caminho

A vida nunca nos deixará de nos surpreender. Esse é um postulado fundamental da nossa breve passagem por este mundo. As surpresas que a vida nos reserva são tão inusitadas e inesperadas, tão abruptas que não as podemos antecipar. Só as podemos abraçar e sentir que uma nova etapa recomeça, reconhecendo que o destino nos reserva um caminho diferente do que tínhamos antecipado.

É necessário encarar estas mudanças de norte, com um espírito aberto e atento, observando os obstáculos, não com pânico e desespero, mas sim como fasquias a serem ultrapassadas ou contornadas. É fácil esquecer que nenhum parto é sem dor, nem nenhuma transição se faz esforço. Mudar não é um facto calmo, mas sim uma revolução sangrenta que regurgita todos os fantasmas, que faz rolar cabeças e reclama todas as gotas de sangue que pode, para que o que necessitava transmutar-se, mude de facto a sua realidade e essência, nem que estale, ou se quebre em mil minúsculos pedaços.

Faz anos que a minha vida sofreu um volte de face surpreendente. Dou-me conta que foi nesse ponto distante está na precisa bissectriz da minha história, da minha viagem no tempo. Foram duas metades tão diferentes e intensas, com tantas coisas de positivo e de negativo, mas tão equitativas na formação do que sou hoje. Foram duas etapas distintas dilaceradas com mais profunda ruptura física e intelectual, que me alicerçou para a minha caminhada mais entusiasta em que agora me encontro. Numa nova bissectriz, desta vez tão plena, consciente e doce, mesmo que escorra o sangue revolucionário.

Antony Quinn

A nossa fisionomia nem sempre pode estar dentro de padrões que consideramos medianos. Foi num jantar relâmpago, junto ao mais místico castro na costa portuguesa, numa tasquinha à antiga lusitana, que a conversa motorizada a Muralhas e afins, se encaminhou para os antepassados de cada um, baseados na nossa aparência.

Fui identificado como grego, algo que nunca me tinha apercebido, nem identifico com facilidade junto ao espelho. Serei eu um Zorba, o grego, de fisionomia pouco moçarabe como a maioria dos portugueses? Dizem que sim, embora eu talvez me visse mais na antiguidade clássica como fenício, uma vez que as chances de percorrer no meu sangue uma só gota grega são muito escassas. Nada de espartanos ou filosofos, antes comerciantes e navegantes.

Sendo N. um aparente escocês, mas nada avarento, C. de ascendências judaicas, S. seria faraónica. Bom e o coitado do delicioso polvo é que se danou, devorado naquele castro ancestral e lusitano.

Lusiadas III canto

Eremita versus Adamastor

Vetei-me a uma merecida e ansiada auto-reclusão. Não se trata de um conceito asceta, ou uma espécie de mortificação de penitência. Adoro estar rodeado de gente mas neste momento da minha vida, estritamente a nível temporário necessito de uma calma absoluta, para recarregar a minha força interior.

Acredito que muito brevemente terei novos desafios importantes. É tempo de encarnar um Infante D.Henrique viajando para longe da corte e recolhendo-se na minha Sagres, para antever e planejar todo o grande desafio contra o terrível Adamastor e suportar as críticas dos velhos do Restelo.

É tempo de reformular técnicas, encontrar os mais propícios caminhos, elaborar mapas precisos e de montar toda uma empresa épica capaz de dar frutos mais tarde, um edifício robusto, com bases sólidas para suportar as adversidades que parecem tornar impossível o nosso objectivo. Os grandes investimentos demoram a dar frutos, e tal como na quimera lusitana, o que se começou agora, só deverá dar frutos num futuro distante, e para isso é preciso muita determinação, insistência e um valor e coragem a toda a prova.

Não vou defrontar o gigante monstruoso, mas sim os meus próprios monstrinhos, é necessito do carisma de um Bartolomeu Dias para transformar um Cabo das Tormentas num Cabo da Boa Esperança.

Adiar decisões é um defeito que me é apontado muitas vezes. Concordo inteiramente que muitas vezes não sou capaz de bater com o murro na mesa e impor uma vontade ou um desejo, optando e fazendo um escolha.
É sempre mais simples a adiar a decisão e congelar no tempo uma via, um caminho, para mais tarde o seguir.

No culminar de tempestades e bonanças que me rodeiam nestes últimos dois meses, fiquei perante demasiadas encruzilhadas para que o meu espirito indeciso e medroso se pudesse decidir por uma direcção a tomar. É como apanhar um taxi e tentar seguir do ponto A ao ponto B de uma grande metrópole, sem mapa ou indicação do destino.

Agora imaginem que não sei sequer qual o ponto para que me quero dirigir: podia ser também o ponto C, o D e também E.
Perdido é a palavra correcta para identificar onde estou, e para onde não sei se quero ir. Um dilema mórbido, repleto de pontos de interrogação, enquanto o taxista irado deixa o táximetro a contar, olhando-me de esguelha.

Neste momento estou num limbo. Ou talvez o desejasse estar. Sem a ampulheta a contar os grãos de areas que se esgotam, motivo preocupações e decisões apressadas.
Estaria no quarto vermelho, na esfera paralela dos medos de Twin Peaks, expiando as minhas magoas e paixões, soluçando sem parar e apenas aguardando o momento que o Bob Psicótico me libertasse.

– O meu braço direito fazia-me pecar e por isso peguei num machado e o cortei. – dir-me-ia.

Depois o anão segredaria-me ao ouvido:
– Mednerp et sale merdup es. Marepse e It de meir arara a e onacut o. Arap oan eugnas o sam oaratse satrela. Sahlocse sa ut que rarepse oav oan sale.

Num limbo até que tudo entrasse nos eixos e eu regressasse pleno de energia e alegria na alma.

São tempos estranhos. Afinal de contas cheguei às três décadas, o que faz deste vosso amigo um excelentíssimo trintão. Dantes não me visualizava a completar essa data algo cruel e até demasiado velha, e ao passo que o meu aniversário se aproximava, dei por mim a dar uma espécie de grito dos 20. De forma inconsciente, ou quem sabe consciente, assumi uma postura muito ao estilo quero lá saber, quero é aproveitar.

Decididamente acho que estou numa fase muito positiva, e tal como os gauleses de Asterix só posso recear que o céu me caia na cabeça… Tenho que voltar a afirmar que existe um padrão muito próprio minha fugaz existência:

  • Ou está uma seca que transforma tudo num deserto ;
  • Ou cai um diluvio que mete tudo debaixo de água ;
Por isso deixo-me enredar na grande molha que me cai em cima…

O ritmo desenfreado que mantenho, pode não ser muito saudável, nem a maneira como tenho lidado com os enormes imbróglios e confusões afectivas, ou avalanches de paixões. Mas é um ritmo, é uma batida cardíaca acelerada do gosto de viver e de tentar aproveitar. Sem constrangimentos ou remorsos, responsavelmente mas não sem dúvidas ou erros.

O medo de errar foi sempre o meu maior fantasma, mas neste período coloco esse medo num sótão bafiento e abraço sem pudor todos os erros e asneiras, desde que faça aquilo que o meu coração e consciência me ditaram.

Sem histórias do passado, nem grandes planos para o futuro. Não é revendo o passado e focando os Ses e os não Ses que se pode usufruir do presente nem Viver com V grande. Igualmente, não é planeando uma enorme táctica a meses ou anos de distância que a nossa vida vai mudar ou evoluir. Afinal somos uns bichinhos tão ínfimos e dependentes de tantas variáveis e tantas influências poderosas, que nem sempre podemos tomar as rédeas do caminho que vamos seguir daqui a uns anos. Por isso o ideal é navegar com terra a vista, focando a costa e modificando e adaptando a nossa rota, sempre que o vento muda a sua direcção e o relevo da costa e as ondas nos ameaçam.

E sendo assim, serei em breve, também um Pedro Álvares Cabral. A ver vamos…

de Londres ao Artes em Partes

Por LUÍS OCTÁVIO COSTA
Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2003

Assim nasceram os fenómenos chamados Club Kitten e Super Cock. A desbunda começou num sítio no meio do nada, em Londres, e instalou-se no Porto. Epicentros: Triplex, Aniki-Bobó ou uma sala que já aplaudiu a revista e que ainda alberga “hard-core”.

London Guildhall University

O “rewind” pára invariavelmente no ano de 1996, no número 2 de Goulston Street. A porta dava para a London Guildhall University, em plena East London. “Um sítio no meio do nada”, garante João Vieira, que aproveitou a extravagância do seu nome para garantir um emprego em part-time. A associação de estudantes estava à mão. Como gastava tudo o que tinha em discos, fez-se dj. “Propus ao responsável pelo espaço um ‘club’ semanal. Disse que era dj. Não era, menti”, confessa. Mas em dois minutos, apontou um “set” de vinte músicas suficientemente interessante para convencer quem tinha que convencer. “Pouco dinheiro, muita imaginação”. E a receita manteve-se no Club. Roupas super-produzidas tipo punk-glam-rock, ainda que compradas quase ao quilo. Daí a etiqueta “charity-shop trash look”, daí o estilo sem regras, a roçar o escandaloso, de um simples bar de associação.

Aniki-Bobó

Farto de pertencer à classe espectador, Rodrigo Affreixo resolveu sacudir há meia dúzia de anos o pó de alguns quilos de discos religiosamente amontoados na sala. Um início “tardio”, admite. A cobaia, o Aniki-Bobó, espaço colocado na margem direita do Douro, cenário do filme de Oliveira. Aí, mágica não era a fórmula que, entre crianças, permite determinar quem é polícia e quem é ladrão, mas os contornos de um bar encoberto com tiques delicados. “Perfeito: tinha um bocadinho do espírito da mistura de coisas actuais com coisa antigas”. O cocktail serviu para cruzar estilos nas festas “Anos 80” e avançar para as combinações de música negra, “Chocolate Preto”. Também foi por aqui que nasceu o embrião das Super Cock: a primeira compilação de música portuguesa aconteceu no dia 25 de Abril de 1998.

Triplex

Em plena Avenida da Boavista, foi o epicentro do fenómeno. “É como se fosse a casa de alguém. E o ambiente, o de uma festa particular”, resume João Vieira, que chegou a ponderar o Labirintho como primeira hipótese para a primeira residência Kitten no Porto. “Mas já tinha os seus clientes e o Triplex estava mais pobrezinho”, justifica. Ou “demasiado trintão”, completa Affreixo, responsável pela segunda demão no colorido algo acizentado do Triplex. A moda Kitten pegou de estaca. “Não é um ambiente de discoteca, onde, a par do copo de whisky, aparece a top model contratada para dar ar à casa. As idades (dos 18 aos 40) misturam-se e tudo se aceita, nada choca”. A variante militante “São Cravos Senhor” foi retocada – passou a “Super Cock” -, perdeu o ingrediente “revolução” pelo caminho e também causou boa impressão.

Teatro Sá da Bandeira

O Triplex estava a rebentar pelas costuras. Uns queixavam-se, outros preferiam estar lá em pontas de pés. Nem que “o Kitten” tivesse um cubículo de um metro quadrado e os pratos pousados nos joelhos. Faltava “sítio para dançar” e até “espaço para se mexer”; sobrava “barulho para os vizinhos”, apesar de o som do Triplex ser “de bar”. A passagem para o Sá da Bandeira evitou que se perdesse o espírito das “festas dançáveis”, sublinha Rodrigo Affreixo. Foi o dois em um: profissionalizou-se o som e submeteram-se caras novas à apreciação de um público fiel. “É uma oportunidade para divulgar novas bandas que por si só não viriam cá porque não são conhecidas e não enchem salas. Com mil e tal pessoas já se pode arriscar”, explica João Vieira, que também não queria aparecer sozinho. “Seria um pouco arrogante, até”. Encontrou “um espaço vazio, pouco explorado, com um elemento ‘trash'”. Outros requerimentos: “Não queria uma discoteca onde se misturasse o público Nova Era, não queria uma caixa, um armazém”. “Um pouco a reboque do Kitten”, como o próprio admite, Affreixo sentia-se em casa. A decadência de uma sala que já aplaudiu o teatro de revista de Eugénio Salvador, Raúl Solnado e Ivone Silva e que ainda alberga sessões de cinema “hard-core” vinha a calhar.

Artes em Partes

Do rés-do-chão ao segunda andar, duas lojas do edifício Artes em Partes, na singular rua Miguel Bombarda, têm sido as mais recentes fontes de vinil, a par das colecções privadas. Rodrigo e João costumam cruzar-se por lá. O primeiro passa pela Feira da Vandoma, corre lojas caducas e sobe mais degraus do Artes em Partes para vasculhar a Musak e regressar a casa com um ou outro vinil usado. No capítulo da apanha, a tarefa de João Vieira é mais preguiçosa. “Na Matéria Prima só pergunto: ‘O que é que há para mim?’ E passo a tarde a ouvir discos”.

Já tinha sentido que a força centrifugadora e trituradora da grande cidade me ia atormentar. Como num fascínio constante, como algo de irresistível, mas que sabe de muito perverso e perigoso. A grande cidade é um inimigo latente que sorri e seduz a cada instante.

O lello-mor revive o seu karma e decidiu juntar os trapos para seguir viagem à grande cidade, terra de oportunidades que na minha cidade lhe são veladas. Buscar emprego não está fácil neste dias de depressão económica, (se não é que seja estrutural no nosso país) e como é tal um homem tem que sujeitar.

Para ser franco não tem que ser um drama, mas eu sei bem o que custa fazer tábua rasa do nosso território, do nosso circulo e do nosso cantinho em que se tem os pés assentes no chão. É piegas, custa a abandonar, eu sei.
Mas só evoluímos quando tomamos decisões e avançamos, nem que seja a custo, ou a ferro e fogo. A vontade de mudar e abrir novas opções, novos caminhos por percorrer, mas principalmente encontrar novos horizontes abre-nos a consciência. É a passagem do televisor a preto e branco da vida para uma Stereo Nikam. É como levar com Full Stereo Dolby Souround quando se está habituado ao rádio a pilhas do relato. É como um reclame da Old Spice após um filme do Manuel de Oliveira. Há o contraste que alarga os tais horizonte e potência a nossa alma, liberta a nossa consciência de impurezas e que em suma nos faz viver ao contrario das pessoas-carneiros.

Abandonamos o rebanho de tempos a tempos para ser raposas errantes em busca da nossa subsistência, nem que para isso tenhamos que atravessar o deserto. Enquanto o rebanho defina, a raposa deambula, come o pão que o diabo amassou, mas cresce e faz-se esperta e autónoma e forte. E é livre.

Ser-se Lello é dificil. A raça gitana é amaldicioda, proscrita e tantas vezes maltratada. Contudo é livre. Livre de fazer, de pensar, de agir. E tudo porque não tem nada a perder. Nem propriedade, nem casa. Apenas respeita os seus iguais. Os outros são os gajos. As pessoas-carneiros.

Coragem Lello-Mor. !

Lello amigo,
o povo está contigo!

Parte III- Kitten versão 4 – Bild 62002

A tarde não se mostrava particularmente interessante. Apesar de estar na esplanada da minha praia a conspirar a noite com N. estava letárgico, como naqueles momentos em que se sabe que só se pode esperar.
Encontrei-me com os veteranos sobe o lema da visita do emigrante R..que partiu para a grande cidade. Os velhos senhores, entre os quais M. e J. faziam uma alegre cavaqueira em honra aos caídos como Ma. e cucaman.

Não se poderia prever nem descrever em palavras o que se seguiu. O jantar soberbo no TX só serviu de prenúncio para uma noite mágica e sem regras. I. dançava freneticamente no seu debut no kitten revelando-se a party girl que eu nunca imaginei que fosse. Mesmo quando a “gente gira” dominava o centro dos acontecimentos marcávamos presença aos apelos hipnóticos e revivalistas de kitten.
N. e Jo. renderam-se mutuamente numas tréguas de reconciliação que está a abrir caminho a uma nova empreitada. J. apesar do cansaço, sorria e pulava em êxtase. Dr.P até polvilhou um very-ligth quando já se fazia dia.

As nossas expectativas eram satisfeitas muito para além do recomendável.
De novo Domingo foi comatose total com danos evidentes a nível muscular, pulmonar e cerebral. Ainda tentei apanhar Sol, mas antes do lanche voltava a ressonar com inegáveis mazelas. Mas sem qualquer tipo de remorsos!

O último dos Lellos

Não será propriamente uma raça em extinção, mas é certamente um caminho difícil que muitos não querem seguir. Não é fácil trazer a casa e os pertences numa mala de cartão e buscar um novo paradeiro, onde afinal não se vai parar.

É a raça e a força interior dos que não vacilam perante os novos desafios e suportam a crueldade do constante abrir e fechar de portas. Talvez o gozo de abrir novas portas e não saber o que está do lado de lá seja a pimenta da vida, mas há sempre aquela bofetada seca quando se ouvem as dobradiças a ranger e a porta a bater. É o sabor do sangue que jorra no nariz depois do baque, que dói bem alma, apesar do trilho que já seguimos.

E muitas portas se têm fechado ultimamente, mesmo para aqueles que menos o merecem.

Mas como um petiz que começa a dar as primeiras pisadas sem andarilhos, cai-se levanta-se, volta-se a cair, tropeçar, esfolar as mãos e os joelhos e a exibir um belo galo na testa, e volta-se a erguer com um sorriso da descoberta e da vontade e levantar-se o orgulho e o corpo até não se cair mais. Até correr e correr.

Viver é conhecer e aprender. Estas palavras podem não ser muito fortes mas revelam algo de intrínseco, para além da carga subjectiva que transportam. Mas é isso exactamente o que se chama viver. É lutar contra o determinismo do Caminho que afinal de contas somos nós que o escrevemos.

As ovelhas vivem em rebanho cheias de certezas, como sabendo que amanhã será igual ao dia de hoje e que o pastor as levará a novos pastos. Afinal sabem tudo, mas tudo o que precisam para sobreviver.

Muitas pessoas são como estas ovelhas, têm todas as certezas e sabem o caminho que seguem, mas não passam de um rebanho liderado por um pastor invisível, sem saber que as suas certezas são superficiais e não passam de carne, lã e leite avaliados a preços de mercado. Apenas sobrevivem e não vivem de facto.


Decididamente hoje estou pessimista.

Melhores dias se antevêem!

Será do Guaraná?!!??

O Amor é…
Paixão pulsante…
É lixado. É fodido…
Quer sair-te pelos poros…
Quer sorver perfumes, sabores, emoções…
Assim é um amor
Nem sempre sereno ou plácido.
Tristão e Isolda, a anos luz.
Frenético.
Alucinante.

E ao mesmo tempo
Uma sensação de Paz e conforto.
E de Lar, mesmo que longe.
E de entrega mesmo que recebendo.
E de receber mesmo que entregando.

Ando perdido.
Entre caminhos poeirentos.

Lareiras tão quentes.
Café, por vezes amargo.
Outras doce.
Mas sempre bom.

Venha a Paz do Natal.
Festa Pagã, antes de cristã.
Festa na mesma!

E o renovar e renascer do Ano Novo.

Paixão

A Paixão é lixada!
É daquelas coisas lixantes pela presença, mas também pela ausência.
Fisica ou virtual!!
Mas não há vida sem paixão.
Daí que percorramos sempre caminhos e ultrapassemos falésias e sonhemos alto e voemos ainda mais, apaixonados, buscando mais e mais, paixão furacão de sentimentos e sentimentos, sensações sem igual. Na borda de um copo, dependurado nos lábios de Afrodite.

Sofro de “jet-lag” gripal, antes fosse do outro, façam figas por mim enquanto calcorreio o meu longo caminho até casa.
Apaixonado, SEMPRE!

Taras?!!??

O “menino” viajou, em busca de algo, alguém, da verdade que fecha em sí mesmo.
Só encontramos as respostas que levamos à partida especialmente, quando partimos para uma ilha!

Espermos que seja essa a verdade.
E que não ganhe mais taras, dada a reputação da dita cuja ilha!

Chegou.
Bem!
Arregaçou as mangas e fez-se ao caminho.
O Círculo da ilha.
O Círculo em sí mesmo.

Fintando precalços…
E as TARAS??!!!

A RISA!

Ainda me estou a rir!

O riso é sempre o melhor remédio.
E a reciclagem de antigos ditos e antigos feitos além de histórica, fará sempre história!
Sim o Berdadeiro FDS!
E as Berdadeiras hermanitas das que ajoelham não só para rezar.

O trascendente dos trascendntes pensamentos, entrou em órbita, qual 2001, o primeiro contacto a caminho de 2010, o ano de todas as revelações… Nas asas de una paloma (arght!) blanca (arfghththth!)….

Nova semana começa prometendo um Jantar já no ninho.

É estranho que qualquer rotina entranha-se em nós ao fim de pouco tempo, apesar de sabermos que não vale a pena ganhar o hábito. São tarefas que se repetem dia após dia e que vão tomando conta da nossa consciência a ponto de nos comandarem.

Estou sereno e calmo como desde há muito tempo não estava. Já nem me lembro da última vez que na minha vida apareciam tantas encruzilhadas e atalhos e o caminho se tornava tão tortuoso. Apesar disso os meus horizontes estão mais alargados e não peco por me aborrecer com as trivialidades ou obstáculos. Eles existem, estão lá mas não me perco a hesitar e a temer o caminho que vou pisar.

Há sempre luz ao fundo do túnel e estou a beber as minhas recordações do Ceará, crescendo de dentro para fora, sendo mais pleno, mais equilibrado, mais forte.
Li algures que ”o teu pior adversário és tu mesmo” – nada é mais verídico hoje.

Meu irmão vem da ilha das bananas e dos cubanos amanhã por um curto espaço de tempo. Vou poder vê-lo depois de três meses de saudades.

Uma vez escreveu-me uma frase que me abalou numa altura que eu estava prestes a ceder à loucura:

Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades mas não estará só.