M. está cansadito e tristonho, pois tem toda uma potencial época de alterações à vista.
Nem sempre navegar em mar alto é fácil, muito menos sem bússola. A nossa vida é muitas vezes uma viagem no oceano rumo à terra prometida.
O comandante do navio é que decide.
Quem sabe ver as estrelas e calcular o azimute, sabe navegar longe da costa, em pleno mar alto. Nem todos os comandantes são suficientemente bons para saber as artes do seu ofício, não sabendo ler um mapa, ou usar uma bússola. Por isso ou deambulam ao sabor dos ventos, ou navegam ao longo da costa.
O mar deixa-nos ir em quase todas as direcções dependendo apenas da costa, das correntes e do vento que faz. Mas em mar alto, em plena liberdade de escolha de rota podem as forças da natureza fazer com que o comandante se veja forçado a alterar a sua rota.
As tempestades por vezes são tão fortes com ondas encrespadas e ventos contrários que têm que ser contornadas por uma rota menos directa.
Mas essa alteração de rumo pode não ser um contratempo, mas sim uma vezes uma benesse. Foi assim que supostamente Alvares Cabral descobriu a maravilhosa terra de Vera Cruz.
Na vida apesar de termos um rumo traçado com antecedência para o nosso destino, nem sempre o comandante o pode seguir à risca, devido a estas tempestades adversas. Mas se for um bom comandante chegará sempre ao seu destino, mesmo usando rotas de recurso, mesmo que tenha que inventar novas rotas e navegar por mares desconhecidos.
Na vida é preciso saber quando alterar a rota e calcular um novo trajecto quando se espera tempestade certa pela frente.
É isso que distingue grandes navegadores dos marinheiros de água doce da vida.