ano

A peça XXX dos Fura dels Baus mereceram todas minhas expectativas, antecipadas vários meses antes, desde o anúncio que iam presentear a minha cidade com mais uma presença.

Adepto incondicional da grande companhia catalã, acabei por convencer Ju., I., N., e a adorável loirinha a não perderem esta oportunidade única de dar ao mamarracho do coliseu algum significado.

O show XXX é um bocado diferente ao que já conhecia dos Fura. Nesta peça o palco existe, mas é apenas transposto e decomposto em camadas, ao contrario da inexistência física das outras peças que assisti. A deconstrução do teatro clássico, abalando todos os seus alicerces volta-se para outro factor, menos radical em filosofia, mas provavelmente mais fanático em temática.

Mas Fura é Fura! É manipulação, choque, inovação, espectáculo, provocação. E nisso a companhia não perdoa nem um milímetro.

Buscando o mote da Filosofia de Alcova de Sade, XXX é um espectáculo para adultos, bebendo e debitando pornografia, sempre hard core, explorando quase ao máximo conceitos de atentado ao falso pudor.

A genitália feminina e masculina é sempre um ícone presente, a nudez dos actores aparece rápida e desenfreada. A luxúria, o sadismo e o masoquismo aparecem retratados de forma simples, mostrados com toda a naturalidade e sem eufemismos.

Os textos estão perfeitos e os quatro actores dão o corpo a devassidão da peça, sem que para isso sejam transporcados em demasia. O sexo é explicito, mas afinal é sempre implícito, algo que os Fura nunca deixaram de fazer como ninguém, a manipulação das imagens e conceitos até à perfeição, numa viagem às ilusões reais do sexo ao vivo.

Em cena as imagens sucedem-se numa simbiose de vídeo deixando o palco também de ser um limite horizontal para ser também um limite vertical onde se projectam as cenas, as sombras, o outro lado semi-enevoado, os voos das personagens, o êxtase, a pornografia e a beleza.

As actrizes vivem algo de exigente, e os tabus caem por terra, em especial ao receber uma actriz de filmes porno, a ser uma dominatrix motora de toda a peça, devidamente assistida por um Sade contemporâneo.

Fica presente na retina um amargo de boca e alguns instintos primários algo mexidos, alguma parte negra da sexualidade relembrada, ou o pavor de uma abordagem pelas personagens. Mas o mais estranho e polémico do XXX é sentir que Sade é acima de tudo contemporâneo e está entre nós, na nossa cultura, erotismo, sexualidade e depravação, como se o seu livro tivesses sido escrito há uns trinta anos.

Fura sempre. Foi brilhante. Cada vez mais fã.
Quem sabe esperar mais 3 anos para que voltem novamente?

Enfrentar contrariedades ou algo desse género, gera em mim uma espécie de antítese comportamental. Já há muito tempo que sem estar em férias não passava tão poucos serões em casa. Creio que estou a atravessar uma fase de relativa popularidade, que sem dúvida me faz encarar de forma objectiva o reino da subjectividade e emoções. Como se focasse a meta e não o percurso.

Ser cavalo de corrida não é propriamente o que desejo da vida, mas por vezes precisamos de percorrer as duas léguas sem pestanejar, forçados a um galope que não dá para espumar ou sequer para sentir as rédeas, arreios e o chicote. É só galopar até à meta, com todo o empenho, sem ter tempo para dúvidas.
Os momentos que antecederam a partida eram de tensão extrema e nervosismo. Mas quando as cancelas se abriram, nada mais importa, a não ser aquele momento de adrenalina total, onde o instinto nos derruba toda a consciência e nos leva.
O desgaste da corrida vem depois, não importa. Mesmo que os danos da corrida sejam irreversíveis, e os ligamentos fiquem inutilizados, um cavalo de corrida não vai deixar de correr até ao seu limite.
N. e eu estamos num hipódromo, e só vamos parar quando passarmos a meta, quer em últimos ou primeiros. Isso não importa. Basta que nos deixemos levar pela suprema vontade e satisfação que a corrida dá.

A poesia descansa as almas pesarosas e atormentadas. Por vezes basta ouvir alguns poemas solenes e também castiços, para alimentar e saciar a alma, purgando alguma fome ou sede do espirito.
As palavras são medicamentos de acção rápida na nossa alma, dando alivio e conforto, mesmo que falem em fúria e desalento. Ou mesmo alguns lirismo excessivo, mas que mesmo assim produz um sorriso.

N. e eu falamos bastante com Pete, um brilhante astrólogo, feliz por sentir que os seus 20 anos de estudo e o livro que está a escrever, estão a dar o seus fruto. Um após outro, o nosso círculos de amigos ficam extasiados com a precisão das suas leituras: Ju agradeceu-me imenso, N. ainda em choque quer levar toda a gente a Pete. Pete revela-se uma pessoa sensível, e obviamente tinha que ser peixe como eu.

Na noite seguinte N. e eu tivemos um jantar na Foz, por sinal excelente, óptimo para falar nas coisas da vida e retemperar forças, fazer planos de viagens. Depois fomos rir, ouvindo anedotas entre amigos em Mira-Gaia.

É pena que essas noites se repitam apenas uma vez por semana e a horas proibitivas, mas sei que contudo vou repetir a dose. Esta medicação deve ser cumprida até ao fim.

Sou um navio que atravessa uma tempestade de emoções.
Os ventos da paixão sopram bruscamente e as ondas das emoções são vagas encrespadas.

Não antecipei os sinais da tormenta nem vi as gaivotas fugindo para terra. Estava um dia calmo, céu azul.
De repente veio uma brisa fresca e o céu encobriu. Mesmo antes de pensar em traçar uma rota para o porto de abrigo mais próximo, já trovões ribombavam e o mar encrespava. Eis que recolho as velas, visto o impermeável à pressa e já o vento uiva furioso e a água começa e cair das alturas em jorros.

Não entro em pânico, e tento dominar um medo terrível de ser tragado pelo mar. As ondas são já enormes.
Todas as ancoras são lançadas com esperança da rota traçada pelos elementos não me esmagar contra os rochedos em terra. Sem fuga preparo-me para enfrentar o centro da tempestade que se forma cada vez mais assustador. Avisto o tufão formando-se e com toda a esperança que me sobra, finco as mãos no leme com toda a força que encontro. Não será o temor da tempestade que me irá salvar. Nem tão pouco a minha vontade de sobreviver aquela tempestade assassina de marinheiros. Apenas o destino

Um lobo-do-mar sabe que as grandes tempestades não escolhem vítimas, nem reclamam sangue. Apenas se revelam quando menos se espera, como um teste dos elementos à coragem dos homens em navegar e desafiar o vasto oceano. Só os grandes homens do mar lhes podem resistir, mas no fim são as tempestades que os poupam, por serem valentes, ou os levam apenas por prazer.
Naquele momento que o navio trepa as vagas, descontrolado, apenas tentando enfrentar aquelas paredes de água salgada para não adornar e ser engolido pelo mar. Sei que parte da carga já está irremediavelmente perdida, mas isso sempre foi um risco que todos os marinheiros têm que assumir.

Seguro o leme com afinco e perseverança. Já não temo o tufão que se aproxima. Estou forte, mas sei que a minha vontade não me poderá salvar do destino.
Se Neptuno me quiser, assim será. Senão serei recompensado pela bonança e um porto seguro onde me esperam mil sonhos.
E tudo a tempestade decidirá, e tudo o tempo desvanece. Mesmo as grandes tempestades.

Questiono-me muitas vezes se serei muito excêntrico. A verdade é que nas duas ultimas semanas, tenho me comportado como tal, em especial, durante o fim-de-semana. N. tem dado o mote de um desenfreado gosto pelo descontrole e alienação noctívaga, que passam rapidamente da euforia para a culpabilização após os pecadilhos cometidos. E assim se eu ponderar bem, apesar de o acompanhar como amigo que o ampara, qual anjo da guarda, também sei que a minha vontade não é forte pois quero partilhar essa necessidade de alienação e busca pelo desenfreado e ilusório ao ritmo em que não existe um amanhã.

Não admira que me tenha colocado numa posição de xeque-mate, oferecendo a Dama e deixando o Rei sem fuga possível, ao tentar fazer de um misto advogado do Diabo, cruzado com Grilo falante, e simultaneamente gozando cada momento dessa vida desenfreada. Se a minha vida neste momento esteja tão repleta de paixões intensas é também verdade que tenho o coração tão partido, e tantas vezes colado com cimento-cola que o meu autocontrole está a dar de sí.

Creio que será essa a síndroma da falésia: sei que é perigoso caminhar pelos precipícios da falésia; aviso todos desse perigo, mas contudo o fascínio e a beleza dessas falésias e das ondas rebombando nas rochas escarpadas é tão imenso que somos atraídos por um magnetismo irresistível. A vertigem é um alento e também um suicídio. Dar valor à vida e agarra-la com todas as forças e pelas mesas razões saber que a posso perder devido aos riscos que saboreio.

O segundo síndroma é o do Guru. Não creio que quando a minha chama se apagar me vão oferecer um par de asas ou um halo. Apenas sei que me comporto com uma exasperante lucidez e iluminação. Não sei se é ilusória, mas as pessoas até me dão ouvidos, e dou por mim a ter rasgos de sabedoria, de imagens de equilíbrio e vomito palavras de conforto e esperança. Não é que não as sinta profunda e sinceramente. Mas o facto é que as tento transmitir, compelido e motivado por algo que me é mais forte. Não sei se será mais um belo sinal de maturidade, ou se é apenas um irritante tique da alma. O facto é que M., N., I., Ju, So., J., A. entre outras pessoas que me são queridas ouvem de mim palavras profundas e me sinto como aqueles seres de éter que sussurram ao ouvido dos seres humanos palavras de conforto e esperança e animo. Uma imagem como as Asas do Desejo de Wim Wenders, em que a realidade de vários planos de existência se confundem.

Estou sereno e contudo energético. Cansado e com endurance acrescida. Envelhecido e mais jovem que nunca. Desmoralizado e confiante.

Eu não conhecia a culinária indiana e julgava que todos aqueles condimentos seriam demasiadamente exóticos e picantes para que eu pudesse ficar saciado, ou pelo menos não agoniado após uma refeição.
Puro engano! Afinal os pratos indianos não são só picantes, mas também ricos em sabores aromas sem que haja um desequilibra por dar ao nosso paladar 3 ou 4 especiarias em simultâneo.
Ju. convenceu-nos a experimentar, mesmo sabendo que em geral estes restaurantes exibem preços exorbitantes. Tal não foi o caso, e acabou por ser um serão muito agradável, com uma conversa amena enquanto nos deliciávamos com Chicken Kashmir e outras preciosidades gustativas. Fiquei cliente.
A semana que se seguiu foi depressiva e bastantes stressante. Julgo que o meu bio-ritmo deve ter batido num fosso profundo nesses dias.

N. fez como as ”andorinhas”. Ao antecipar a chegada do frio e bateu assas e migrou para um país quente tropical. Nada menos nada mais que o país tropical. Quando cá os termómetros batiam no zero ele aproveitava um Rio 40 graus, com a malta bacana.

Como eu, ele também sentiu a indiscritível alegria de viver na pela, algo de intraduzível por palavras que nos contagia mal pousamos pé na Terra da Vera Cruz. Parece estranho, mas uma espécie de energia positiva envolve qualquer europeu que não seja uma anta, mostrando-lhe algo que nunca sentiu antes.
Acho que li algures que o Brasil estava empregando espiritualidade, sobe a religiosidade católica europeia, misturado com o candomblé de raízes africanas, com pitadas de pajés índios devotos à natureza, e encimados por o espiritismo e muita new age para dar paladar. Não é só o calor, ou a luz que fascinam os turistas, e também a aura do vasto continente da Ordem e Progresso que irradia e contagia força espiritual.
N. veio fascinando, alegre, forte. Deixou, como eu há uns longos anos, de ser um tristonho europeu. É já um bagabundo do mundo. Quer voltar. Como eu…

We saw the light

As suas aventuras fizeram-me lembrar as minhas paixões… as mulatinhas, a euforia, o carpe diem brasuca.
Estou apaixonado de novo e não posso deixar muito tempo até rever esse amor tão lindo.
Necessito de carregar minhas forças,
meus pulmões necessitam de tem bafo de vida,
meus olhos precisam de tua beleza…

Chuva e mais chuva, vento e frio. Frio, com frio vento e chuva.
Este ano, prometi a mim próprio que ia tentar evitar um dos meus defeitos sacramentais: os queixumes. Apesar de não o ter comprido à risca não quer dizer que tenha abandonado essa decisão de passagem de ano. Afinal ortodoxias dão sempre mau resultado. Portanto: Nada de queixumes, lamurias, lamentações doravante!

É bom estimular as nossas células cinzentas, apreciar um pouco de cultura e partilhar conhecimentos. Com I. e Ju isso é sempre um processo garantido e simultâneo usufruir de um gosto pelo bom humor. As nossas referências da tenra idade são muito semelhantes, passamos por fazes da vida muito semelhantes e cria-se uma certa empatia mútua.

Ver “Esquece tudo o que te disse” foi provavelmente a melhor surpresa das últimos anos. Nunca imaginei que um filme português pudesse escapar a mediania e a sentir que apesar dos actores estarem a falar português, não faltava no ecrã as legendas para puder compreender as deixas das cenas. Mas o filme de António Ferreira é forte e os actores brilhantes são bem dirigidos. O filme é solido e é invulgarmente bom – algo de muito estranho para um filme lusitano. E que actriz. Bastante interessante a banda sonora, sobre o auspicio dos Azembla´s Quartet.

Lazer e Saber – I

Tenho reconquistado o meu gosto pelo bom cinema. Actualmente na minha cidade só praticamente só as salas de cinema com a distribuição da Medeia Filmes, apresentam películas não destinadas a comedores de pipocas.

Na extraordinária companhia da adorável I. e simpatiquíssima Ju. tive o privilegio de atender à Intervenção Divina de Elia Suleiman, um filme palestiniano que muito me surpreendeu pela sua acutilância, não no sentido político, mas sim social e humano, da miséria actual que se vive na Palestina e em Israel. O filme fabrica uma enorme parábola e alguns gags brilhantes, que apesar de não serem hilariantes, focam o tom de comédia da situação surrealista dos territórios ocupados, dos controlos fronteiriços, e da vontade de amar uma nação que não existe. Pictórico, mas não inacessível, chegando a ser envolvente no seu carisma da irrealidade que é a realidade palestina. A cena do balão Arafat, os fumadores nos cuidados intensivos e a óbvia panela de pressão com que o filme se despede, deixam uma mensagem profunda, não de vingança mas de pedido de justiça e hino ao amor. Música brilhante.

Nesse sábado éramos para ir ao kitten no Tripl3x, após uma óptima moqueca de camarão no Óxala, mas a visão dantesca de ter as escadarias da porta com 500.000 pessoas acotovelando-se para entrar. Isso facilmente nos fez mudar de ideias…

O plano B foi uma ida ao chic, um talho 2 versão upgrade, revisto e aumentado. Muito chic de facto, mas péssima música e tudo arranjadinho, tipo “vê mas não mexe”, a abarrotar com milhares de pessoas. Mesmo assim não largamos borboto como aconteceria na festa do kitten no cubículo do TriplEx. Claro que os conhecimentos da Ju., fizeram-nos entrar pela porta VIP, apesar de parecermos rotos ao lado daquela gente chic. A companhia foi muito boa, e já estávamos a ficar com os copos graças a umas quantas unhas oferecidas pela casa… E vai, não vai, até se falou na nossa idade, pouco recomendável para aquelas andanças, claro sinal inequívoco que a nossa circulação alcoólica tinha pouco sangue… e que dentro em breve o sol de domingo iria despontar.

de Londres ao Artes em Partes

Por LUÍS OCTÁVIO COSTA
Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2003

Assim nasceram os fenómenos chamados Club Kitten e Super Cock. A desbunda começou num sítio no meio do nada, em Londres, e instalou-se no Porto. Epicentros: Triplex, Aniki-Bobó ou uma sala que já aplaudiu a revista e que ainda alberga “hard-core”.

London Guildhall University

O “rewind” pára invariavelmente no ano de 1996, no número 2 de Goulston Street. A porta dava para a London Guildhall University, em plena East London. “Um sítio no meio do nada”, garante João Vieira, que aproveitou a extravagância do seu nome para garantir um emprego em part-time. A associação de estudantes estava à mão. Como gastava tudo o que tinha em discos, fez-se dj. “Propus ao responsável pelo espaço um ‘club’ semanal. Disse que era dj. Não era, menti”, confessa. Mas em dois minutos, apontou um “set” de vinte músicas suficientemente interessante para convencer quem tinha que convencer. “Pouco dinheiro, muita imaginação”. E a receita manteve-se no Club. Roupas super-produzidas tipo punk-glam-rock, ainda que compradas quase ao quilo. Daí a etiqueta “charity-shop trash look”, daí o estilo sem regras, a roçar o escandaloso, de um simples bar de associação.

Aniki-Bobó

Farto de pertencer à classe espectador, Rodrigo Affreixo resolveu sacudir há meia dúzia de anos o pó de alguns quilos de discos religiosamente amontoados na sala. Um início “tardio”, admite. A cobaia, o Aniki-Bobó, espaço colocado na margem direita do Douro, cenário do filme de Oliveira. Aí, mágica não era a fórmula que, entre crianças, permite determinar quem é polícia e quem é ladrão, mas os contornos de um bar encoberto com tiques delicados. “Perfeito: tinha um bocadinho do espírito da mistura de coisas actuais com coisa antigas”. O cocktail serviu para cruzar estilos nas festas “Anos 80” e avançar para as combinações de música negra, “Chocolate Preto”. Também foi por aqui que nasceu o embrião das Super Cock: a primeira compilação de música portuguesa aconteceu no dia 25 de Abril de 1998.

Triplex

Em plena Avenida da Boavista, foi o epicentro do fenómeno. “É como se fosse a casa de alguém. E o ambiente, o de uma festa particular”, resume João Vieira, que chegou a ponderar o Labirintho como primeira hipótese para a primeira residência Kitten no Porto. “Mas já tinha os seus clientes e o Triplex estava mais pobrezinho”, justifica. Ou “demasiado trintão”, completa Affreixo, responsável pela segunda demão no colorido algo acizentado do Triplex. A moda Kitten pegou de estaca. “Não é um ambiente de discoteca, onde, a par do copo de whisky, aparece a top model contratada para dar ar à casa. As idades (dos 18 aos 40) misturam-se e tudo se aceita, nada choca”. A variante militante “São Cravos Senhor” foi retocada – passou a “Super Cock” -, perdeu o ingrediente “revolução” pelo caminho e também causou boa impressão.

Teatro Sá da Bandeira

O Triplex estava a rebentar pelas costuras. Uns queixavam-se, outros preferiam estar lá em pontas de pés. Nem que “o Kitten” tivesse um cubículo de um metro quadrado e os pratos pousados nos joelhos. Faltava “sítio para dançar” e até “espaço para se mexer”; sobrava “barulho para os vizinhos”, apesar de o som do Triplex ser “de bar”. A passagem para o Sá da Bandeira evitou que se perdesse o espírito das “festas dançáveis”, sublinha Rodrigo Affreixo. Foi o dois em um: profissionalizou-se o som e submeteram-se caras novas à apreciação de um público fiel. “É uma oportunidade para divulgar novas bandas que por si só não viriam cá porque não são conhecidas e não enchem salas. Com mil e tal pessoas já se pode arriscar”, explica João Vieira, que também não queria aparecer sozinho. “Seria um pouco arrogante, até”. Encontrou “um espaço vazio, pouco explorado, com um elemento ‘trash'”. Outros requerimentos: “Não queria uma discoteca onde se misturasse o público Nova Era, não queria uma caixa, um armazém”. “Um pouco a reboque do Kitten”, como o próprio admite, Affreixo sentia-se em casa. A decadência de uma sala que já aplaudiu o teatro de revista de Eugénio Salvador, Raúl Solnado e Ivone Silva e que ainda alberga sessões de cinema “hard-core” vinha a calhar.

Artes em Partes

Do rés-do-chão ao segunda andar, duas lojas do edifício Artes em Partes, na singular rua Miguel Bombarda, têm sido as mais recentes fontes de vinil, a par das colecções privadas. Rodrigo e João costumam cruzar-se por lá. O primeiro passa pela Feira da Vandoma, corre lojas caducas e sobe mais degraus do Artes em Partes para vasculhar a Musak e regressar a casa com um ou outro vinil usado. No capítulo da apanha, a tarefa de João Vieira é mais preguiçosa. “Na Matéria Prima só pergunto: ‘O que é que há para mim?’ E passo a tarde a ouvir discos”.

Saltar o ano, não é propriamente um acto feliz em si. Geralmente fazem-se algumas contabilidades, e coloca-se na balança tudo que se abateu de positivo e negativo nas nossas vidas e por vezes o fiel da balança pode tender para o lado que não gostamos tanto.
Mas mais que pesar o ano, e uma altura de selar arquivos e meter um ponto final em muitos imbróglios que nos perseguiram durante os últimos 365 dias. Acho que eu prefiro usar sempre a mentalidade de que cada ano é uma nova etapa da nossa vida e que usamos o marco das 23:59:59 de 31/12 para fazer um pulo mental, e enterrar tristezas passadas. Passado é passado, agora é só para a frente, rumo ao futuro.
Este método de arrancar a folha do calendário e o queimar totalmente ajuda a nossa higiene mental. Nada de ser carpideira choramingona com toda a sujidade levantada, e sem olhar para trás pensar antes na rota a seguir no novo calendário.

Mas antes de acabar em grande 2002, o ano de todas as capicuas, nada melhor que uma ida até a triste Vigo, que apesar de pesarosa, revoltada e irada, empunhando o “Nunca Mais” por tudo que é canto. M. estava na grande cidade e não deu para atender à nossa escapadela não programada, com o A. e J..
Mas havia algumas coisas mudadas, em especial o mítico Hostal Categoria, que estava fechado para remodelação(?!?!). Fez-me bem levar um último banho do ano, muito embora J. se tenha furtado à noitada. Coisas de iô-iô… É pena saber que J. está a perder o Norte e não quer ver a bússola. A. já veterano nestas andanças é que me acompanhou. Depois foi uma injecção de Senhor dos Anéis de rajada que soube pela vida.

E 31 lá fui rever o lello-mor à grande cidade para uma passagem de ano singela, mas marcante.

Pouca-terra, Pouca-terra, Pouca-terra… Cantanhede !

Na época natalícia que passou não posso afirmar que foi uma época muito especial e repleta de felicidade. Mas não se trata de finalmente ter descoberto que o Pai Natal é uma grande patranha e que quem o vestiu e promoveu como ícone desta altura do ano tão especial foi a Coca-Cola Company. Provavelmente a MacDonalds, ainda não existia na altura, senão poderíamos ter os palhaço Ronald a descer pelas chaminés dos meninos em todo o mundo para distribuir presentes e os patéticos oh-oh-ohsss.

Mas não odeio o estilizado velhinho barbudo (que pode até estar relacionado com o escandalo da Casa Pia), nem as suas renas amestradas e o resto do freak show que inclui duendes no Circo do Pólo Norte. A tenda é outra e não posso defender que o Equinócio de Inverno não me afecta. Nota-se o calor humano, o reencontro de famílias e amigos, a palavra da paz e esperança transbordam e espalham-se pelo povo católico.
Há sempre uma esperança, mas que é transporcada e estripada pelo consumismo desenfreado e pelos seus apelos circunstanciais, as solicitações de última hora.

As prendas, as prendas, as prendas e mais prendas. Os $ifrões, os $ifrões, os $ifrões e mais $ifrões. As compras, as compras, as compras e mais compras.
Parece que tudo se resumiu a isso. E nada como pensar desta maneira algo lúcida para se mergulhar numa revolta contida numa apatia invernal. Venha o próximo s.f.f. Em Novembro de 2003 temos mais.

Mas a canção do Natal não tinha apenas uma letra que falava de misérias humanas.
Houve um ou outro verso que fugia ao refrão. Deram-se dois grandes jantares da praxe, com amigos que estão muitas vezes perto do coração mas longe da vista. A um deses jantares tive o infortúnio de calhar no mesmo dia que a D.Deolinda faz anos, o que me fez chegar só para a sessão de anedotas. O outro foi uma orgia digna do deus Baco. Dizem as crónicas que ele agora anda disfaçado de menino Jesus e os três Reis Magos são as concorrentes a Miss Playboy Portugal… N. até consegui embater nos 130 cavalos ao sair da garagem da vivenda, que obrigatoriamente o inspector P. e Q. queriam investigar.
Era preciso ver que já tinham sido 6 botelhas e as meninas tinham um bilhete a avisar que chegavam só às 4 da matina. Escusado será dizer que estive mais morto que vivo no dia seguinte no escritório.

Depois o Nokia começou a tocar, a apitar. Parecia parvo, debitando telefonemas e SMS´s a torto e a direito de old friends, alguns deles que até já não tinha contacto. Ví-me a dar cabo do meu saldo também. Era a febre que eu também adiro com facilidade. E também ví o meu irmãozito depois de uma longa ausência sem dizer água vai. Como é costume fez umas borradas e tem as suas crises de consciência, saindo da sua Cuba adoptiva para regressar a República por uns dias. Foi uma boa prenda de Natal! E as mensagens das gajas também! Especialmente de…

E depois, o ano aproxima-se do fim. Mas isso é uma outra história.

Ano novo … vida nova

Ano novo … vida nova e cara lavada. Faz bem mudar sempre que tenhamos uma nesga de tempo!…

Questiono-me se perdi a capacidade de escrever um par de frases interessantes. Na minha adolescência fervilhava de ímpetos que só eram refreados com um caneta de tinta permanente e uma folha de papel nívea e espessa. A caneta deslizava velozmente desenfreada e incólume a qualquer interferência externa. Á luz de um candeeiro, a avançadas horas da noite, o fulgor da alma lançava lufadas de palavras sinceras e íntimas, cheias de secretismo e magia.

Hoje, a minha capacidade de escritor desenfreado da noite está quase extinto. Já não ouço a musa, e as veias estão murchas, enquanto matraqueio um teclado gasto. Os ímpetos permanecem, só que esbatidos num nevoeiro serrado de mente cansada, e alma esquecida de como vomitar as ânsias do intimo. As tripas do nosso inconsciente estão amansadas por uma dieta rigorosa, na imagem que seguimos de normalidade.

Se na adolescência alimentava o secreto desejo de produzir poesia ou prosa literária que seria reconhecida, e qui çà, tornar-me um escritor famoso, pelo qual o instinto feminino se derretesse e idolatrasse o chão que eu pisaria. Mas o destino e o fado não o permitiram e condenaram-me ao esquecimento da banalidade dos leigos.

Recordo como se fosse hoje o dia turvo que queimei de impulso todas aquelas folhas já amarelecidas que se esbateram em chamas e fumo. Mais tarde julguei ter sido um mero sonho ou ilusão, e que a “Fênix Renascida” , “Mergulhando no Mar Absurdo”, “Doce terna adormecida”, “Sangue derramado” iam estar ao alcance da minha mão. Erro meu. Estavam mortas, reduzidas a pó e na minha memória só restavam cinzas de um subproduto disforme de noites de vigília.

Foram-se de vez, mas contudo descansam em paz, protegidos do meu revivalismo.
E quem sabe talvez a veia apesar de murcha ainda não secou totalmente. E tal como o mito da Fênix, renasça das suas próprias cinzas, ao contrário dos pelicanos côr-de-fogo.

Há muito anunciado, o fim do Passado, parece que finalmente se está a desenrolar. Digo finalmente, não que desejasse o enterro do Passado, ou o seu fecho, mas sim pelo alivio de ver o fim de uma agonia prolongada e arrastada, que tantas vitimas inocentes fez…

Passado é Passado, e não há necessidade de chorar por tempos idos. Para além de já ter exorcizado há muitos dos meus pesadelos o sapo-boi, (essa Hidra que todos que alguma vez se cruzaram com ela, a odeiam sem excepção por ser um ser vil, interesseiro e mais enganador e traiçoeiro que Judas Iscariotes) a sua morte anunciada há mais de um ano, apenas tarda de tão inexorável que é…

Espero é que a menina dos meus olhos – a d. – sobreviva, em outros moldes e que não seja esquecida ou fique pausada no tempo.

Imagem do  Passado   - R. I. P

Não vale a pena negar.

A vida é uma constante mutação inexorável. O nosso corpo envelhece logo a seguir ao primeiro berro após o parto. A nossa mente e consciência cresçam sempre até ser incapaz de funcionar. É isso. As coisas mudaram bastante na outra semana. O céu não desabou, nem foi preciso lançar os botes salva-vidas, mas a estabilidade quotidiana foi ligeiramente retorcida . Há um par de desvios por motivos de obras no meu dia-a-dia. Os semáforos não estão sincronizados e alguém deixou o carro mal estacionado a dificultar o trânsito. Gasto mais tempo para lá chegar.

Ch. Fazia anos e estive com ele no Sábado. Foi bom rever Ch. e JB. . Apesar de estarem na grande cidade, mantêm uma relação interessante com a minha cidade, e mantêm-se genuínos. Ch. continua a ter uma graça cáustica e a ser um bon vivant e enfant terrible .

E então veio Kitten. – Kitten chegou a uma espécie de estrelato, dominando o underground da cidade. O seu nome bastou para encher o Sá da Bandeira até às 8 da manhã e mesmo não tendo condições nenhumas, a plateia abanava ao ritmo da dança made or inspired in the 80’s. É já uma figura de culto e a produção Hollywoodesca em palco e a sua presença deitaram a casa abaixo. N. ainda teve um cheirinho amargo pois tinha que trabalhar dia seguinte. E Ch. parece ter-se rendido ao Kitten Fan(ky) Club.

Mas a chuva carrega melancolia e o frio a apatia. Os últimos dias são mais lentos a passar e não me apetece fazer nada. O Inverno geralmente tem o dom de me aborrecer e deprimir.
Preciso de novos horizontes urgentemente. Quem sabe N. me endromine uma viagem ao Brasil. Faz 5 anos que lá não vou, e fazia-me falta de voltar a estar empregnado naquele espirito e energia forte.
E mulatas! Miham – miham…
Quem sabe…

Estou cada vez mais amante da arte de antever o que vai na alma das pessoas. Dantes era algo que me passava totalmente ao lado: talvez porque não parava para ver com atenção as pessoas que me rodeiam. Ou talvez porque era muito novo e sem a serenidade que ouvir a voz interior dos outros obriga. Ou simplesmente não confiava nas minhas intuições…

Mas no último ano ouço a voz silenciosa e rápida do coração com mais intensidade. A intuição aumenta a cada vez que lhe prestamos atenção e não a questionamos sobe um prisma lógico.

As pessoas, as emoções e as circunstâncias nunca obedecem a equações matemáticas. O que é apenas verdadeiro/falso, sim/não, positivo/negativo nas nossas vidas, sem ter uma zona cinzenta de meia verdade, de nim, de neutro? Logo a lógica é apenas circunstancial e com atenuantes para os mortais…

Sem questionar, percebo melhor as pessoas, quer as suas qualidades menos aparentes, quer os seus pequenos defeitos. Noto mais as suas inocentes mentiras circunstanciais, quer as mais fabricadas e sustentadas novelas.

Mas algo não abdico de fazer: – dou benefício da dúvida, partindo do princípio que não se conhece essa alma. Mas agora as minhas antenas acertam muito mais.

Só é pena o radar se enganar um bocadinho quando aponta a algumas mulheres interessantes. São interferências da libido…

Vou demorar a recuperar dos exageros festivo-gastronómicos para que fui requisitado durante o fim-de-semana passado

A gula será sem dúvida um pecado muito praticado nos tempos que passam. Acho que a cultura portuguesa sempre foi alicerçada nuns bons comes-e-bebes, tainadas, e vinhaça, mas ultimamente torna-se moda ir mais além… Não que eu me queixe, pois também sou um grande pecador…

MEA CULPA

N. fez anos. Como grande co-mentor do clube gurmet, seria uma irresponsabilidade não fazer um pequeno jantarzinho num dos melhores restaurantes da cidade. A Jo., fofa I., alegre A., loira J. eu, X., e P. tivemos um jantar excepcional, que se não fosse o adiantado da hora e o meu cansaço por uma horrorosa sexta de trabalho duplo, teria ficado nos anais…

Mas a piece de resistence seria o casamento no Sábado do R. e da lisboeta Amelia. J. , M, mais Ma. e a futura, também atenderam à chamada. A boda foi soberba após uma cerimonia bem bonita.

O meu caro amigo “Jonas”, com o qual fiz muitas noitadas estudantis e férias galegas, um louco Don Ruan (nem sempre bem sucedido), era o responsável pelo magnifico copo-de-áqua.

“Jonas” montou um estaminé de catering para bodas. Para ser franco há dois anos atrás, não iria imaginar que aquele complicado louco, muito histérico e amigo de proezas noctívagas indescritíveis, fosse capaz de montar um negócio com tanto sucesso – e diga-se de passagem – com tanta classe. Não que duvidasse da capacidade ou empenho do “Jonas”, mas sim se teria uma oportunidade do destino. E parece que realmente tem uma nova e boa estrelinha!

As estrelinhas do destino somos nós que criamos… As positivas ou negativas. A questão é saber como alcançar aquela que queremos que nos marque a vida.

O M. lá andou a babar-se por uma alfacinha e lá deu uma…
De dom Ruanito, enquanto eu e o J. nos pisgamos da Quinta de S. António para mais umas deambulações…

E o resto foi o cabo dos trabalhos…

Apesar de uma semana exaustiva, a fazer dois serviços em simultâneo (a filha de uma colega adoeceu), o que quase me deixou próximo de voar sobre um ninho de cucus… As ultimas semanas têm escoado entre o cansaço, excesso de horas de trabalho e ainda mais cansaço -> (como quando o disco do servidor do trabalho deu tilte e o backup era da semana passada -> resultado: 16 horas extras para recuperar a facturação e contabilidade).

Mas nem sempre de trabalho vive o homem, e dos cansados não reza a história.

R. velho colega da faculdade, ele também forçado a ser emigrante na grande cidade, está prestes a casar-se com uma ex-candidata a miss Portugal de Azeitão. Com esse mote, M., J. e eu arranjamos um bom pretexto para darmos uma escapadela a Vigo e voltar a nossa Galiza amada.
A principio o meu corpo estava a recusar a ideia de maus-tratos, já de véspera se queixava. Mas o sono veio e 14 horas NON STOP ajudaram a retemperar forças.

Nada dessas despedidas de solteiros que servem de metáfora masculina para ir às putas e tentar organizar, orgias, sorubas ou bacanais. Tratou-se mais de um simples passeio de descompressão, com um bom jantar, regado com “Côto”. Boa conversa, saudades daqueles tempos. «lembraste daquela vez que…», «que é feito da…», «e quando o fulano disse…» … Veio a segunda de “Côto”
Depois a tequilla en ferro da praxe, e as deambulações exigidas pela capela,o Chicago,o Ferrer…

Mas antes de recolher ao hostal “categoria” fomos
à capital do norte ibérico em termos não de má vida, mas sim em música alternativa – o Vademecwm.
Fantantico! O sítio é quase uma descida aos infernos e uma subida aos cêus em simultaneo. Diabinhas e anjinhas q.b.… O ritmo ribombava ao melhor estilo dos clubs mais conceituados da europa, com que nos perdemos para finalizar a noite. É costume ter lá concertos agendados do “quem é quem” da música alternativa, de artistas, DJs e MCs que possivelmente nunca viriam a Portugal.

Ainda segui umas horitas de batida e folia agradáveis.

E dizem as más línguas que aquilo dura até ás 10 da matina… Isso não sei, pois queria dormir umas horitas… E depois dormimos e voltamos a Portugal.

É como tudo. Resta-me uma semanita a tentar ver onde perdi a cabeça e se as dores musculares passam…

Sempre fui muito céptico e positivista. Contudo este fim-de-semana tive que rever o descrédito que dava à astrologia.

J. falara-me de Pete, um sujeito inglês muito afável que estava a viver na minha cidade, e que curiosamente é astrólogo amador.

Agora que Peter está sem emprego e se dedica a escrever um livro sobre os astros, decidi dar uma ajuda ao rapaz.
Confesso que fiquei curioso, já que J. ficara KO com a leitura milimétrica que lhe tinha feito…

Peixes com ascendência em Balança, com o que Pete chamou uma personalidade complexa com a antítese a 45° de Neptuno e Urano. Mas explicou porque essa dicotomia, e a par e passo descreveu a minha personalidade. Fiquei KO também.

Pior foi dizer com exactidão cronométrica (acertando mesmo nas semanas!) de eventos que me afectaram, que pelo bem, quer pelo mal, nos últimos anos.

Acho que acabei por saber mais sobre mim. E se muito que sinto esta assim escrito nos astros, de certa forma não me aflige tanto. Acabei por perceber melhor alguns dos meus defeitos e predicados.

Quanto ao futuro:

Vai-te embora Plutão!

Para quem estiver interessado, Pete faz a leitura por 25 ?, mas convém perceber bem inglês, pois o português do moço é algo incipiente. Mas dá direito aos mapas e também a uma cassete audio para se digerir mais tarde toda a explicação.

Deixo mail de Pete Watson a quem quiser marcar uma consulta…