco arrogante, até”. Encontrou “um espaço vazio, pouco explorado, com um elemento ‘trash'”. Outros requerimentos: “Não queria uma discoteca onde se misturasse o público Nova Era, não queria uma caixa, um armazém”. “Um pouco a reboque do Kitten”, como o próprio admite, Affreixo sentia-se em casa. A decadência de uma sala que já aplaudiu o teatro de revista de Eugénio Salvador, Raúl Solnado e Ivone Silva e que ainda alberga sessões de cinema “hard-core” vinha a calhar.
Artes em Partes
Do rés-do-chão ao segunda andar, duas lojas do edifício Artes em Partes, na singular rua Miguel Bombarda, têm sido as mais recentes fontes de vinil, a par das colecções privadas. Rodrigo e João costumam cruzar-se por lá. O primeiro passa pela Feira da Vandoma, corre lojas caducas e sobe mais degraus do Artes em Partes para vasculhar a Musak e regressar a casa com um ou outro vinil usado. No capítulo da apanha, a tarefa de João Vieira é mais preguiçosa. “Na Matéria Prima só pergunto: ‘O que é que há para mim?’ E passo a tarde a ouvir discos”.