escrever

Nem sempre as palavras fluem com a regularidade que as desejamos. Vulgarmente sou fustigado com um incomodo período de procrastinação que de tempos a tempos vem bater à minha porta.

Mas o que interessa nem sempre tem tradução em palavras – apenas é passível de se tentar descrever num conjunto confuso de frases sem nunca se conseguir um mísero texto que se adeqúe ao estado de alma que se quer transmitir. Por isso nem sempre faz sentido expor ao mundo por palavras o que se sente ou faz.

Além disso a audiência que presumo existir provoca uma timidez infame, um medo que o nosso retrato vivencial seja mal entendido ou mal descodificado, um mal que já me persegue há muito.

Mas estes argumentos são meras desculpas e a programção segue dentro de momentos…

As palavras não são capazes de suster o peso das emoções fortes, nem milhares de frases podem descrever com autenticidade as imagens que ecoam na minha mente.

Como na música do Chico Fininho, só por leviandade se pode sorrir assim, – mas não o posso deixar de o fazer.

Em determinados períodos, vá-se lá saber porque carga de água, sou demasiado propenso a letargias cíclicas. O facto que não escrever estas últimas semanas aqui apesar de uma enorme vontade é disso um exemplo acabado de como sou um ser bastante inconsistente para com os meus pequenos prazeres.

Desculpas aparte, estes últimos dias têm sido propensas a fait divers que me recordam de algo verdadeiramente excepcional: a vida tem inúmeras surpresas e quando julgamos que o planeta terra já rolou tudo que tinha que rolar para nós, eis que algo faz com que mergulhemos na máquina de lavar a roupa em pleno ciclo de centrifugação.

Acho que são as pequenas-grandes diferencias que nos recordam que a Vida tem sempre um V maiúsculo e que o deus das pequenas coisas está presente para nos dar momentos únicos de beleza e êxtase. Basta que tenhamos a alma aberta para abraçar novas aventuras.

Após um longo período de procrastinação, de algumas atribulações e peripécias, volto a escrever neste diário. Não quero deixar de tentar esboçar alguns textos e relatos desta vivencia de meliante encartado, apesar de alguma preguiça e manifesta falta de tempo.

Não é pelo começar do ano ou pelo culminar do Inverno que interrompo o meu silêncio voluntário. Trata-se apenas de uma coincidência temporal, sem as influências tantas vezes palermas das resoluções de ano novo. Move-me talvez a necessidade de desabafar, de compartilhar com todos e ao mesmo tempo com ninguém em particular, nada em concreto. Tão só a necessidade de comunicar de forma intimista e quem sabe também a necessidade de estabelecer uma caixa do tempo, que daqui a uns anos vou desenterrar. Nessa caixa do tempo vou colocando pequenas nuances e chaves secretas para os meus pensamentos, um backup para as minhas memórias inconsequentes, para que num futuro remoto, vejam a luz do dia salvas do esquecimento.

Não sei se viajarão no tempo que tudo emudece e refina a essência. Serão com sorte pensamentos colocados numa garrafeira, amadurecendo para que num momento ideal sejam abertos e servidos em copos de cristal, com esperança que a reserva se tenha tornado um vintage. Com sorte talvez. E tudo depende da colheita. Esperemos que seja boa…

No meio da depressão económica e social que o meu país se encontra, começo a encarar que viver em Portugal não será propriamente algo que se encare de ânimo leve. Isto porque temos opções de viver onde muito bem entendamos. Cabe a um pessoa inteligente decifrar se o país em que se encontra, mesmo que seja o país natal, é ou não o local ideal para passar o resto da sua vida. Actualmente não me parece que esse seja o caso.

O meu país tornou-se um patético postal ilustrado, onde as instituições e o próprio estado apenas funcionam na aparência. Tudo o resto parece um enorme fogo-de-vista para inglês ver onde na verdade se vive acima das possibilidades e se gasta o que não se tem.

Tenho pena que o meu imaginário patriótico tenha caído ao chão. Não há mais paciência para suportar todas as opções erradas que se fazem na roda política e empresarial, ao mesmo tem que existe uma inanição total de cidadania e até de civismo dos portugueses. Não há descontentes, excepto quando se trata na possibilidade de se vir a trabalhar mais.

Não admira portanto que quem tem capacidade de iniciativa esteja a equacionar emigrar ou até já tenha dado o salto.

É caso para escrever:

o último a sair que feche a porta!

2. A caminhada

Necessito urgentemente de reviver a minha capacidade de escrever como forma de catarse de emoções acumuladas. Em seis meses a minha vida foi revolucionada por inúmeras acções a enredos originais que me fizeram crescer mental e espiritualmente, como nunca antes. Dir-se-ia que em seis meses cresci tanto como em seis anos.

Estou a evoluir categórica e indesmentivelmente para um novo e renovado ser, mais maduro e ponderado, e, sem margem para dúvida, indiscutivelmente mais humilde e sereno. Mesmo assim, ainda subsiste, o refugo e os resíduos de uma alma mais atormentada e perdida, como antes era, e em situações de limite as falhas submergem, para minha insatisfação, mostrando o quão ridículo e mesquinho eu era, e como ainda tenho uma caminhada longa pela frente.

O caminho esta ainda algo por traçar, mas as metas já se vão esboçando, como promessas de uma Terra Prometida, como um paraíso que apesar de estar distante, está apenas a umas quantas léguas de caminhada insistente.

Tenho necessidade de escrever nas alturas em que a minha vida se defronta com um ponto de viragem, com uma fasquia mais alta, na nossa novela. Necessariamente hoje estou a passar por um dos marcos da minha vida que mais impacto trarão na minha vivência, mas de alguma forma a caneta tem estado parada e a tinta não quer escorrer.
uma caneta sem tinta
Sinto-me extasiado com emoções que necessito escrever, situar no tempo e espaço e materializar em palavras, mas estou preso por um maléfico torpor de preguiça, de ausência da inspiração que me faz pulsar o coração quando concretizo as palavras que me sobrevoam a mente.

Estou cansado, mas apaixonado, numa viagem que temo não estar à altura de conseguir realizar, mas que desejo arduamente fazer. Preciso reflectir, encontrar bases de suporte, terra firme onde alicerçar os meus pensamentos que borbulham desamparados na febre, fervendo num lume rubro.

É com muito prazer que anuncio que Pete Watson, o astrólogo inglês que tive o prazer de conhecer na minha cidade e de privar da sua amizade, iniciou um site onde se propõe a fazer mapas online.

O site está neste endereço www.starscan.plus.com
Pete, além de ser alguém que considero um amigo, é também uma pessoa sensível, um homem corajoso e um astrólogo eminente mas não muito reconhecido. Actualmente Pete está de volta ao seu país Natal, onde pretende acabar o seu manual de Astrologia.

Confesso que eu era o ser mais céptico em relação à astrologia, mas no dia que Pete me fez o meu mapa astral, tive que me render às evidências de que algo de inexplicável e quase bizarro se movimenta com a influencia dos astros na nossa vida. Não é natural que um desconhecido, para mais um inglês, fosse capaz de descrever com minúcia, todos os aspectos da minha personalidade, assim como me ter descrito com precisão cronológica todos os momentos importantes do meu passado, muitos deles que ninguém teve conhecimento.
Com essa leitura fui capaz de me entender melhor, e mesmo perdoar-me a mim próprio de alguns defeitos e prosseguir numa busca mais lúcida para o meu trajecto.

Thanks Pete! God speed!

Tenho pena por não dispor de um tempinho e disposição para aqui escrever.
Muita água passou debaixo da ponte, talvez mesmo um estilo dilúvio capaz de levar a ponte junto e sinto alguma pena por não retratar alguns esboços aqui. A minha vida está bastante diferente, sem dúvida para melhor, como se tivesse emigrado da Sibéria para o algures no trópico de Capricórnio, no intuito de deixar de sentir frio.

Creio que a única coisa que me faria falta agora seria mais uma horita diária de tempos livres para me dedicar a velhos sonhos, e talvez mesmo, sobrar algum tempo para escrever um conjunto de impressões quotidianas diariamente. Talvez as coisas mudem, e eu possa dispor de um enquadramento mais saudável, ou começar a gerir melhor o meu tempo e as minhas tarefas.

II – Frases que se perpetuam

Esqueço-me que as palavras também se materializam, que passam de um pensamento a um estado visível de transmissão. Quando são ditas, as palavras apenas passam à distancia que o som e o ar as permite transportar e são actos efémeros audíveis, completamente momentâneos e raramente reproduzíveis novamente na sua essência, timbre como são proferidos e conotação com a língua, a boca e os lábios o emitem.

Quando as palavras passam por uma caneta, uma máquina de escrever, um teclado, tomam outra alma, são já um compromisso materializado de um pensamento, ideia ou emoção. Podem ser lidas repetidamente e os seus significados circunscritos dissecados, pondo a nu toda a sua expressão e mensagem.

Mesmo que sejam destruídos o seus suportes, como o papel, ou estas pacatas páginas, essas palavras atingiram uma substância eternizada que se perpetua, sendo eterna mesmo que já não existente, pois ouve uma prova palpável da sua presença.
Essa marca de que as palavras são para todo o sempre fustiga hoje a minha leveza de escrever. Toda a ânsia e escassez de tempo com que matraqueio o teclado, não me dá a lucidez de transportar a clareza do que pretendo enviar numa simples mensagem.

Quando as minhas memórias e emoções são aqui depositadas não estão escritas na areia à espera de uma onda que as apague, nem estão só marcadas a canivete na cortiça do tronco de uma árvore. Essas memórias e emoções serão depositadas transportadas numa capsula do tempo, para sempre incorruptíveis num vácuo temporal. E quando é assim, deixa uma efeito semelhante a uma ponte para a eternidade e que depois de ser lançada não pode mais ser alterada, rectificada ou repensada, como a placa que viaja na sonda Pioneer 10 a 12,5 mil milhões de kilometros da Terra, uma mensagem da humanidade que muito provavelmente sobreviverá a extinção da humanidade e civilização que a concebeu.

Estou algo alarmado e receoso. Tudo porque no meu âmago estou a pressentir que o meu futuro se modifica de forma abrupta. Todos os pequenos planos, todos os passos a curto prazo parecem não fazer mais sentido, num volte de face muito delicioso do destino, que me envolve e transforma.

Como se um vendaval se abatesse sobre mim tudo esvoaça em meu redor, sem que eu consiga discernir do que se trata. É rápido como o vento quente que rodopia à minha volta e me abraça e sacode numa nova sensação. Páginas do meu diário esvoaçam por preencher roçando o meu corpo, circundando-me e questionando-me se vou escrever novas passagens cheias de fulgor e mudanças. São páginas em branco, níveas e espessas, que numa coluna de redemoinho se cruzam e revolvem, questionando-me. Perguntam-me por novas passagens, novas encruzilhadas do destino, por um novo plano de existências, mutações e destinos.

O Sol brilha e como num sonho a luz invade todo um horizonte azul, pleno de serenidade e calor, enquanto o vento transporta as folhas numa espiral interminável dum branco intenso cortando o céu azul como uma faca de gume afiado.

E levando a pena, hesito olhando um tinteiro de ouro, repleto da tinta negra com que vou elevar-me com uma nova musa esplendorosa e generosa. Tanto por escrever, tanto por viver!

Estou a reaprender um hábito perdido. Comprei uma máquina fotográfica digital, para compensar o extravio da minha máquina compacta no Aeroporto de Madrid em Abril. O artificio de captar um momento, um sorriso, uma pequena visão ou promenor do espaço físico tem para mim um intenso fascínio.

A fotográfica imortaliza um momento, uma sensação ou uma emoção visual que não se pode transmitir por palavras devido à sua perfeição. As palavras e as frases são imperfeitas para descreverem conceitos ou sensações tão elevados ou circunstanciais que se perde a essência em rodeios linguísticos na tentativa de alcançar o que não é alcançável. Por isso, e apesar de ter sido sempre um fotografo de meia-tigela, tive sempre o gosto de disparar aquela captação do eterno.

Eu nunca gostei dos meus retratos fotográficos. Não sou daquelas criaturas fotogénicas que sabem embelezar-se perante o momento que vai ficar suspenso no tempo graças a uma fotografia. Fico sempre com um ar artificial em que não me revejo, como se a minha essência não tenha tradução visual, ou a minha alma tenha uma irreverente repulsa por ser roubada pelo fotógrafo. Desde pequeno que fujo às fotos como o demónio da cruz, só consentindo tal coisa quando me é impossível dizer “não”.

Espero em breve ser capaz de me adaptar à teoria que envolve a fotografia sem filme, com um manual que nunca mais acaba da Nikon Coolpix 4300, para conseguir captar algumas imagens decentes e guarda-las não só na retina na mente, mas também na memória do computador e no papel.

Estou algo apático em relação a uns desafios que se me deparam. Acho que a ignição ainda não se fez sentir, apesar de tudo aparentar estar a encaminhar-se para os seus devidos eixos.

Voltar a ressuscitar a falecida D. e provar que a sua flat-line cardíaca é apenas ilusória é um desafio complexo, mas que abraço voluntariamente com prazer.
Foi na D. que até hoje trabalhei com mais prazer, com um sentido de responsabilidade e empenho que nunca tinha suspeitado em mim, até ao seu descarrilamento nas incongruências e lutas palacianas do Passado que levaram a um hara-kiri agonizante e longo, depois do meu bater da porta. Fora as envolvências maquiavélicas do seu final, aprendi os prazeres de trabalhar em equipa com A. e R., quase sempre para lá do limite do dever, por uma causa nobre e também pelo bichinho de escrever sobre o que gostavamos. Era a menina dos meus olhos e hoje, apesar de não ter as expectativas de recriar aqueles tempos áureos, gostava de lhe proporcionar um destino honesto que a D. sempre mereceu.
O futuro ditará a sua sentença num presente em aberto sem sombras de Passado.

Entretanto Dr.P. volta à America do Sol, e sem o saber vai aterrar directamente na maior festa do mundo nesta data. É um gajo sortudo e estou roído de inveja. Se o soubesse teria movido mundos e fundos para o acompanhar.

Estou algo envergonhado. Parece que a minha pacata vivência de blogueiro inveterado está a chamar a atenção e os elogios de alguns internautautas atentos. Acho que isso é óptimo para a minha auto-estima, mas deixa uma série de pontos de interrogação sobre a minha simplória motivação de escrever um weblog sobre a minha vida quase banal. Partilho ou exponho-me? Acho antes que desabafo.

in JornalismoPortoNet

Impressões mesmo digitais

O universo dos bolgs introduz-nos numa nova dimensão internáutica. Cada um de nós pode agora erguer a sua voz activa e marcar as suas impressões de uma forma digital, no verdadeiro sentido da palavra.
As formas mais puras e directas de expressão pessoal encontram-se sob a forma de diários que os internautas partilham com toda a comunidade digital. No diário de um meliante encontramos um dos melhores exemplos de percepções pessoais compartilhadas, atraindo de forma peculiar e sedutora mesmo o mais distraído dos navegadores. Ora espreitem lá…

O diário de um meliante, assinado por um auto-intitulado psicótico, descreve mais as divagações intelectuais do dito cujo, que propriamente os acontecimentos quotidianos que não suscitariam interesse, pois poderiam ser encontrados na vida do mais comum dos mortais. No entanto, estas reflexões são baseadas em vivências inspiradoras e, por isso, contêm uma expressividade sensorial notoriamente poética.
Trocando por miúdos, nos acontecimentos mais recentes o autor de tais escritos viajou ao país do sol – o Brasil da praia, paz e pagode. Lá encontrou não só um refúgio fisicamente paradisíaco, como também, e principalmente, uma evasão espiritual que lhe despertou os sentidos. Esta viagem à América do sol concedeu-lhe uma terapia interior que o rejuvenesceu.
Este blog contém também os já clássicos dados do seu autor, arquivos de acontecimentos passados e links para outros sites e blogs.
Mas o curioso neste diário é a bela forma como está escrito. Sobressai entre muitos outros que se limitam a uns rabiscos sem conteúdo que apenas satisfazem a mera afirmação pessoal do seu autor.

Mariana Mota

Publicado por turma001 a 16 maio, 2003 12:25

Obrigado Mariana

Questiono-me se perdi a capacidade de escrever um par de frases interessantes. Na minha adolescência fervilhava de ímpetos que só eram refreados com um caneta de tinta permanente e uma folha de papel nívea e espessa. A caneta deslizava velozmente desenfreada e incólume a qualquer interferência externa. Á luz de um candeeiro, a avançadas horas da noite, o fulgor da alma lançava lufadas de palavras sinceras e íntimas, cheias de secretismo e magia.

Hoje, a minha capacidade de escritor desenfreado da noite está quase extinto. Já não ouço a musa, e as veias estão murchas, enquanto matraqueio um teclado gasto. Os ímpetos permanecem, só que esbatidos num nevoeiro serrado de mente cansada, e alma esquecida de como vomitar as ânsias do intimo. As tripas do nosso inconsciente estão amansadas por uma dieta rigorosa, na imagem que seguimos de normalidade.

Se na adolescência alimentava o secreto desejo de produzir poesia ou prosa literária que seria reconhecida, e qui çà, tornar-me um escritor famoso, pelo qual o instinto feminino se derretesse e idolatrasse o chão que eu pisaria. Mas o destino e o fado não o permitiram e condenaram-me ao esquecimento da banalidade dos leigos.

Recordo como se fosse hoje o dia turvo que queimei de impulso todas aquelas folhas já amarelecidas que se esbateram em chamas e fumo. Mais tarde julguei ter sido um mero sonho ou ilusão, e que a “Fênix Renascida” , “Mergulhando no Mar Absurdo”, “Doce terna adormecida”, “Sangue derramado” iam estar ao alcance da minha mão. Erro meu. Estavam mortas, reduzidas a pó e na minha memória só restavam cinzas de um subproduto disforme de noites de vigília.

Foram-se de vez, mas contudo descansam em paz, protegidos do meu revivalismo.
E quem sabe talvez a veia apesar de murcha ainda não secou totalmente. E tal como o mito da Fênix, renasça das suas próprias cinzas, ao contrário dos pelicanos côr-de-fogo.

Sempre fui muito céptico e positivista. Contudo este fim-de-semana tive que rever o descrédito que dava à astrologia.

J. falara-me de Pete, um sujeito inglês muito afável que estava a viver na minha cidade, e que curiosamente é astrólogo amador.

Agora que Peter está sem emprego e se dedica a escrever um livro sobre os astros, decidi dar uma ajuda ao rapaz.
Confesso que fiquei curioso, já que J. ficara KO com a leitura milimétrica que lhe tinha feito…

Peixes com ascendência em Balança, com o que Pete chamou uma personalidade complexa com a antítese a 45° de Neptuno e Urano. Mas explicou porque essa dicotomia, e a par e passo descreveu a minha personalidade. Fiquei KO também.

Pior foi dizer com exactidão cronométrica (acertando mesmo nas semanas!) de eventos que me afectaram, que pelo bem, quer pelo mal, nos últimos anos.

Acho que acabei por saber mais sobre mim. E se muito que sinto esta assim escrito nos astros, de certa forma não me aflige tanto. Acabei por perceber melhor alguns dos meus defeitos e predicados.

Quanto ao futuro:

Vai-te embora Plutão!

Para quem estiver interessado, Pete faz a leitura por 25 ?, mas convém perceber bem inglês, pois o português do moço é algo incipiente. Mas dá direito aos mapas e também a uma cassete audio para se digerir mais tarde toda a explicação.

Deixo mail de Pete Watson a quem quiser marcar uma consulta…

Esta história de formatar computadores já trás água no bico. Depois de passar 15 dias a configurar o PC como eu gosto, a meter uma tonelada de bytes em software (sacado da net e logo crackado como deve ser), passado horas a tentar todas as minhas 300.000 passwords antigas dos 107 web$ervices que tenho, eis que o Windows dá tilt não recuperável dos backups que tenho.

format c: /a

Volta a estaca zero…

Depois a placa gráfica da problemas. E o sistema não faz upgrade.

format c: /a

Volta a estaca zero…

Assim fico psicótico… E sem poder escreveraqui!

Zil!!!

Não há musa inspiradora que aguente!

Vem aí o solstício de Inverno

Ando com alguma preguiça em escrever. Creio que esta altura do ano, quando se aproxima o solstício de Inverno me torna sempre mais mole e apático.

Estou a ler compulsivamente outra vez. Faz anos que me tinha afastado da literatura, para grande desgosto meu, mas eis que descobri as saborosas obras de Paulo Coelho, que com uma linguagem simples, nós dá uma realidade cheia de mensagens para a alma e delicia a mente. Depois do “O alquimista” li o “Díario de um Mago” de forma frenética, e quero mais.

Enquanto isso, o Outono apesar de frio revela-se agora solarengo, chegando a ser enternecedor. Estou contemplativo, sereno, mas não melancólico, embora saiba que o vulcão de energia e Amor-que-Consome esteja prestes a explodir, com furor, sagacidade e coragem.

O meu mano chega amanhã com a sua companheira para umas pequenas férias, qual imigrante. Vai ficar em minha casa apesar do gelo que deve estar por lá. É intraduzivel em palavras a força que uma amizade tão profunda e duradoura que mantemos. Sou um felizardo pois sei que os laços de fraternidade que construí não são raros, nem se esbatem com o tempo ou a distância. E como me escreveu este adorável meliante:

“Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrera de solidão; poderá morrer de saudades mas nunca estará só.”

O virar da página

Há uma lei da física de Lavoisier que se adequa às nossas vidas :


Na Natureza nada se perde, nada se cria: tudo se transforma

Creio que este postulado é uma verdade absoluta, provada cientificamente no mundo da física que pode ser alargado ao mundo da metafísica. A nossa alma e a nossa mente também evoluem e se transformam. Há sempre pontos-chaves na nossa vida que geram novas fases e este último fim-de-semana foi um desses marcos de mudança.

O virar da página é um renascimento, uma lufada de esperança, como que se começasse a escrever um livro sabendo que nas páginas em branco há muito que preencher e nesse ponto de partida se pode chegar a mil e um finais para a história que vamos contar.

Diverti-me muito na grande cidade nesses dias que antecedem e sucedem ao dia das bruxas. A lua cheia em simultâneo exerce aqueles devaneios singelos levando a pequenas ou grandes emoções e nada melhor que acabar um capítulo numa altura como essa. Mesmo nostálgico com a percepção de encontrar um fim, senti o brilho e cor que guardarei com satisfação na memória.

Contudo há sempre fantasmas e assombrações da época e das eras passadas. Sem sentir pena, vemos os enganos e os desenganos, as injustiças e as alucinações.

Parlez vous français?
Do you speach english?
Hablas español?
Cool dude!

E bom sentir que se é um cidadão do mundo. (mesmo utilizando a língua de Camões!). E curioso descobrir imbecis que acham outras línguas que não a da sua pátria, para escreverem ou comporem músicas. O português é uma língua inteligente mas não tão melodiosa como o espanhol ou inglês. Mas isso não justifica que uma cambada de ignorantes prefira utilizar o inglês. Mesmo que o seu vocabulário se resuma a 250 palavras e tenham uma pronunciação que até nuestros hermanos acham má…