basta

A poeira que se levanta da corrida é demora a assentar, e nestas condições nada melhor que os cavalos de corrida darem todo a seu galope para meterem o pescoço à frente da poeira. Afinal ninguém gosta de comer pó, ou deixar de ganhar o prémio 10 para 1 apostado anteriormente.

Por sinal, sabia que apesar do carnaval ter sido antes uma altura de deixar cair máscaras, seguido de um jantar russo na quarta-feira de cinzas com dois turbilhões femininos que me tomam de assalto, estava a precisar de uns momentos sem freios ou esporas.
N. que tal como eu está a fazer as duas voltas ao hipódromo, aderiu incondicionalmente a projecto de nos aventurarmos na grande cidade numa sexta, saindo directamente do trabalho.

E assim foi, como se construiu uma noite memorável digna de pertencer aos anais noctívagos dos bon vivants que somos, em termos de grandes momentos históricos.
A viajem começou bem, e rapidamente nos fizemos ao destino de um dos mais memoráveis jantares, um repasto digno de ser identificado como ambrosia de deuses. O arroz de pato do Tia Alice em Fátima era divinal, isto para não falar no Dão e nas sobremesas que deixam enormes saudades.

Depois fomos ao Até ao Fim na Marina da Expo onde o irmão de N. tem o seu estaminé, e nos obrigou a embutir non-stop num ambiente muito agradável e com bastantes conversas com nativos da grande cidade.

Taxí e aqui vamos, para não perder tempo. O DJ Kitten estava no seu posto elevado, algo distante ao que esta habituado, começou a trabalhar a casa lentamente, e os nativos começaram a aderir, muito embora se notasse que e o que mandava era a malta do norte, qual verdadeira escola de samba do Rio a mostrar como é que se samba no carnaval de Ovar.

Seguiram-se 6 horas de um dos mais fortes Club Kitten jamais vistos, tudo graças à excursão montada para o núcleo duro percorrer os 300 km. Dir-se-ia que o Lux foi invadido pelos incondicionais –

  • a menina da cabeleira cor-de-rosa,
  • as três estarolas: a loura, a ruiva (com que eu me passo) e a morena,
  • a namorada do kitten e amigas,
  • Designers muito, muito, muito muito…boas,
  • e claro, a brigada gay – ou o Gays´r´us;

…enfim malta com dress code eletro-trash, fiel desde o momento zero, e aquisições fanáticas como eu e o N. que apesar de não parecermos tão exagerados no fanatismo religioso do catolicismo do gira-discos do DJ Kitten, somos provavelmente os maiores gruppies pára-quedistas.

Gin após Gin a pista foi sempre da Invicta, no que eu considero um dos maiores sets de sempre. O Club Kitten levou ao rubro o Lux as 5, quando encheu e os nativos tentavam acompanhar. E lá para as 7 e muito, desapareceu sem se despedir, deixando logo a sala triste.

E rezam os conhecedores que nunca o staff do Lux parara para ver, de boca aberta o que se ouvia e dançava.

Estes tipos do Norte devem ser tolos…

Bom depois foi o pequeno almoço e recuperar o sono até às 6… Não sem antes N. gritar pelo Cacilheiro para o Barreiro e outras palavras de ordem, como Mouros, seus… .
Afinal um homem não é de ferro.

Deplorável, ou talvez não aquele baile dos Vampiros. Estava mesmo a precisar de arrebentar em termos de escala de Richt e proporcionar-me algum descontrolo.Sábado deu direito a domingo até às 8 AM , e um enigmático SMS para N. as 5:22 AM “Deda estar socorro”?!
Estava a precisar deste breve momento de descontrolo, e até deu para trocar duas de conversa com o grande senhor Kitten, e até encontrei a bela I. por lá, cheia de risinhos. E como estou numa fase de dilúvio, C. tem feito tudo para estar comigo. Isto dos aeroportos tem que se lhe diga…

Durante o concerto, que era bastante sufrivel, DJ Kitten, vulgo J. é a simpatia em pessoa e respondeu-me envergonhado, ao lhe dar os parabéns por sexta estar no LUX como cabeça de cartaz que não estava a espera de tanto sucesso. Já o conhecia da Matéria Prima e de uma noite no Triplex que eu já meio acelarado lhe estendi uns aplausos.
Afinal Kitten frisou que tinha iniciado o Clube Kitten e não iniciado a carreira de DJ Kitten. É interessante ver que Kitten prefere ser um pioneiro de uma club culture do que um DJ famoso. E é de facto esse pioneiro. Mais e mais gente, novas gerações se rendem as suas performances electro-trash, que não são um mero pretexto de dança, mas sim um verdadeiro catolicismo com direito a missa completa em cada mês.

Bom mas isso já não interessa. Sexta estou no Lux para Club Kitten@Lux

Enfrentar contrariedades ou algo desse género, gera em mim uma espécie de antítese comportamental. Já há muito tempo que sem estar em férias não passava tão poucos serões em casa. Creio que estou a atravessar uma fase de relativa popularidade, que sem dúvida me faz encarar de forma objectiva o reino da subjectividade e emoções. Como se focasse a meta e não o percurso.

Ser cavalo de corrida não é propriamente o que desejo da vida, mas por vezes precisamos de percorrer as duas léguas sem pestanejar, forçados a um galope que não dá para espumar ou sequer para sentir as rédeas, arreios e o chicote. É só galopar até à meta, com todo o empenho, sem ter tempo para dúvidas.
Os momentos que antecederam a partida eram de tensão extrema e nervosismo. Mas quando as cancelas se abriram, nada mais importa, a não ser aquele momento de adrenalina total, onde o instinto nos derruba toda a consciência e nos leva.
O desgaste da corrida vem depois, não importa. Mesmo que os danos da corrida sejam irreversíveis, e os ligamentos fiquem inutilizados, um cavalo de corrida não vai deixar de correr até ao seu limite.
N. e eu estamos num hipódromo, e só vamos parar quando passarmos a meta, quer em últimos ou primeiros. Isso não importa. Basta que nos deixemos levar pela suprema vontade e satisfação que a corrida dá.

A poesia descansa as almas pesarosas e atormentadas. Por vezes basta ouvir alguns poemas solenes e também castiços, para alimentar e saciar a alma, purgando alguma fome ou sede do espirito.
As palavras são medicamentos de acção rápida na nossa alma, dando alivio e conforto, mesmo que falem em fúria e desalento. Ou mesmo alguns lirismo excessivo, mas que mesmo assim produz um sorriso.

N. e eu falamos bastante com Pete, um brilhante astrólogo, feliz por sentir que os seus 20 anos de estudo e o livro que está a escrever, estão a dar o seus fruto. Um após outro, o nosso círculos de amigos ficam extasiados com a precisão das suas leituras: Ju agradeceu-me imenso, N. ainda em choque quer levar toda a gente a Pete. Pete revela-se uma pessoa sensível, e obviamente tinha que ser peixe como eu.

Na noite seguinte N. e eu tivemos um jantar na Foz, por sinal excelente, óptimo para falar nas coisas da vida e retemperar forças, fazer planos de viagens. Depois fomos rir, ouvindo anedotas entre amigos em Mira-Gaia.

É pena que essas noites se repitam apenas uma vez por semana e a horas proibitivas, mas sei que contudo vou repetir a dose. Esta medicação deve ser cumprida até ao fim.

Eu não conhecia a culinária indiana e julgava que todos aqueles condimentos seriam demasiadamente exóticos e picantes para que eu pudesse ficar saciado, ou pelo menos não agoniado após uma refeição.
Puro engano! Afinal os pratos indianos não são só picantes, mas também ricos em sabores aromas sem que haja um desequilibra por dar ao nosso paladar 3 ou 4 especiarias em simultâneo.
Ju. convenceu-nos a experimentar, mesmo sabendo que em geral estes restaurantes exibem preços exorbitantes. Tal não foi o caso, e acabou por ser um serão muito agradável, com uma conversa amena enquanto nos deliciávamos com Chicken Kashmir e outras preciosidades gustativas. Fiquei cliente.
A semana que se seguiu foi depressiva e bastantes stressante. Julgo que o meu bio-ritmo deve ter batido num fosso profundo nesses dias.

Chuva e mais chuva, vento e frio. Frio, com frio vento e chuva.
Este ano, prometi a mim próprio que ia tentar evitar um dos meus defeitos sacramentais: os queixumes. Apesar de não o ter comprido à risca não quer dizer que tenha abandonado essa decisão de passagem de ano. Afinal ortodoxias dão sempre mau resultado. Portanto: Nada de queixumes, lamurias, lamentações doravante!

É bom estimular as nossas células cinzentas, apreciar um pouco de cultura e partilhar conhecimentos. Com I. e Ju isso é sempre um processo garantido e simultâneo usufruir de um gosto pelo bom humor. As nossas referências da tenra idade são muito semelhantes, passamos por fazes da vida muito semelhantes e cria-se uma certa empatia mútua.

Ver “Esquece tudo o que te disse” foi provavelmente a melhor surpresa das últimos anos. Nunca imaginei que um filme português pudesse escapar a mediania e a sentir que apesar dos actores estarem a falar português, não faltava no ecrã as legendas para puder compreender as deixas das cenas. Mas o filme de António Ferreira é forte e os actores brilhantes são bem dirigidos. O filme é solido e é invulgarmente bom – algo de muito estranho para um filme lusitano. E que actriz. Bastante interessante a banda sonora, sobre o auspicio dos Azembla´s Quartet.

Não vale a pena negar.

A vida é uma constante mutação inexorável. O nosso corpo envelhece logo a seguir ao primeiro berro após o parto. A nossa mente e consciência cresçam sempre até ser incapaz de funcionar. É isso. As coisas mudaram bastante na outra semana. O céu não desabou, nem foi preciso lançar os botes salva-vidas, mas a estabilidade quotidiana foi ligeiramente retorcida . Há um par de desvios por motivos de obras no meu dia-a-dia. Os semáforos não estão sincronizados e alguém deixou o carro mal estacionado a dificultar o trânsito. Gasto mais tempo para lá chegar.

Ch. Fazia anos e estive com ele no Sábado. Foi bom rever Ch. e JB. . Apesar de estarem na grande cidade, mantêm uma relação interessante com a minha cidade, e mantêm-se genuínos. Ch. continua a ter uma graça cáustica e a ser um bon vivant e enfant terrible .

E então veio Kitten. – Kitten chegou a uma espécie de estrelato, dominando o underground da cidade. O seu nome bastou para encher o Sá da Bandeira até às 8 da manhã e mesmo não tendo condições nenhumas, a plateia abanava ao ritmo da dança made or inspired in the 80’s. É já uma figura de culto e a produção Hollywoodesca em palco e a sua presença deitaram a casa abaixo. N. ainda teve um cheirinho amargo pois tinha que trabalhar dia seguinte. E Ch. parece ter-se rendido ao Kitten Fan(ky) Club.

Mas a chuva carrega melancolia e o frio a apatia. Os últimos dias são mais lentos a passar e não me apetece fazer nada. O Inverno geralmente tem o dom de me aborrecer e deprimir.
Preciso de novos horizontes urgentemente. Quem sabe N. me endromine uma viagem ao Brasil. Faz 5 anos que lá não vou, e fazia-me falta de voltar a estar empregnado naquele espirito e energia forte.
E mulatas! Miham – miham…
Quem sabe…

Faz bastante tempo que não escrevo! Mas tenho tido algumas razões para isso. Não é indesculpável de todo mas justifica a minha “ausência psicótica”.

  • Novas paixões,
  • novo computador (de *uta madre, e respectivas configurações intermináveis – afinal o XP é uma valente merda),
  • casa de praia lonqe de netcabos, ADSLs, SICs Radicais e afins
  • FÉRIAS versão 1 – com o M. e A. literalmente perdidos em España! – Fazendo o roteiro dos hostais, com muito Aseréje
  • Curso de Baleias voadoras com treino semi-militar, mas com contratempos climatéricos e avionetas ausentes,
  • FÉRIAS versão 2 – repouso absoluto a 200 mts da minha praia por uma semanita
  • FÉRIAS versão 3 – compadres stile em Mina da Juliana, no mais profundo Alentejo, entre Ferreira do Alenteio e a singela Beja.
    Ah Sopa de Cação, ah Gaspacho, ah Bolo de Ralo, ah queijinhos de Serpa, ah Coentrada… Que pecadilhos cometi que se converteram em uns kilitos extra… Piscina exterior, interior, banho turco, btt a assustar avestruzes, cavalos do picadeiro e uns touritos no monte!
    Gaijas!!! Gaijas!!! Gaijas!!!
  • Gripe e afins no regresso do guerreiro.

E assim foi… !

O club “bom garfo de sábado“, tem tido momentos de requinte que ficaram para a história, e está a angariar cada vez mais sócios. Desta vez N. como sócio fundador – titulo que partilha comigo – convidou algumas individualidades importantes – uma espécie de convidados surpresa… para mim.
Nunca imaginaria durante uma tarde refastelado ao Sol, que toda a companhia e folia incluída no pacote iria levar nessa noite

A vida é uma roleta russa. De facto ou há só um clique do percursor ou os nossos miolos ficam espalhados pela parede num espectáculo de som e cor. Ou se passa fome ou se tem uma panela de cozido à portuguesa.
Daí que dos 8 para pato, 3 teriam de ser encontros imediatos de 13º grau com direito a suores frios, arrepios na espinha e tonturas . Não que fosse mau. As circunstâncias é que me fizeram sentir como um bombeiro voluntário a atacar 3 frentes de incêndio ao mesmo tempo

S. é esplendorosa e exuberante mas muito afável. I. é amorosa e delicada. L. é ternurenta e gentil. Eis os ingredientes perfeitos para um cocktail Molotov de emoções que me torturaram.
1/100000 para que se encontrassem é mesma mesa.
E como se não bastasse N. e Dr. P. estavam lhe a dar e arrastaram-me para os estragos… Pior da noite foi quando apesar de estar a dar uma de chefe da corporação de Sapadores de Bombeiros antes de ir para o talho – o Dr. P. saiu-se com a de que “gostava de ti para cunhado” e logo eu, que não tenho irmãs casadoiras!!!…
Bolas… Na minha vida quando chove, é logo dilúvio.

migrantes

O fim-de-semana passado foi bastante requisitado como tinha antecipado. A despedida de dois compinchas que partem para a grande cidade. Um incondicional da invicta que se torce todo só de pensar, com um verdadeiro ódio aos mouros e outro porque fará lá a sua vida com a futura.

De certa forma muitos entes queridos partem para longe, um sinal inequívoco que nesta terra está a tornar-se obrigatório ser migrante.

Dr.P. também me requisitou para uma farra muito agradável no talho2, na qual me encontrei com velhas conhecidas, (alguns bons reencontros e outros foram mais encontros imediatos de 13° grau) e também aproveitei por fazer novas. Bastante bom não haja dúvida… pena é J. não ter ido.

Os últimos quinze dias de…

De humoris– (quinta parte)

Quando N. e Jo. Voltaram da sua passagem de ano em África, em que estiveram literalmente rodeados de italianos, estavam ainda bastante embebidos das cores da mãe África e das paisagens inóspitas de Sal. Se bem que não lhes tenha corrido da melhor forma as mini férias, não só pelo preço, como também pelos contratempos, confirmando que Cabo Verde não é de facto um destino de passagem de ano apesar do calor e do sorriso que traziam.

Como não podia deixar de ser, I. e eu fomos requisitados para assistir a apresentação oficiosa dos 9 rolos de fotografias num jantar no Martinho. Felizmente o humor requintado de I. conseguiu que a maratona não fosse tão fastidiosa. Acho que uma das qualidades que tornam as pessoas mais interessantes é ter a qualidade de utilizar um humor very british, daquela nada evidente que não retira uma gargalhada instantânea. Provavelmente o que destingue o homem dos primatas é a capacidade de humana de rir. Mas o que destingue um Cro Manhon de um Homos Sapiens Sapiens e a capacidade saborear piadas refinadas e hilariantes sem necessitar que lhe mostrem um placar com RIR a letras GARRAFAIS e com um desenho explicativo com muitas cores.

O humor tem um papel muito importante nas nossas vidas cinzentas. Desde Monty que aprecio Nonsence e o humor negro, e adorei a bastantes fases da carreira de Herman. Tal Canal, Hermanias, Humor de Perdição, Casino Royal, Pensão Estrelinha (o seu ponto mais alto – ” Eu é mais bolos” ) e Herman Enciclopédia. Infelizmente ele é já incapaz de fazer piadas sem recorrer a bons textos. Não ultrapassa uns trocadilhos hardcore com fruta e legumes para tentar arrancar algumas gargalhadas, vivendo às custas de uma ou outra personagem que consegue encarnar – o Nelo é realmente brilhante. Resmas!

I. confessa que não resiste aquele ser efeminado que é incapaz de entender o significado das palavras e que troca as sílabas das mesmas até as tornar em conceitos absurdos. Resmas!
De certa forma I. está também em profunda mudança na sua vida e fico muito orgulhoso em apreciar a sua coragem e a maneira como partilha comigo os seus medos e hesitações que sempre se nós colocam depois de termos dado um passo em frente. Crescemos sempre quando mudamos, nem que seja para pior, mudanças essas que nos tornam mais fortes no trilho que se chama vida.

Foi um serão memorável.

J. acabou por comprar um maquinão que grava CDs e tem DVD e estou a aproveitar alguma pirataria… De resto algumas nuances e o atrito do inicio do ano com uma gripe e respectivo catarro. Tenho convivido muito com M. J. e A. nas sessões de obcecados com cartas.

G. tem telefonado. Noto algum desespero na sua doce voz. Mesmo assim atenciosa e afirma que está tudo bem.

Loiras

Os fins-de-semana têm se revelado muito agitados. É um bom sinal presumo.
Assim no sábado como o maninho se passeava num Range Rover e ia ao casamento, P. e A. Convenceram-me a gastar algum dinheiro em cartas para depois estarmos em gáudio na jogatina.

Mas o melhor estava por vir quando N. requisitou-me para um jantar pantagruélico que perdurou por três horas a por a conversa em dia. Não tardou com o meu mano aparecesse e a cavaqueira aumentou de tom e bastate alegria regado por um vinho alentejano escolhido a dedo que mais parecia um néctar dos deuses.

Depois veio a noite e a noitada que seria de esperar com o estômago cheio e boa disposição. Desta vez o mano foi dormir e vieram as J. para uma conversa animada, interessante e acima de tudo inteligente, no ?Meu Mercedes é maior que o teu?, esse ex libris que eu o N. partilhamos desde a adolescência com o maior rigor, se bem que com alguns períodos de falta. J2. é loira e provou-me mais uma vez que esse mito urbano de que as loiras não são muito espertas não é assim tão linear: afinal pode se ser bafejado pela a aparência física e por bastante massa cinzenta. Para ser franco, das fêmeas humanas que conheço as três mais intelegentes que conheci eram louras… Será um erro da amostra ou uma impossibilidade estatística?

Bom e depois foi o descalabro com a ida ao ?talho?, como é dá praxe as tantas da madrugada de domingo na companhia de duas beldades que cumprimentam o porteiro com dois beijinhos e depois não se cansam de lhe lançar impropérios nas costas. No ?talho? realmente a alcunha que lhe coloquei não lhe fazia juz nesse dia. Parecia um mega- talho de colocar em bico os olhos de qualquer um apesar da companhia. E foi bom… e fiquemos por aqui.

cultura e não só

Nem sempre a alma necessita passar fome. Mesmo numa cidade algo provinciana é possível ter acesso a pequenos mas ricos momentos que alimentam o gosto pela arte e em particular pela música. Tudo começou com uma noite na companhia de J. no Aniki-Bóbó, antro reconhecido de intelectuais, intelectualoides, maganos e maganas, espanhóis e noruegueses em demanda pelo Graal do Porto 2001, capital dos buracos, estudantes de belas artes e presidentes da câmara, fotógrafos e totós.

Não pertencendo a nenhum dos grupos citados, mas sim ao dos que apenas queres dar ao ouvido sem restrições e deambular por aí, assisto ao lançamento da editora do M. Sá e eis que tenho que lerpar com o projecto do M. Carvalhais e Pedro Tudela, (mais outro sujeito que não me recordo agora o nome) que foi interessante mas rebuscado. Salvou-se com os efeitos visuais e com o slideshow que suponho que era de Geir Jenssen que nasceu e vive em Tromso, uma cidade norueguesa situada 70 graus a norte do círculo polar árctico.

Sábado na Serralves este senhor gélido apresentou um concerto bastante bom # Biosphere # – “Sons encontrados, loops rítmicos estáticos e pulsares, “noise”, ruídos surdos e outros fragmentos sonoros são processados, fundidos e digeridos resultando em devaneios atmosféricos, reflexões solitárias e fortemente evocativas. O sussurrar da Terra.” era o que nos era prometido. Um iBook, uma cadeira e uma mesinha espartana eram todo o equipamento de Geir, que mais parecia estar a jogar Tetris.

O “Máquina de Emaranhar Paisagens” foi soberbo não em termos de espectáculo mas em termos de som, que me levou a navegar na mente por paisagens verdadeiramente únicas. Mas claro não deixou de ser algo polémico: “isto da música electrónica vai ter o mesmo seguimento que a pintura. Tinham decretado a morte da pintura mas está-se a voltar a pintar de pincel em Nova Iorque. Vai acontecer o mesmo com a música moderna e vai voltar tudo a pegar em violas, caixas de som e bandas…”. E com oferta de um soberbo copo de Porto que gostava de conhecer a colheita.

Bom e como já chegava de cultura, o resto da noite foi um descalabro completo na companhia de P., que já nos tem habituado a long nigths – fast girls algures nessas capelinhas da moda. E vivam as vacas loucas!

D. Quixote versus Sancho Pança

Faz tempo que não deixava de sentir um peso nos ombros. Já me tinha esquecido de como é bom estar feliz e sentir o Sol a brilhar por dentro sem aquelas preocupações. Claro que nem tudo é um mar de rosas, mas quando se procura uma metamorfose há sempre um preço a pagar.

Esquecendo o meu desapego pelos bens materiais, sem nunca deixar de ser um paladino das causas perdidas, quais D. Quixote, vejo sempre Sancho Pança olhando-me de soslaio. Creio que estou farto de ser alvo de invejas gratuitas ou ferido por orgulhos perniciosos ou jogos de bastidores. Afinal nada ganho investindo num Rocinante contra os gigantes/moinhos de vento, pois serão sempre moinhos de vento encantados por magos malignos e negativos. Afinal todos nós somos um misto de D.Quixote e Sancho Pança e creio que o segredo esta no equilíbrio, sabendo aliar o espírito ao material.

Descendo ao mundo da terra tenho estado ocupado. Apesar de já sentir algumas saudades de Bob e companhia, tenho saído bastante com D. e conversado muito com o mestre M. , o que me tem equipado com grande animação.

As aparências iludem. É um facto indesmentivel. Algo que o meu avô me disse seriamente, apesar da sua juventude eterna e alegre já nos seus irrequietos 70 e tal anos.

Era um lobo do mar encalhado em terra depois da Marinha o ter dispensado – algo de que nunca se conformou, e que um dia me disse num tom sério que:

o homem é o único animal da criação que acredita em ilusões e que se basta com as aparências.

É um dia triste e patético. Estou aborrecido até dizer basta.

J. e M. telefonaram ontem como se antevessem que eu estava a fazer uma atravessia do deserto. J. faz um drama pior que eu, mas eu sei como ligar com isso.

Mesmo assim quero que se faça Luz neste ceu cinza

O casamento da maninha foi óptimo, baptizado por uns chuviscos e saudado por um sol resplendoroso de Outubro.
A noiva estava linda e valeu a pena toda a espera e tormentos que passou. O nó oficializado
Segui de perto o percurso menos os preparativos finais com a minha ausência pendular forçada.

Claro que me perdi num festim culinário divinal, e abusei do néctar de Baco numa ânsia pouco recomendável. Creio que estou mais susceptível em me refugiar no embriagar dos sentidos para fugir aos meus fantasmas.

M. confessou que também passara das marcas e que desde 1997 que não tinha uma ressaca semelhante. Realmente estava a seguir o meu ritmo -e claro – acabamos a madrugada em discursos e diálogosin vino veritas que só são possíveis na irmandade masculina com uma grande carga ou com 1500 horas de psicanálise comprimidas em meia-hora.

A. estava bem disposto , o E. fumou o cachimbo da Paz e Ma.
estava animada. Falei bastante com a Branca de neve e com o Torres, sobre coisas sérias e espero não ter falado demais pois nessa altura estava algo atento aos encantos de uma deliciosa Isabel.
Tal como eu F. sugava cigarro após cigarro e foi brilhante o seu slide show …

nota tenho mesmo que parar senão morro afogado em nicotina e já agora quero algumas fotos da sua autoria!

K. e X. apareceram já para o final, lindas como é hábito, e até dançamos um bocadinho, mas os noivos já se tinham raspado e não cumpriram a promessa de regressar…

Vão continuar a ser felizes juntos, tenho a certeza!…

Ontem estive a ter uma conversa muito agradável depois do terrível desastre do FCP com a número três ou quatro do primo de N. . Era uma criatura bastante pacata que está a estudar na grande cidade e que defendia que vivemos na selva e que nada melhor que o Tibete para voltar a viver em vez de sobreviver.

N3 disse algo de interessante que não me podia bater com mais força: afinal nós é que nos acomodamos e não conseguimos aproveitar o tempo. Com um pouco de esforço podemos arranjar tempo para fazer tudo que queiramos (incluindo babar em frente à televisão num sofá entorta espinhas). Como desperdiçamos o tempo e não conseguimos descansar ou fazer aquilo que achamos prioridades é só um efeito da nossa postura passiva e pouco apaixonada face à vida.

Acho que tenho que tornar-me mais activo… mas talvez não precise de ir até a um mosteiro tibetano…

A arte do 12-8
Não é simples trabalhar todos os dias num regime de excesso de trabalho. O corpo ressente-se e por vezes o humor não é o melhor.
Claro que as pessoas que não têm que trabalhar num sistema que por vezes obriga a horários radicas ad hoc não compreendem. O gosto, dedicação e o sentido de responsabilidade são importantes mas por si sós não bastam.
Sempre primei por encontrar equilíbrio e compensar o esforço mas nem sempre consegui. Fiquei curioso e fui ver como estava a carcaça em termos de tensão arterial. Melhor que no Passado, longe daquela sensação de ser controlado e gerido por ondas negativas.

Manter um weblog é qratificante e ajuda-nos a partilhar parte das nossas vivências com os outros. Mas este formato de criar e manter um diário pode-nos colocar num aquário moderno em que quem está de fora facilmente não vê a vida do peixinho tal qual ela é ou então julga que que lê é o retrato fiel de tudo o que o ‘douradinho‘ andou a aprontar. Sentir que as pessoas, amigos ou conhecidos, e até um ou outro indesejavel acredita que os postes são tudo aquilo que somos ou por que passamos acaba por ser bastante divertido. Mas não há bela sem senão: algumas pessoas pelas quais nutrimos carinho podem não perceber, assumir retratos deturpados ou acontecimentos ambiguos, trocando a nossa realidade e ficção ou simplesmente não entendendo.
Logo eu que uso um texto muito claro e lúcido